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Greve metalúrgica
"Se a fábrica fosse gerida pelos trabalhadores isso não aconteceria" diz trabalhador da Sae Towers
Redação

Em depoimento ao Esquerda Diário, trabalhador da SAE Towers denuncia a intransigência da empresa, mas mostra disposição e confiança na luta dos metalúrgicos.

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Os metalúrgicos da SAE Towers de Betim estão em greve há mais de 30 dias lutando por uma PLR justa, equiparação salarial, pela manutenção dos direitos e a melhora nas condições de trabalho dos trabalhadores. A proposta de participação nos lucros feita pela patronal foi 40% menor do que no ano anterior, e ainda assim se mantém intransigente em ouvir os trabalhadores, mesmo com as receitas de mais de 600 milhões obtidas pela SAE Towers em 2020 somente na unidade de Betim.

Os trabalhadores além de estarem diariamente nos piquetes, promoveram uma grande manifestação no centro de Betim. Durante as idas aos piquetes, Paulo, que é trabalhador da empresa há 16 anos e faz parte da comissão interna de prevenção a acidentes, concedeu entrevista ao Esquerda Diário. Logo no início da entrevista, Paulo mostra que tanto a tradição de luta dos metalúrgicos quanto a intransigência da patronal da SAE Towers não são novidades:

Eu trabalho no SAE Towers tem 16 anos e essa aqui já é a terceira greve que eu estou participando. A empresa simplesmente promete e não cumpre, entendeu? A gente tá correndo atrás do nosso direito, que é a PLR digna, a equiparação de salário do pessoal.

Confira a entrevista na íntegra:

De fato, nos últimos anos não foram poucos os ataques da patronal aos trabalhadores da SAE Towers. Em 2016 os trabalhadores entraram em greve lutando por equiparação salarial, em 2017 a negociação da PLR se estendeu por oito rodadas de negociações pela intransigência da patronal, no ano de 2020, 6 trabalhadores foram ilegalmente demitidos, demissão que depois foi revertida. Mesmo tendo trabalhado durante toda a pandemia, os trabalhadores não recebem nem os seus direitos.

A empresa só quer sugar o sangue do trabalhador. Chega na terça-feira, eles pedem pra gente trabalhar no sábado, todo mundo vai de maior boa vontade. Mas na hora de resolver o direito que é nosso, eles não querem. Simplesmente eles querem pagar uma PLR 40% menor, lá dentro tem muito pai de família, que paga aluguel, que paga pensão e tá tudo atrasado. Eu mesmo to com água, luz, telefone, tudo atrasado. Eu não tive adiantamento, praticamente não tive pagamento também [...] Aonde que uma empresa dessa valoriza a mão de obra? Nunca, jamais !

Por não terem seus direitos garantidos, com o agravante da crise econômica e o aumento da gasolina e da luz, muitos trabalhadores estão passando dificuldades financeiras. A empresa vem tentando se aproveitar desse fato e de maneira suja busca subornar trabalhadores para que saiam da greve. Mas, frente a essa situação o que aumenta é a indignação dos trabalhadores com uma empresa que mesmo com lucros milionários, não garante o direito dos trabalhadores.

Simplesmente eles pagaram pra ver. Eles acharam que a classe trabalhadora não ia parar: quando eu fiquei sabendo que ia parar eu fiquei contando as horas, porque a gente tá correndo atrás de uma coisa que é nossa, é direito! Eu peço que a direção dessa empresa reflita, entendeu? [...] Se fosse os trabalhadores na gestão da fábrica, não aconteceria isso. Porque todo mundo no chão de fábrica é unido. [...] Nós estamos aqui fora, fortes. A vitória vai vir com certeza.

A luta dos metalúrgicos aponta o caminho não só para garantir os direitos dos trabalhadores da SAE Towers, mas como o de toda a classe trabalhadora que deve se inspirar nesses trabalhadores para lutar contra todos os cortes e ataques. Nesse sentido, é importante que o conjunto da população cerque essa luta de solidariedade, batalhando para unificar as lutas que estão em curso, como é o caso dos metalúrgicos da SAE Towers e o dos rodoviários do Rio Grande do Sul em greve. O Esquerda Diário está à disposição de cada uma dessas lutas para difundir e amplificar a potência de cada uma dessas lutas.

 
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