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2 de outubro
Não basta abraçar a direita: organizadores do 2 de outubro querem hino nacional e todos verde-amarelos
Luiza Eineck
Estudante de Serviço Social na UnB

Representantes dos partidos PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade, Centrais Sindicais e movimentos sociais, decidiram levar às cores verde-amarela e o hino nacional às ruas no dia 2 de outubro. Para além de abraçar a direita, o que querem os partidos de esquerda? Esconder sua política de conciliação de classe e adaptação ao regime sob bandeira de um “nacionalismo” ao invés de conformar um bloco classista para o mesmo dia?

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Há um tempo que viemos debatendo com as organizações que se colocam à esquerda do PT - PSOL, PSTU, PCB, UP, PCO - por uma política de independência de classe. Porém, com o ato que vem se desenhando para o próximo dia 2 de outubro, ficou ainda mais urgente essa necessidade de uma política que se expresse de forma ainda mais delimitada da direita e que ganhe força na própria manifestação com a conformação de um bloco independente e classista. Essa é a proposta que viemos fazendo nacionalmente às organizações de esquerda citadas e, claro, sem deixar de lado debater nossas diferenças.

Veja o Chamado a construir Blocos Classistas nas manifestações de 2 de outubro

Desde os fracassados atos do dia 12 de setembro chamados pela direita, na tentativa de alavancar uma terceira via, a gente viu a Frente Fora Bolsonaro chamando a ampliar o arco de alianças para as manifestações contra Bolsonaro convidando ainda mais partidos burgueses e da direita para compor a manifestação.

Até parece que a direita liberal não está junto de Bolsonaro, assim como do STF e do Congresso Nacional, para descarregar a crise nos trabalhadores, não podemos fechar os olhos para a miséria que a classe trabalhadora, a juventude e os mais oprimidos estão sendo jogados com a alta inflação dos alimentos, o desemprego, com os postos precários de trabalho em direitos e com salários míseros, com a alta na evasão universitária e escolar da juventude para trabalhar. E para melhorar a vida da população eles aprovam sem parar um combo de ataques, reformas e privatizações junto de Bolsonaro, apesar de seus embates. O projeto econômico de miséria desses setores é o mesmo, não à toa foram essa mesma direita que apoiou com unhas e dentes o golpe institucional de 2016 que significou um aprofundamento dos ataques. E são para eles que estão sendo dados espaços em nossas ruas.

Assista nossa análise e nacional completa: O Brasil não é para amadores: Bolsonaro e a direita liberal

E como se não bastasse o abraço nos partidos burgueses e da direita, partidos de esquerda que organizam o ato decidiram levar o hino-nacional e as cores verde-amarela da bandeira para às ruas sob pretexto de “resgatá-las do campo republicano”. Essa é a preocupação da esquerda frente ao cenário de miséria onde os capitalistas estão nos obrigando a pagar pela crise que eles mesmos criaram. Defender um nacionalismo ao lado dos reacionários que nos atacam ao invés de batalhar pela organização dos trabalhadores e estudantes em cada local de trabalho e estudos para que possamos levar à frente uma política de independência de classe e um porgrama operário nas ruas podendo, assim, ser capaz de responder profundamente os problemas da fome, desemprego, combater o bolsonarismo e a direita.

Leia também: Para combater a tragédia social: Basta de desemprego e salários de fome! Que os grandes empresários paguem pela crise!

Nesse sentido, a estratégia do PT, que dirige a maior central sindical do país a CUT, de canalizar a potência da luta dos trabalhadores para as urnas, convocando assim atos em conta gotas para desgastar Bolsonaro rumo à 2022 não pode responder a crise e nem combater o bolsonarismo de fato, pois a sua base mais reacionária se manterá, assim como os ataques aplicados em seu governo.

Setores da esquerda como PSOL, PSTU, PCB, UP, PCO, acabam por se subordinar à política de conciliação de classes e eleitoral do PT, não organizando os trabalhadores e estudantes nas entidades estudantis e sindicatos que dirigem pelo país e nem exigindo das Centrais e da UNE um plano de luta unificado para romper com a lógica espaçada dos atos que só serve para desmobilizar nossa luta. E, na realidade, vão às ruas pelo impeachment já em aliança com a direita. Porém, o impeachment termina por não organizar a unidade de ação da classe trabalhadora, que ainda precisa ser construída, e desvia nossa mobilização para um mecanismo institucional por dentro do regime que nos ataca, deixando nas mãos do Artur Lira do Congresso Nacional a decisão dos rumos do país, que nesse caso seria entrar o racista Mourão como presidente, nada de fato mudaria.

Só os trabalhadores ao lado dos estudantes e mais oprimidos como os indígenas podem decidir consequentemente, se organizados de forma independente, os rumos do país. A esquerda socialista precisa se embandeirar disso e batalhar para que os trabalhadores entrem em cena com seus métodos de luta e um programa operário e não em aliança com a burguesia que nos massacra diariamente. Acreditamos que com essa perspectiva podemos avançar concretamente para a derrubar Bolsonaro, Mourão e todos os ataques, com uma assembleia constituinte livre e soberana, onde, nós, como revolucionários em base a auto organização dos trabalhadores, batalharemos para que a luta avance em um governo de em ruptura com o capitalismo. Onde as ruas não só do Brasil, mas de todo o mundo poderão ser das mais diversas cores possíveis.

Saiba mais sobre nossa proposta de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana

 
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