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Abaixo a Reforma Administrativa
Dia 18 de Agosto: por um plano de lutas nacional da nossa classe contra Bolsonaro e Mourão
Cássia Silva

No dia 18 de Agosto está sendo convocado pelas centrais sindicais um Dia Nacional de Mobilização, com paralisação nacional dos serviços públicos, contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro. Trabalhadores, estudantes, movimentos sociais vieram demonstrando seu descontentamento com o governo em manifestações desde maio deste ano. É urgente um plano de lutas nacional, através de assembleias organizadas em cada local de trabalho e estudo, por uma Greve Geral, para unir trabalhadores, juventude e setores oprimidos contra Bolsonaro, Mourão, militares e os ataques, em exigência às burocracias sindicais e estudantis, exigindo das burocracias sindicais, estudantis e dos movimentos sociais.

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No terreno nacional, estamos vendo brutais ataques serem aprovados contra a classe trabalhadora, o povo pobre, setores oprimidos e o futuro da juventude. A privatização dos Correios e a MP 1045 são aprovadas pelo Congresso e seguem para a sanção presidencial. Recentemente, foi escandalizada a fila do osso, em que pessoas comiam carne crua na própria fila de açougue, como resultado da profunda crise econômica atravessada pela pandemia que enfrentamos. Já são 570 milhões de mortes por covid no país, o desemprego atinge quase 15 milhões de brasileiros e os altos preços dos alimentos relegam o povo pobre a índices brutais de insegurança alimentar e fome.

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Depois da aprovação da reforma administrativa na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em maio de 2021, empresários como Flávio Rocha da rede Riachuelo reunidos no grupo “Unidos pelo Brasil” viram a oportunidade para aumentar a pressão por uma reforma ainda mais dura contra os trabalhadores. De outro lado, instituições do mercado financeiro chantageiam com a ameaça de “quebra de confiança” e uma disparada do dólar caso a reforma não seja aprovada. E Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados e representante do Centrão mais conectado a Bolsonaro, já anunciou sua disposição de tramitar a reforma administrativa na Casa até o final de agosto.

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A reforma administrativa é um mecanismo para avançar na privatização de serviços públicos e garantir os compromissos com o pagamento da criminosa dívida pública através de ataques aos trabalhadores como o fim da estabilidade e outros direitos trabalhistas, novas normas de contratação precárias, além de avaliação de desempenho visando milhares de demissões e aumento da terceirização. É um prosseguimento do projeto instaurado pelo golpe institucional de 2016 para livrar os capitalistas da crise que eles mesmos criaram, para que sejamos nós, trabalhadores, jovens, mulheres, negros, LGBTQIA+, que paguemos por ela, depois de terem aprovado a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista, Lei da Terceirização Irrestrita e EC do Teto de Gastos.

Por isso, é urgente e necessário organizar a classe trabalhadora para derrotar esse conjunto de ataques. Viemos demonstrando nosso descontentamento com o governo nas ruas, mas Bolsonaro, Mourão, militares, Congresso reacionário e Judiciário, estão unificados em nos atacar, mesmo com as diferenças entre si, as disputas entre eles, como o aumento do tom golpista de Bolsonaro e militares. O que acontece é um desfile de militares e ataques, que só a força da classe trabalhadora unificada com a juventude e os setores oprimidos é que pode barrar e derrotar, com um sério plano de lutas construído nas bases, nos locais de trabalho e estudo, com assembleias com direito a voz e voto, para impor uma Greve Geral.

Diante do esvaziamento dos atos, assumido até mesmo pelas direções de esquerda, como apontou um dirigente da Frente Povo Sem Medo, dizendo que os atos “perderam tração”, a realidade mostra que a política das direções burocráticas dos sindicatos e entidades estudantis, como a CUT, a CTB e a União Nacional dos Estudantes (UNE), dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, é que haja um desgaste do governo Bolsonaro, mas que não aponte uma saída da própria classe trabalhadora. Não podemos deixar que nosso descontentamento seja canalizado para uma saída eleitoral da candidatura de Lula em 2022 que não vai dar uma saída real para a crise que vivemos.

É necessário enfrentar os ataques através dos métodos da classe trabalhadora que coloquem prejuízo aos patrões para botar um basta a essa crise que é descarregada em nossas costas. E para isso, é preciso exigir das direções, que chamam atos isolados, que não unificam trabalhadores, estudantes e setores oprimidos, a construção de um plano de lutas real, que fortaleçam as lutas em curso, como a greve de mais de um mês dos 700 trabalhadores da construção civil da MRV em Campinas, que lutam pela PLR e por melhores condições de trabalho. Basta de isolamento dessa luta e de divisão entre os trabalhadores, a juventude e os movimentos sociais.

A estratégia das grandes centrais sindicais tem sido exatamente o oposto disso, e vêm atuando para descomprimir de forma controlada a insatisfação social com a situação do país, ao mesmo tempo em que assinam conjuntamente o pedido de super-impeachment de Bolsonaro. É uma atuação consciente para conter a disposição de luta que veio se expressando nas manifestações de rua e isolando as paralisações e greves que vem ocorrendo nacionalmente.

Para enfrentar a Reforma Administrativa, é preciso uma aliança entre os trabalhadores dos serviços públicos com o conjunto da classe trabalhadora e da população, defendendo um programa que atenda os seus interesses, como a defesa de emprego digno para todos, um auxilio emergencial de pelo menos um salário mínimo, a revogação da Lei de Teto de Gastos e da Lei de Terceirização Irrestrita, assim como as reformas trabalhista e da previdência. Por isso, o dia 18 de agosto deveria ser parte de um plano de luta que unificasse as fileiras do conjunto da nossa classe.

Nesse sentido, fazemos um chamado aos movimentos sociais e às organizações de esquerda, como PSOL e PSTU, e seus parlamentares, a batalhar por uma orientação política alternativa para derrotar a reforma administrativa e o conjunto de ataques. Seria muito mais potente a exigência às grandes centrais sindicais por um plano de lutas concreto que preparasse uma greve geral se a partir de sindicatos dirigidos pela CSP-Conlutas e as Intersindicais, se a esquerda construísse um Comitê pela Greve Geral para se dirigir aos trabalhadores na base dos sindicatos das grandes centrais com essa exigência. Assim como cercar de solidariedade a greve da MRV e que os parlamentares do PSOL colocassem os seus mandatos a serviço de fortalecer as medidas de organização e luta extra-parlamentar para desmascarar a estratégia das direções burocráticas das centrais e derrotar de fato Bolsonaro, Mourão, militares e os ataques.

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