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Greve da MRV
MRV corta salário de trabalhadores enquanto patrocina contratação de jogadores estrelas da Europa
Vinícius Pedro Silva
Coordenador do CACS Marielle Franco da UFRN (Ciências Sociais)

O Clube Atlético-MG acaba de anunciar a contratação do atacante brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa, que se junta a estrelas como Hulk, Savarino, Nacho, entre outras várias estrelas que compõem o multi-milionário elenco do Galo, enquanto corta o salário de trabalhadores em greve em Campinas (SP).

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Segundo informações do jornalista Jorge Nicola, o salário deverá ser de R$1,2 milhão de reais, sendo um dos maiores salários do Brasil. Lembrando que Hulk recebe R$1,5 milhão, além de vários jogadores que recebem acima de 500 mil reais todos os meses. O anúncio ocorre em meio à greve dos trabalhadores do canteiro de obras de Campinas, que denunciam diversas condições de trabalho precarizadas, atrasos nos pagamentos da PLR e contratações de terceirizados acima do permitido e agora tem seus salários cortados, deixando os operários e operárias sem dinheiro para contas básicas, aluguel e até comida. A construtora vem se mostrando irredutível nas negociações, mostrando completo descaso com o que os trabalhadores reivindicam, com denúncias nas quais são forçados a bater massa de concreto sem máquinas.

Todas essas contratações estão sendo viabilizadas através do mecenas e presidente da MRV, Rubens Menin. Além de todo o investimento no elenco do time, a empresa fez uma doação de um terreno no valor de R$50 milhões e está investindo pesado na construção do estádio, sendo que somente para usar o nome da empresa no estádio, o chamado “naming rights”, está colocando 60 milhões.

Essa fortuna toda foi construída através das obras executadas pelos trabalhadores, esses que são colocados em condições precárias de trabalho e estão em greve. O Esquerda Diário vem acompanhando e noticiando todo o descaso dessa grande corporação. Tudo isso é o retrato mais fiel da exploração de trabalho capitalista, que acumula toda riqueza e coloca na mão de poucos.

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O jornalista Juca Kfouri divulgou em seu blog no UOL a carta das trabalhadoras em greve para as atletas olímpicas. Será que com toda essa repercussão a MRV vai, finalmente, tomar atitudes que não seja cortar o salário dos grevistas? É urgente cercar a greve de solidariedade, noticiando essa luta, fazendo medidas de apoio em cada lugar de trabalho e estudo, comparecendo nos piquetes e nos atos, e, colocando de pé um fundo de greve para que os trabalhadores continuem sua luta.

O Galo tem uma folha salarial só de jogadores, na faixa dos R$15 milhões por mês, conforme levantamento do site Goal.com, boa parte capitaneada pelo patrocínio da MRV. A empresa não tem condições de atender essa pequena demanda dos grevistas? O compromisso com a sua própria força de trabalho não é uma marca da empresa e sim a condenação por trabalho escravo. A sede de lucro capitalista que explora sobretudo os homens e mulheres negros e negras, nordestinos, que sustentam suas famílias com muito trabalho, quer jogar os trabalhadores na miséria que aumenta no país e enfraquecer a forte greve que estão protagonizando pelos seus direitos. Seguiremos cercando esta luta de solidariedade, inclusive daqui do Rio Grande do Norte, onde estudantes de Ciências Sociais da UFRN, por iniciativa do Esquerda Diário e da Faísca, aprovaram uma moção de solidariedade à sua greve. Que os capitalistas paguem pela crise!

 
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