Fazemos um chamado às entidades estudantis, centros acadêmicos, como o CASESO (CA de Serviço Social) e DCE, e as organizações de esquerda que estão à frente delas e fazem parte dos movimentos ambientalistas - como o coletivo Juntos!-, para que organize urgentemente uma grande campanha de chamado e mobilização dos estudantes de toda a universidade para que estejam presentes no ato da greve mundial pelo clima, se somando à juventude de todo mundo que vai sair às ruas para dar um basta à destruição do planeta e da vida. Mobilizar e unir os estudantes é um dos mais importantes papéis de uma entidade estudantil.
A situação da crise climática é grave e apenas os negacionistas de extrema direita que odeiam a ciência, como bolsonaristas e trumpistas, tentam fechar os olhos para as suas graves consequências. A expectativa de ultrapassarmos a marca de 1 bilhão de refugiados por questões climáticas nas próximas décadas é apenas um dos frutos do aumento nas temperaturas na superfície do planeta, elevação dos níveis do mar e todo tipo de distúrbio ambiental que já estamos presenciando, sem contar com a pandemia que é fruto da produção desenfreada capitalista. Isso não é anomalia , é o futuro que esse sistema tem a nos oferecer se não tomarmos essa luta em nossas mãos, hoje. Assim como as secas mais drásticas, sentimos bem isso na pele aqui em Brasília, as inundações, queimadas e crises hídricas que deixam a população trabalhadora e pobre, que são quem vem sofrendo mais com a crise econômica, ainda mais vulnerável.
Os estudantes das universidades e da UnB, em especial por se localizar no Cerrado que vem sendo centro da devastação com o aumento da fronteira agrícola, como vemos agora com as queimadas na Chapada, bem como a proximidade com o acampamento indígena que confronta essa mesma expansão do agronegócio sobre suas terras tradicionais, tem um importante papel a cumprir. Esse papel é não apenas como produtores de conhecimento científico, que tem a capacidade e as ferramentas para identificar e apontar saídas para a grave crise ambiental e climática, mas como jovens que não aceitam assistir nossos futuros sendo arrancados pela destruição desenfreada dos grandes capitalistas com seu modo de produção que coloca os lucros acima da vida natural e humana na terra, deixando mais escancarado como o capitalismo é incapaz de estabelecer uma relação harmônica com a natureza.
Por isso tudo, que é fundamental que as entidades estudantis tomem essas bandeiras, como a luta indígena que representa a luta dos guardiões da natureza contra a predação do agronegócio, e sejam instrumentos materiais da mobilização da juventude contra a emergência climática se transformando em verdadeiros bastiões dessa causa.
No Brasil, vemos que o agronegócio é quem dita as regras, esse mesmo agronegócio que foi base dos governos petistas - que os fortaleceram como nunca -, agora é a atual base de apoio e sustentação do governo de destruição de Bolsonaro e Mourão, e base também do conhecido Centrão que está a frente do Congresso Nacional. E, para além disso, encontram no regime pós golpe institucional de 2016 todo o respaldo para passar sua boiada sobre os nossos biomas e por cima dos povos originários que estão em luta. Se nos mobilizarmos nas ruas junto aos trabalhadores e aos povos originários, é possível dar um basta a essa verdadeira tragédia capitalista que destrói o nosso país e o planeta.
Vamos às ruas gritar junto com a juventude de todo o mundo, basta de destruição ambiental, que o agronegócio e os capitalistas tirem suas mãos sanguinárias do Cerrado e da Chapada. Esse é o nosso chamado, das e dos estudantes da Faísca e do Pão e Rosas a todos os estudantes da UnB e para que nossas entidades tomem a frente para organizar essa mobilização para serem as fortes ferramentas de organização e luta dos estudantes pelo nosso futuro.
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