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O que pensa a grande mídia?
Folha de S. Paulo aconselha Congresso e Bolsonaro a não romperem teto de gastos com Auxílio Brasil
Willian Garcia

No seu tradicional editorial aos domingos, a Folha defendeu que o novo Bolsa Família, batizado por Bolsonaro como Auxílio Brasil, deve buscar um “desenho criterioso e respeito ao orçamento”, apelando abertamente pela manutenção do teto de gastos.

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FOTO: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Depois de todo o negacionismo contra a vacina, o descaso com a alta de preço dos alimentos e reformas que atacam brutalmente os direitos da classe trabalhadora, relegando as massas empobrecidas à fome e miséria, agora grande aposta do governo Bolsonaro para reverter sua queda de popularidade é o chamado Auxílio Brasil, reedição do Bolsa Família com orçamento maior. Para Ciro Nogueira, peso-pesado do centrão e novo ministro da Casa Civíl, as pesquisas eleitorais ainda não refletem o real cenário das eleições de 2022 pois o novo auxílio poderá modificar a configuração político-eleitoral no próximo período.

Sobre o auxílio, a Folha opina:

“Cabe agora ao Congresso aperfeiçoar o formato e os incentivos para maximizar a eficácia. A começar pelo presidente em busca frenética de popularidade, não se deve cair numa competição política por cifras sem compromisso com resultados e justiça distributiva (...) A fim de consolidar ganhos de renda para os mais pobres, é imprescindível manter a disciplina fiscal, com respeito ao teto de gastos.”

Que Bolsonaro não conserva nenhum átomo de preocupação com o combate à fome no país e com a condição dos mais pobres, isso não é surpresa. Todos os dias o governo prova seu ódio aos pobres e trabalhadores, tendo como episódio mais recente a declaração do Ministro da Educação defendendo que “universidade deve ser para poucos”. Não surpreende mais. Agora, também é preciso escancarar a linha cínica da Folha de manutenção da Lei do Teto de Gastos, que congela os gastos com educação e saúde.

A Emenda Constitucional 95/2016, aprovada durante o golpe institucional em 2016, congela os gastos com saúde e educação entre 2018 a 2036. Só no SUS, o corte orçamentário será de mais de R$ 400 bilhões até 2036. Um ataque colossal à saúde pública que foi defendida pelos golpistas apoiadores do governo Temer, como a própria Folha, e que segue sendo defendida até hoje, mesmo em meio à pandemia, como mostrou o editorial deste domingo.

A posição sustentada pela grande mídia de manutenção do teto de gastos não está distante do projeto do governo Bolsonaro de total desmonte da saúde e educação no Brasil. Na verdade, essa posição é parte do projeto de país que a burguesia brasileira e o imperialismo vieram tendo até aqui: corte de direitos, precarização do trabalho e desmonte dos equipamentos públicos. Portanto, se a Folha, o Congresso e Bolsonaro divergem aqui ou ali sobre os limites da democracia burguesa, comungam no ataque aos trabalhadores.

Militares desfilam por cima da fome e dos ataques: qual resposta nossa classe precisa dar?

Por isso o regime deve ser enfrentado de conjunto, sem ilusões nesse ou naquele setor burguês, pois além de seu caráter de classe, todos também estiveram unificados no golpe institucional de 2016 e concordam com todas as reformas que nos atacam. Nesse sentido de enfrentar os diferentes atores burgueses, nós do Esquerda Diário defendemos o Fora Bolsonaro, Mourão e Militares, mas também nova assembleia constituinte, que seja livre e soberana e imposta pela nossa mobilização, pois só assim terá força para anular cada uma das reformas e derrubar o teto de gastos. Você pode entender melhor sobre essa proposta aqui.

 
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