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Greve global pelo clima
"Nenhum governo e partido capitalista, nem os verdes ou de esquerda, está disposto a tomar as medidas que a situação exige" diz Vitória, da UFRJ
Redação

Na plenária “Se o capitalismo destrói o planeta, destruamos o capitalismo”, organizada pela juventude Faísca, Vitória Barros fez uma fala resgatando o manifesto internacional e mostrando como nenhuma variante do capitalismo é capaz de parar a destruição ambiental.

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Em sua fala, Vitória falou sobre a Greve Global pelo Clima, que ocorreu ontem (24/09), e levou milhares de pessoas às ruas, em especial jovens, por todo o mundo. No Brasil ocorreram manifestações em diversos estados. Este movimento mostra que a sociedade busca uma saída para a crise ambiental que é gerada pelo capitalismo, que busca transformar tudo que é natural em mercadoria, e que destrói a natureza para garantir o lucro de um punhado de capitalistas.

Os resultados dessa crise já são visíveis, com secas históricas em diversos países, e enchentes em outros; incêndios descontrolados em países como Estados Unidos, Turquia e Grécia; queimadas que já destruíram mais de 24 mil hectares na Chapada dos Veadeiros; o aumento do nível dos mares, que já afeta cidades como Maceió.

Leia também: O capitalismo e seus governos destroem o planeta: destruamos o capitalismo!

Segundo um relatório do IPCC, as mudanças climáticas, que geram todas essas catástrofes, decorrem da ação humana. Mas essas catástrofes não precisam colocar em risco a vida das pessoas, ou gerar danos materiais. Essas tragédias poderiam ser evitadas se houvesse estudos, planejamento, conservação de solos e rios, preservação de matas e florestas.

Mas isso não é feito pois não interessa aos capitalistas, que buscam apenas manter seus lucros, gerando inclusive crimes ambientais, como fez a Vale em Brumadinho e Mariana. No Brasil, nós sentimos os efeitos das intervenções imperialistas de Trump e Biden, que apesar de levantar a bandeira verde, continua favorável a exploração dos países da América Latina, como o Brasil. Além do próprio Bolsonaro, que faz parte do projeto, que se intensificou desde o golpe de 2016, de transformar o Brasil numa grande fazenda do mundo, mas com sangue indígena rastejando pelo chão, soja brotando na beira das estradas, e destruição ambiental para todos os lados.

É pura ilusão achar que esses problemas podem ser resolvidos por um “capitalismo verde”. Como que essas grandes corporações aliadas a esses governos que geram e fermentam a crise global ambiental, vão ser os salvadores do meio ambiente? ? As medidas ditadas pelas agendas "verdes" dos governos, principalmente dos governos imperialistas, só são realizadas desde que não afetem os negócios e interesses das grandes empresas, do próprio comércio mundial e da produção capitalista. Esse discurso coloca ênfase especial na necessidade de incentivos fiscais para garantir a rentabilidade das energias renováveis e continuam a considerar a energia como uma mercadoria. Quando os países imperialistas e as multinacionais conseguiram reduzir suas emissões de gases poluentes, eles o fizeram realocando sua produção e poluição para países semicoloniais com a cumplicidade dos capitalistas nativos e seus governos, e reforçando os laços de dependência.

Assista: ED Comenta: Greve Global Pelo Clima

A crise climática, que tem sido cada vez mais relevante em cúpulas e fóruns internacionais, como as cúpulas da Terra e os diálogos convocados por Joe Biden este ano (como no Dia da Terra e nos Fóruns de Energia), a CELAC e a cúpula do G7, são liderados do início ao fim pelas grandes potências imperialistas, tanto para abrir novos mercados, quanto para desenvolver negócios ligados à energia limpa. O imperialista do Biden, que teve toda uma campanha pautada num discurso direcionado na pauta ambiental, mas concedeu mais de 2000 novas autorizações para exploração de petróleo e gás em terras públicas e tribais nos primeiros seis meses do ano. Mas enquanto isso, depois de anos de extração de recursos naturais no país, agora fecha os olhos e quer expulsar mais de 12 mil imigrantes haitianos que fogem das consequências dos desastres "naturais" em seu país e manda a polícia chicoteá-los na fronteira.

Nenhum dos governos e partidos capitalistas, nem mesmo aqueles que se apresentam como "verdes", "progressistas" ou de esquerda neorreformistas, está disposto a tomar as medidas que a situação exige. Ao contrário disso, alguns deles pretendem promover pseudo medidas de controle contra as mudanças climáticas, fazendo com que a classe trabalhadora e os setores populares paguem seus custos.

Caso do Partido Verde da Alemanha que quer aumentar o imposto sobre o CO2, afetando diretamente a classe trabalhadora e estão preparando demissões em massa para avançar na "mudança estrutural" para a produção de carros elétricos, produção que, por si só, vale lembrar, não é uma medida verde devido ao enorme custo dos materiais que ela necessita. É a mesma política promovida por Macron na França, com o aumento do preço do diesel que desencadeou o movimento dos Coletes Amarelos, ou o fechamento da refinaria Grandpuits, cujos trabalhadores em aliança com os movimentos ambientais responderam com um plano para manter as fontes de trabalho reconvertendo a empresa de forma sustentável. O Podemos do Estado Espanhol que mostra seu compromisso com o meio ambiente, mas está distribuindo bilhões de euros de fundos da União Europeia entre as empresas mais poluentes do país, para citar apenas alguns exemplos.

Já na América Latina, a gente tem o discurso do governo de Alberto Fernández, na Argentina, que em nome de um falso "desenvolvimento" promove a exploração de hidrocarbonetos, aloca subsídios estatais milionários para fracking em Vaca Muerta, que é considerada pela própria ONU como uma "bomba de carbono".

Esses e tantos outros exemplos mostram que não devemos estar sob ilusões nos partidos do capital para fazer as mudanças que precisamos. Apenas a classe trabalhadora e seus aliados têm o poder de construir um novo sistema que seja de interesse da humanidade como um todo.

Aqui no Brasil não vai ser pela via do Bolsonaro, mas também não deve ser pela via do PT que em 13 anos de governo, não implementou a reforma agrária, abriu concessões para várias empresas estrangeiras abrirem seus capitais no país e que teve uma mulher como ministra, a Kátia Abreu, durante o governo Dilma, mais conhecida como a “motosserra de ouro” ou talvez sendo a “rainha dos latifundiários”, “melhor amiga do agronegócio” ou diversos outros nomes.

Não será através do Lula 2022 que resolvera todo esse problema, já que ele durante a própria campanha vem sentando pra discutir com parlamentares da bancada ruralista, com donos e empresários dos setores de agronegócio e agropecuária mostrando mais uma vez quais são seus interesses e que a classe trabalhadora, a juventude e os povos originários não estão incluídos neles.

Entendendo isso, a gente acredita que só será possível construir uma saída que ataque diretamente aos capitalistas, com a população junto a classe trabalhadora na vanguarda das lutas. Se a relação da sociedade com o resto da natureza é baseada pela produção, é revolucionando a produção que o metabolismo pode ser racionalmente regulado com a natureza. É primordial uma aliança da classe trabalhadora e da juventude aos povos originários para barrar e dar um freio a toda essa destruição. É preciso que as centrais sindicais façam parte dessa luta e convoquem mobilizações em todo país.

 
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