Enquanto na página oficial do sindicato dos metalúrgicos do ABC (SMABC) não se encontra uma palavra sequer sobre os layoff e licenças remuneradas, o editorial do sindicato neste mês é especial em defesa de Lula frente a nova etapa das investigações da Lava Jato.
Na Volkswagen, este novo ataque se soma ao layoff de 1.200 operários em Janeiro, que passou sem resistência alguma da direção cutista.
PPE previne demissões e ataques?
O Plano de Proteção ao Emprego (PPE) foi uma medida defendida pelos dirigentes da CUT há alguns anos, inspirada nos planos de salvamento da indústria na Alemanha. Mesmo expressando um retrocesso numa histórica demanda sindical de redução de jornada sem redução de salário, os dirigentes do sindicato dos metalúrgicos defendem esta proposta como "justa", já que não partem de que todo trabalho no capitalismo é exploração e de que os salários, baixíssimos ainda mais em comparação aos lucros patronais, são a expressão máxima de que os patrões enriquecem aos custos da vida deixada pelos trabalhadores dentro das fábricas.
O PPE protege os trabalhadores ou os lucros patronais?
A indústria é o setor mais atingido pela crise econômica. Somente no ano passado, foram 5.100 metalúrgicos em layoff (suspensão temporária de contratos) e 35.600 incluídos no Plano de Proteção ao Emprego (PPE) em todo o país. Somente no ABC, o PPE representa 56%, sendo 9.300 operários da Volks, 9.800 da Mercedes Benz e 3.800 da Ford para além das auto-peças e outros setores que somando tudo chegam a 24,5 mil trabalhadores golpeados pela crise.
A CUT, que segue sendo líder na corrida para aprovar o PPE, esconde dos trabalhadores que ao invés desse programa proteger os empregos, protege os lucros patronais, que se mantém altíssimos mesmo com a imensa crise econômica que atravessa nosso país. Além disso, não preparam os trabalhadores para que enfrentem consequentemente os ataques de governos e patrões, a única maneira de garantir os postos de trabalho frente a crise é a partir da mobilização e da demonstração da força daqueles que realmente movem a economia e tudo produzem. Não existe um “bom ajuste” para os trabalhadores por isso, se a demanda de trabalho está menor que sejam reduzidas as horas de trabalho sem redução se salário e que o custo dessa medida seja pago com os lucros milionários acumulados pelas montadoras em todos os últimos anos.
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