A construtora MRV, que tem um de seus donos Rubens Menin, é uma das construtoras brasileiras que mais lucrou com o programa Minha Casa Minha Vida, criado em 2009, ainda no governo Lula, e agora com o programa Minha Casa Verde Amarela, do governo Bolsonaro.

A fonte dos lucros da MRV, no entanto, passa muito longe da imagem vendida por sua propaganda institucional, sendo abastecida diariamente com a exploração do trabalho precário, em vários casos de condições análogas à escravidão, em diversos lugares do país.

“No RS, a MRV também já foi denunciada por condições de trabalho análogas à escravidão", diz Val Muller

Enquanto na propaganda a MRV tenta vender uma imagem de “inovação”, buscando “soluções que industrializem a construção, elimine processos artesanais”, na realidade a construtora sequer garante a disponibilidade de equipamentos básicos como betoneiras, o que impõe que os trabalhadores batam a massa de empreendimentos inteiros na base da enxada.

Como diz o relato de um dos trabalhadores em greve na MRV de Campinas:

“Dentro do canteiro de obras tem muitas situações que não poderiam estar acontecendo no século XXI. A gente tem trabalhador batendo massa com enxada, até porque existe uma coisa chamada betoneira que serve pra isso. E também existe massa pronta que a empresa poderia comprar pra facilitar o trabalho. Além disso, muitos trabalhadores carregam peso acima do limite, usando escada, ou seja, carregando peso por 9, 10 andares. Muitos trabalhadores fazem isso, mas porque são obrigados, pois muitos de nós precisam desse emprego. Isso não é nem permitido dentro da lei trabalhista, mas isso acontece muito no canteiro. A greve surge também disso.”

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