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Greve metalúrgica
A greve dos metalúrgicos da Sae Towers pela voz dos trabalhadores
Redação

A partir de depoimentos feitos exclusivamente ao Esquerda Diário, conheça a situação da luta dos metalúrgicos em greve há mais de um mês na Sae Towers, bem como a intransigência da empresa em negociar com as demandas dos grevistas.

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Há 32 dias, trabalhadores metalúrgicos da Sae Towers de Betim – MG estão em greve, lutando contra a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) feita pela patronal (que teve uma diminuição de 40% em relação ao ano passado), por equiparação salarial dentro da empresa e melhores condições de trabalho. Durante todo o processo, a empresa se mantém intransigente, se negando a negociar com os trabalhadores suas justas demandas.

Na manhã desta sexta-feira (03), os metalúrgicos em greve saíram em um forte ato, com grande apoio da população, no qual impulsionaram as demandas da greve, além de cobrar posicionamento da empresa em reunião do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Falando para o Esquerda Diário, trabalhadores contam a situação da luta, sua importância, bem como a resposta da empresa, mostrando, ainda, sua disposição de seguirem unidos para conquistar seus direitos!

Tá sendo um pouco difícil a luta, por parte da empresa, que tá retrucando, resistindo, querendo privar a gente dos nossos direitos. Trabalhamos a pandemia inteira, sem parar nenhum dia. Todos os dias. Convivemos com o Covid, a maioria da empresa foi infectada, e ao final disso tudo, a empresa fazendo essa palhaçada com nós, trabalhadores. Essa luta é pra mostrar que todos nós estamos unidos por um bem maior, que é a qualidade de vida pra todos nós e nossas famílias. E é isso, vamos pra luta!

Narra um trabalhador, mostrando tanto a dificuldade da luta, como a moralização frente à situação. Com mais de um mês de luta, a empresa segue se negando a negociar. Em um contexto social no qual a vida se torna cada vez mais cara, e a oferta de PLR da empresa de forma alguma alcança a necessidade dos trabalhadores, os grevistas mostram disposição de seguirem firmes mesmo com as dificuldades impostas pela empresa:

A gente vai resistir, vai ficar firme. [A empresa] tá agindo de um jeito mais sujo possível, onde o trabalhador tá sentindo mais, que é nas panelas vazias, onde o trabalhador não tem como pagar suas contas, alimentar suas filhas, então [a empresa] tá indo no ponto que vai enfraquecer o trabalhador, mas nós vamos permanecer firmes na luta, até a vitória.

Outro trabalhador declara que:

A gente que tem família, a gente tem que pensar de tantos lados. Se não tiver um apoio, um apoio da família, fica sem saber o que fazer. Então é nessas horas que a gente vê a importância de um sindicato forte, de um sindicato que apoia, porque a gente trabalha, a gente quer os nossos direitos, e eles tão tirando todos. A gente depende de um salário justo pra gente dar continuidade, porque a mão de obra continua, e a cada dia mais a gente vê que pessoas vêm de fora, querendo escravizar nossa mão de obra, e não podemos parar por aqui, a gente tem que lutar pelos nossos direitos. Estamos aí, juntos, e até a vitória!

Adicionando que:

A única força que nós temos é a paralisação, é a greve!

Esta é a segunda greve da da fábrica apenas na atual gestão da empresa e seus donos indianos. A primeira, há cinco anos, durou 9 dias, após os quais os trabalhadores conquistaram suas demandas. Agora, a chefia se mostra muitos mais intransigente.

Pelo tempo que trabalho, há 11 anos na empresa, essa é a segunda greve que participo. A primeira vez, ficamos 9 dias em greve, e conseguimos almejar, tivemos grande sucesso, mas agora a patronal está explorando cada vez mais. Até a quantidade de dias de greve está durando mais tempo. Da outra vez, com nove dias, conseguimos almejar a vitória, agora nós estamos com 32 dias, e o patrão não quer falar nada. A patronal, na primeira greve que tivemos, tudo que reivindicamos ela cumpriu, agora dessa vez ela não quer cumprir nada, não quer melhorar nada, já tivemos duas reuniões pra ver se conseguimos chegar a um acordo e nada, eles não querem abrir mão de nada.

Frente a essa recusa de negociar minimamente, o trabalhador segue que:

Por isso que viemos à rua aqui, fazer mais um protesto, pra ver se eles têm a consciência de chegar a algum acordo, fazer uma proposta digna ao trabalhador, porque essa proposta que eles fizeram é absurda. Não chega nem um pouco à necessidade do trabalhador, dos operadores lá da área. Então o pessoal todos, resolvemos dessa vez estarmos unidos aqui e mais uma vez na luta, rumo à vitória!

Outro ainda soma que:

O trabalhador não aceita! É uma patronal que não valoriza os trabalhadores que tem! Vem nessa truculência, 32 dias sem querer negociar nada, e o trabalhador tá firme, fazendo piquete na portaria, e quer voltar valorizado! Enquanto não tiver o valor que ele merece, não tem como trabalhar pra essa empresa! Estamos aqui reunidos, passando na Avenida Amazonas, no centro de Betim, e firmes até a vitória!

O Esquerda Diário se soma à luta desses trabalhadores, estendendo total solidariedade a suas justas demandas e se colocando a disposição para difundir, amplificar e dar voz, ao máximo de nossas capacidades, e essa e todas e importantes lutas em curso contra a precarização do trabalho e da vida, e em defesa dos direitos!

 
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