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Destruição capitalista
Pantanal em chamas: 57% do bioma está destruído pelas queimadas, o mais atingido desde 1985
Redação

Os dados são extremamente alarmantes e foram gerados com base em cerca de 150 mil imagens captadas por satélites e apontam que o fogo também tem atingido outros biomas como a Amazonia e o Cerrado, sendo boa parte dessas queimadas reincidentes.

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Pantanal em chamas em 2020. Fonte: Reprodução

Conforme dados fornecidos pelo Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) neste domingo (15/08), pesquisa que recebe apoio do WWF-Brasil, cerca de 57% do pantanal teve sua área totalmente queimada ao menos uma vez.

A pesquisa aponta que cerca de 60% de cada bioma estudado, sendo eles o Pantanal, a Amazonia e o Cerrado, esteve em chamas ao menos duas vezes, sendo o pantanal o mais atingido com cerca de 67% atingido pelo fogo entre os anos de 1985 a 2020, período que o projeto se propôs a investigar a trajetória do fogo.

O projeto desenvolveu um mapa a cada ano analisado e após isso foram sobrepostos os materiais coletados demonstrando que as queimadas haviam se tornado recorrentes, como apontado pela pesquisadora que coordena o projeto, Ane Alencar as queimadas são próprias do bioma, porém a sua extensão tem se tornado preocupante.

Segundo a pesquisadora, as imagens geradas pelos satélites foram analisadas com o auxílio de inteligência artificial, onde pixels de 30 m X 30 m tiveram suas áreas de queimadas estudadas, totalizando cerca de 8,5 milhões de quilômetros do território do país, investigados ao longo de 36 anos de pesquisa.

Para a pesquisadora, isso permitiu que se descobrisse os períodos de maior incidência das queimadas bem como os locais com maior e menor incidência do fogo. Segundo dados da pesquisa 20% do pantanal esteve em chamas ao menos duas vezes, 13% do bioma queimou três vezes e cerca de 9% incendiou quatro vezes. Ane Alencar afirma em entrevista para o portal G1 que "Tiveram áreas que queimaram muitas vezes, inclusive que queimou 15 e 16 vezes, uma área pequena".

Ela afirma que no Pantanal a extensão das queimadas e o fato de estarem ocorrendo em período de extrema seca, prejudica a capacidade do bioma de se reestabelecer bem como favorece espécies mais resistentes ao fogo.

Conforme dados dos Ministérios Públicos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, cerca de 60% do fogo que atingiu o Pantanal em 2020 foi provocado pela ação humana, sendo 4,5 milhões de hectares atingidos pelo fogo nesse período, segundo dados da pesquisa.

Os dados da pesquisa apontam que na Mata Atlântica, durante o período analisado, os meses de agosto, setembro e outubro, são um período de queimadas mais intensas no bioma que em sua maioria ocorreram em áreas de agropecuária e campestres, totalizando 80% do total de queimadas que ocorrem na região. O cerrado seria o segundo bioma mais afetado pelas queimadas, com cerca de 36 % de seu território atingido pelo fogo e a Amazônia viria em seguida com 16,4% do território afetado.

Segundo a pesquisado do projeto MapBiomas é necessário analisar as transformações do movimento do fogo e como este tem se expandido pelo território nacional, segundo ela, em 1985 o país possuía menos de 200 mil km² de área afetada pelo fogo e em 2020 se aproximou de 2 milhões de km², em uma “escalada constante e ininterrupta” afirma.

 
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