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Contagem
Fortalecer a greve sanitária contra a imposição do retorno presencial inseguro por Marília Campos (PT)!
Nossa Classe Educação - Minas Gerais

Contra a imposição da Prefeitura, que coloca a vida dos trabalhadores, estudantes e suas famílias em risco! É urgente fortalecer e cobrir de solidariedade a greve sanitária, com apoio da população, de outros sindicatos, de parlamentares e dos movimentos sociais! Que os trabalhadores da educação e a comunidade escolar decidam democraticamente como e quando retornar às aulas presenciais!

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Com a greve sanitária iniciada no dia 09/08, as trabalhadoras e trabalhadores da educação de Contagem estão enfrentando a imposição do retorno presencial inseguro pela Prefeitura, assim como aconteceu com a educação municipal em Belo Horizonte, contra Alexandre Kalil (PSD), e mais recentemente em Betim, contra Vittorio Medioli (sem partido, ex-PSD) e na rede estadual de MG, contra Romeu Zema (NOVO).

A demagogia que as prefeituras e governos usam contra os trabalhadores e a comunidade escolar é que as greves da educação seriam um descaso com a população. Mas, na verdade, ao longo de toda a pandemia as escolas não foram reformadas, os trabalhadores das fábricas viveram surtos de Covid-19 sem contar com vacinação e muito menos com direito a quarentena, e não houve investimento para ampliação do atendimento de restaurantes populares para atender a população que amarga a fome e as dificuldades financeiras. Protegem os grandes empresários e seus lucros enquanto negam direitos essenciais à população e aos trabalhadores, situação que se repete também em Contagem.

Para impor o retorno presencial, a Prefeitura finge que a cidade vive uma “situação controlada” da pandemia, mas a verdade é que a pandemia está em alta em Contagem e em Minas Gerais. Em sua página do Instagram, Marília Campos faz uma operação vergonhosa para enganar a população de que o retorno seria em uma situação “controlada”: compara a situação atual com o colapso e a barbárie que ocorreram em abril deste ano, fazendo parecer que os números atuais são baixos.

A prefeita publicou um gráfico de queda de casos e mortes em Contagem comparando os números incompletos (!!) de agosto com os números do auge da 2ª onda, quando os cemitérios colapsaram na cidade e uma antiga UPA virou depósito de corpos!

Para manter sua governabilidade junto a partidos de direita como o MDB, parte da gestão atual, Marília Campos, que havia prometido em reunião com o Sind-UTE/Contagem que vetaria projeto da direita que tornava a educação um serviço essencial, sancionou a lei que agora auxilia na imposição do retorno presencial às aulas.

E os ataques da Prefeitura à educação não param aí. Ao longo da pandemia, as trabalhadoras terceirizadas das escolas seguiram trabalhando presencialmente e tiveram que lidar com demissões em meio à pandemia, com a redução do quadro de trabalhadores. Marília Campos mantém a precarização do trabalho legada pela prefeitura de Alex de Freitas (sem partido, ex-PSDB) e ainda aumenta o desemprego com mais demissões.

Além disso, os trabalhadores do quadro administrativo também foram convocados para o retorno inseguro no auge da pandemia e sem estarem vacinados, correndo o risco de contaminação nos ônibus lotados e com horários reduzidos pelas empresas e pela gestão municipal. Ainda precisaram tirar o dinheiro da passagem do próprio bolso já que a prefeitura seguia sem depositar o vale transporte.

O descaso da Prefeitura também se vê com professores e estudantes. Os professores sofrem há meses com a sobrecarga de trabalho e faltam condições mínimas para estudantes e professores no ensino remoto emergencial – questões básicas como o fornecimento de internet e tablets não foram feitas. E agora a Prefeitura tenta convencer a população que a imposição do retorno presencial inseguro é a favor dos estudantes, quando na verdade é para satisfazer os donos das escolas privadas, os grandes empresários e a direita que ataca os trabalhadores da educação.

Ainda como parte dos ataques, a Prefeitura de Contagem não está aplicando o mínimo constitucional em Educação, conforme apontou relatório do TCU. A prefeitura deveria investir 25% do orçamento na área, mas investiu somente 18%. Outra herança de Alex de Freitas que Marília mantém. Enquanto isso, segue o arrocho salarial para os trabalhadores, que também se mobilizam por recomposição salarial, vale transporte para o quadro administrativo, pelos mesmos direitos do cargo efetivo para os contratos no regime de flexibilização (Flex), contra o aumento da contribuição previdenciária e pelo quadro único na educação de Contagem.

