Imagem: Evaristo Sá/AFP
"Pessoal está insatisfeito? Está. Inclusive estamos há três meses sem reajustar o diesel. Vai ter um reajuste daqui a pouco. Não vai demorar. Agora, não posso fazer milagre", disse o presidente. O último reajuste sofrido pelo diesel ocorreu no dia 5 de julho, e não há três meses como ele alegou.
Ele voltou a creditar o preço aos impostos estaduais e lembrou que recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o Congresso Nacional fixe, em um prazo de 120 dias, a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis nos estados.
No Diesel o imposto federal é de somente 6,9% e o estadual de 15,9%, todo restante é lucro para os acionistas da Petrobras, dos postos, e do agronegócio que produz o Biodiesel.
retirado do seguinte site da empresa: https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/precos-de-venda-de-combustiveis/
Os preços dos combustíveis sofreram diversos reajustes ao longo de 2021 e, em alguns estados, a gasolina já passou de R$ 7 o litro. Em meio às críticas, o presidente Jair Bolsonaro tem tentado se isentar, atribui os aumentos nos valores ao ICMS, que é um imposto estadual, jogando a culpa para os governadores.
Mas suponhamos que os governadores cortassem os mesmos 6,9%, do governo federal, o que aconteceria?
Quase nada, porque o nosso salário é em real mas o Diesel é em dolar, e uma pequena valorização do petróleo de 6,9% e do dólar na mesma proporção e o que Bolsonaro fala seria totalmente desmentido, pois o preço do Diesel subiria novamente.
Entenda como funciona os preços dos combustíveis: O verdadeiro motivo dos combustíveis estarem tão caros
Em coletiva de imprensa realizada ontem, o diretor-executivo de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, disse que que a companhia pode elevar os preços de combustíveis em suas refinarias. Segundo informou, os valores estão defasados ante o mercado internacional.
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De acordo com os executivos da Petrobras, não houve mudanças na política de preços e a petroleira continua a seguir indicadores internacionais.
A Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) calcula que haja uma defasagem de 14% no diesel e de 10% na gasolina, segundo dados de fechamento da última sexta-feira (24).
O último ajuste realizado no preço do diesel pela Petrobras ocorreu em 5 de julho, enquanto na gasolina foi em 12 de agosto.
O custo de vida está cada vez mais alto no país. A energia elétrica está mais cara, os alimentos estão mais caros e os combustíveis não param de subir. A inflação significa um roubo do bolso do trabalhador, nossos salários nunca alcançam o aumento do custo de vida, e os milionários e bilionários vão se enriquecendo mais e mais.
Os combustíveis são uma parte essencial da inflação, devido a crise hídrica o país está usando mais e mais as usinas termelétricas movidas à gás e a diesel, quase toda a produção de alimentos do país depende do transporte rodoviário – ou seja de diesel – para chegar nos supermercados. O preço da gasolina e do diesel vão embutidos nos custos do trabalhador para chegar no seu trabalho, de ônibus, de carro próprio, de Uber. Tudo aumenta, principalmente o lucro das grandes empresas.
Com o aumento do custo do combustível, a cada dia, mais e mais motoristas abandonam o trabalho precário como Uber. Nem mesmo dirigindo 14 ou 16hs por dia conseguem uma quantia que pague o combustível e ao mesmo tempo pague o aluguel e alimentação de sua família. A cada dia mais uma família tenta improvisar o que comer (osso, pelanca) e com o que cozinhar (lenha, álcool, querosone).
Como podemos ver, os custos da crise e da alta dos preços dos combustíveis são descarregados nas costas de nós trabalhadores, para enriquecer os acionistas e capitalistas, que tem os seus interesses garantidos por Bolsonaro, governadores e demais atores desse regime golpista, como Mourão e os militares.
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