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Corrupção
Roberto Dias teve boletos pagos por VTCLog, aumentando suspeitas de corrupção do governo
Redação

O motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, afirmou ontem que já sacou “R$ 400 e poucos mil” na “boca do caixa”, a pedido do setor financeiro da empresa. Dias gastou R$ 47 mil com a empresa turística Voetur Turismo, que emitiu os boletos, durante um período de três meses, o equivalente a R$ 15,6 mil mensalmente. O valor pode ser ainda maior, pois segundo a VTC Log, o ex-diretor não quitou todas as suas dívidas com a agência de turismo.

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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Aumenta as suspeitas de irregularidades nos negócios firmados pelo governo Bolsonaro com a empresa de logística VTC Log. 11 dias depois de uma manobra que transferiu um contrato milionário da VTC Log para a área que era comandada pelo ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, boletos de pagamento emitidos pela agência de viagens Voetur Turismo em nome do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias começaram a ser pagos.

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Há rumores de que os pagamentos dos boletos em nome de Dias foram feitos pela VTC Log. As suspeitas se reforçam após o depoimento feito ontem na CPI da Covid Ivanildo Gonçalves da Silva, que trabalha como motoboy para a VTC Log.

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Ele disse ter realizado vários saques de altas quantias a mando da empresa. O maior deles foi de aproximadamente R$ 400 mil. As idas de Ivanildo a agências bancárias para realizar os saques coincidem com as datas de pagamentos dos boletos de Dias.

A transferência do contrato da VTC Log para o guarda-chuva de Dias aconteceu no dia 7 de maio. A pagamento da primeira fatura em nome do ex-diretor ocorreu no dia 18 do mesmo mês. Os boletos em questão não especificam a quais serviços prestados pela Voetur eles se referem. Há a hipótese de Dias ter recebido itens como passagens ou pacote de viagens para beneficiar a empresa.

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Em 7 de maio, Roberto Dias assinou um termo de sub-rogação do contrato que a VTC Log tem com o ministério para o transporte de insumos como remédios e vacinas no valor de R$ 573 milhões, com vigência até 2023. A sub-rogação é um instrumento que permite a migração de um contrato entre dois departamentos de um órgão público. De 2018 a maio de 2020, o contrato da VTC Log era de responsabilidade da Coordenação-Geral de Material e Patrimônio, vinculada à Secretaria Executiva da pasta.

Existem nove boletos da Voetur Turismo no nome de Dias, o que mostra que ele seria o beneficiário dos serviços. Todos foram pagos entre 18 de maio e 6 de julho, mas em nenhum dos casos o pagamento saiu da conta do ex-diretor.

Em pelo menos três ocasiões tais transações foram feitas em uma agência do banco Bradesco no mesmo dia em que o motoboy Ivanildo Silva esteve no local. Ele confirmou que costumava sacar dinheiro em espécie para a VTC Log e que chegou a retirar mais de R$ 400 mil de uma só vez.

"No início, uma vez eu saquei o valor de R$ 400 e poucos mil, na boca do caixa" disse Silva. O motoboy também disse que não se recordava se já havia feito transações financeiras que envolvesse Roberto Dias, afirmando também que a funcionária Zenaide de Sá Reis, do Departamento Financeiro da VTC Log, dava cheques para ele retirar no banco. Todo o contato entre os dois, segundo ele, era feito pessoalmente. O motoboy disse que, após sacar as quantias e fazer os pagamentos, ele devolvia o que sobrava para Zenaide.

Enquanto trabalhava como diretor de logística do ministério, de acordo com sua declaração de Imposto de Renda, Roberto Dias recebia R$ 10,2 mil líquidos de salário. Ele também informou ter recebido R$ 35 mil em rendimentos não tributáveis. Ainda assim, em apenas três meses, de maio a julho, os gastos em seu nome na Voetur Turismo somam R$ 47 mil, ou seja, uma despesa mensal de R$ 15,6 mil em viagens ou serviços turísticos, maior que seu rendimento formal. O valor pode ser ainda maior porque, segundo a VTC Log, Dias ainda está em débito com a Voetur.

Luiz Paulo Dominguetti Pereira é representante da empresa Davati Medical Supply e concedeu entrevista à Folha onde afirma que o Ministério da Saúde pediu propina ao negociar compra da AstraZeneca. Se tivessem fechado acordo, o valor final da propina, em reais, seria de R$ 2 bilhões.

O pedido de propina foi feito a Luiz Paulo em um jantar no dia 25 de fevereiro onde estavam três curiosos representantes do governo Bolsonaro: o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, um militar do Exército Brasileiro e também um empresário.

Roberto Dias também é acusado de ter participado do absurdo escândalo de corrupção do governo Bolsonaro, ao ter pedido propina de U$ 1 a dose ao negociar a compra da AstraZeneca, em 25 de fevereiro, segundo afirmações de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply, empresa que realizava as negociações da vacina da AstraZeneca com o Ministério da Saúde.

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O ex-diretor de Logística foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que tinha sido nomeado pelos irmãos Miranda como um dos principais atores do superfaturamento com a Covaxin, em investigação pela CPI.

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Lembremos que no dia 25 de fevereiro o país já estava ultrapassando a marca de 250 mil mortos pela COVID-19 no país. Enquanto isso, o governo de Bolsonaro e Mourão, junto de um representante do Exército e um empresário estavam negociando propina em cima das vacinas. Ou, em outras palavras, lucrando com nossas vidas.

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