A Prefeitura, que não atuou para conter a pandemia na cidade, sem testagem massiva, rastreamento de contatos e sem auxílio financeiro para as famílias mais pobres poderem fazer quarentena, agora mente sobre a situação da pandemia na cidade. Mas segundo o próprio boletim epidemiológico de Contagem do dia 27/08, 90% das vagas em UTI para Covid-19 estão ocupadas, e 65% das vagas em enfermaria para Covid-19. Uma situação nada tranquila:

Ao contrário do que diz a prefeita, que nas eleições se dizia oposição a Zema e a Bolsonaro, a média de 1000 mortes por dia no Brasil e quase 100 mortes por dia em Minas Gerais não significam a “pandemia controlada”, mas sim a naturalização da barbárie que esses governos impuseram para a população, que não teve direito ao isolamento com garantia de renda e emprego, obrigada a escolher entre a fome e o contágio pelo coronavírus.

Com a chegada da variante delta no país e a pandemia com aumento abrupto de casos no estado do Rio de Janeiro (que cancelou, inclusive, as aulas presenciais), a atenção deveria ser redobrada, e não feita uma imposição de retorno inseguro como vemos agora. Para os professores, em caso de aulas presenciais, há quase 3 vezes mais chance de se infectar pelo coronavírus do que a média da população da mesma faixa etária.

Os trabalhadores da educação em greve sanitária têm que se aliar a toda a comunidade escolar – estudantes, pais e responsáveis –, que em sua maioria não tiveram direito à quarentena, pois para os governos interessa dividir os trabalhadores entre os que trabalham remotamente e a maioria que seguiu no trabalho presencial. Mas nossa luta é a mesma contra todos os ataques. E são os trabalhadores da educação e a comunidade escolar os que devem decidir democraticamente como e quando retornar às aulas presenciais.

Como fortalecer a greve?

A greve de Contagem acontece após a derrota das greves em Betim e na rede estadual de Minas Gerais, perseguidas pelos governos e pelo judiciário, que cassou o direito de greve dos trabalhadores julgando as greves ilegais. Em Betim, vimos a absurda e violenta ação repressiva da Prefeitura de Vittorio Medioli contra a greve, exonerando diretores concursados e usando a Guarda Municipal para intimidar trabalhadores da educação, ataque apoiado pelo PCdoB desde a Secretaria de Educação da cidade. Anteriormente, vimos o corte de ponto das trabalhadoras e trabalhadores da educação que fizeram greve em Belo Horizonte.

Não podemos ver mais uma de nossas greves ser isolada pelas direções sindicais e das centrais sindicais, como aconteceu com a greve de Betim, que apesar de tamanhos ataques vividos pelos trabalhadores da educação, não puderam contar com apoio ativo de sindicatos, de centrais sindicais, parlamentares da esquerda, que certamente ajudariam para fortalecer a luta dos trabalhadores contra os ataques. Ao contrário disso, os trabalhadores da educação da rede estadual tiveram o fim da greve sem um plano de luta sequer apresentado pelo Sind-UTE/MG.

O Sind-UTE/Contagem, cuja direção em sua maioria é do mesmo PT de Marília Campos, não pode deixar que nossa greve fique isolada. É preciso que outros sindicatos, parlamentares e as forças da CUT (que também é majoritariamente dirigida pelo PT) se coloquem em solidariedade à nossa greve e denunciem a imposição do retorno presencial inseguro pela gestão de Marília Campos, que quer posar de democrática “ouvindo” os trabalhadores em reuniões, mas depois decreta o retorno presencial sem que os trabalhadores e a comunidade tenham poder de decisão.

Para fortalecer a greve, os trabalhadores da educação – efetivos, contratados e terceirizados – têm que tomar os rumos da greve nas próprias mãos, formando um comando de greve eleito democraticamente na base das escolas, para ampliar o diálogo com o conjunto da categoria e colocar a direção da greve totalmente nas mãos dos grevistas.

É um exemplo o que os trabalhadores da educação de Betim fizeram, como na escola Osório Aleixo, criando comitês próprios devido ao retorno inseguro, em que educadores relataram as péssimas condições do retorno presencial e divulgaram situações absurdas de falta de infraestrutura nas escolas, como falta de banheiros suficientes, de áreas ventiladas, falta de vacinação e falta de merenda, mostrando que os trabalhadores da educação são os mais preocupados com a educação e com a saúde dos estudantes e da comunidade escolar.

É preciso, também, que a CUT (ligada à direção do nosso sindicato), a CTB e as centrais sindicais cubram essa greve de solidariedade e atuem para unir as lutas em curso em todo o país, como o exemplo dos indígenas que acampam em Brasília contra a retirada de suas terras, a luta dos Correios contra a privatização e a dos petroleiros da Regap contra a venda da Refinaria Gabriel Passos em Betim.

A CUT e as centrais sindicais não podem seguir esperando as eleições de 2022, como se uma eventual eleição de Lula fosse resolver nossos problemas. Por isso nossa greve também tem que exigir que organizem um plano de luta contra o governo Bolsonaro e Mourão, construído desde as bases das categorias, com assembleias, para organizar a luta contra as reformas, a PEC32, as privatizações e todas medidas contra a população, como a MP1045 e o corte automático de ponto de servidores, um forte ataque ao direito de greve.

 
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