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Parceria público-privada
Instituto parceiro da FE-Unicamp é financiado pela MRV, empresa que se nega a pagar PLR aos trabalhadores
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria

Instituto Iungo, parceiro da Unicamp e da Faculdade de Educação desde dezembro de 2020, após ser aprovado convênio pela congregação antidemocrática da faculdade, é mantido pela construtora MRV, a mesma que submete trabalhadores ao trabalho precário e se nega a pagar PLR aos trabalhadores, um direito trabalhista conquistado pela luta da classe trabalhadora.

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Em meio a uma grande crise sanitária, econômica e social, os trabalhadores da MRV em Campinas estão em greve há mais de 15 dias exigindo da empresa o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados da empresa) e condições dignas de trabalho. Há denúncias de que a empresa não disponibiliza sequer papel higiênico nos canteiros de obra para os trabalhadores. A MRV é a maior construtora do Brasil e está entre as 100 maiores do mundo, com lucros que chegaram a R$ 137 milhões no 1º trimestre deste ano com alta de 31% em um ano. Ainda assim os milionários donos da construtora não fazem o mínimo de direito dos trabalhadores que é pagar uma parcela disso. Justamente os que deixam seu suor na construção de imensos e luxuosos apartamentos que depois de prontos jamais poderão entrar. E Bolsonaro e governadores como João Doria compartilham desse projeto, pois não escondem em nenhum momento que suas prioridades são manter o lucro das grandes empresas enquanto os trabalhadores pagam pela crise que eles criaram.

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A MRV, através do Instituto MRV, financia o Instituto Iungo, uma empresa voltada para a educação, que tem como objetivo moldar o ensino de acordo com seus interesses, os interesses dos empresários e dos capitalistas, que são antagônicos aos interesses da juventude e da classe trabalhadora. Desde dezembro de 2020 estabelecem uma parceria com a Unicamp e a Faculdade de Educação, parceria essa aprovada pela antidemocrática congregação da faculdade e foi amplamente rechaçada pelo conjunto dos estudantes e alguns professores.

Nesta parceria a FE-Unicamp recebe um valor de R$50 mil para produção de materiais audiovisuais em troca de divulgar o nome da empresa em eventos e dentre os “Parceiros da Unicamp”, além de permitir que a empresa carregue o logo da universidade em seu site, adquirindo credibilidade e visibilidade para influir no processo educacional das escolas, fornecendo materiais pedagógicos, planos de aula, dicas metodológicas, videoaulas, além de ter propostas de formação continuada para professores, também atuar nos ramos de pesquisas educacionais.

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É um absurdo que a Faculdade de Educação da Unicamp se sujeite a apoiar empresas como essa, que exploram e lucram em cima de milhares de trabalhadores, uma maioria negra e nordestina e que tem como perspectiva uma educação acrítica, produtivista, que sabota o futuro da juventude moldando sua formação ao mercado de trabalho precário. Esta empresa é uma entre inúmeras outras que têm relação com a Universidade, tanto que a Unicamp compete com a Petrobras em número de patentes. Expressão cabal de como a privatização vem avançando nas universidades públicas, dando poder às empresas para guiarem o conhecimento que é produzido a serviço de seus interesses.

Precisamos de uma forte luta dos estudantes, professores e de toda a classe trabalhadora contra a opressão e a exploração que empresas do grande capital, como a MRV, impõem à população, bem como precisamos varrê-las das universidades públicas para que as instituições possam de fato se voltar aos interesses dos trabalhadores e da população. Devemos nos apoiar e inspirar pelos 700 trabalhadores da MRV em Campinas que estão em greve mostrando que o único caminho para arrancar todos os direitos e acabar com esse sistema miserável é a luta. Toda solidariedade a esses trabalhadores!

 
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