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Independência de classe
A auto-organização dos trabalhadores pode derrotar Bolsonaro, militares e a direita
Caio Reis

A organização democrática dos trabalhadores e do povo pobre para decidir os rumos da luta é o que pode abrir um caminho na luta de classes para derrotar Bolsonaro, Mourão, os militares, o conjunto da direita e das instituições desse regime degradado, os verdadeiros responsáveis pela situação de crise sanitária, econômica e social em que nos encontramos.

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A classe trabalhadora brasileira, a juventude e o povo pobre vem sofrendo os impactos cumulativos da pandemia e da crescente situação de miséria social. À desigualdade na vacinação se soma ao desemprego, a fome no celeiro do mundo e a alta do custo de vida, além de privatizações, a reforma administrativa e a violência contra as mulheres, LGBTs, o povo negro e os povos indígenas.

A responsabilidade de Bolsonaro, Mourão e seu governo de militares atravessa toda essa catástrofe, com seu negacionismo, escândalos de corrupção e atrasos na compra de vacinas, governando para os latifundiários, o capital financeiro e os grandes empresários. E a fusão do governo Bolsonaro com o centrão, assumindo seu lugar de origem na política fisiológica brasileira em uma tentativa de recomposição rumo a 2022, prepara mais terreno para nos atacar em nome do lucro dos capitalistas e dos privilégios da sua casta de representantes corruptos.

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Enquanto isso, a retomada das ruas nos últimos meses expressa uma disposição de luta que vem sendo limitada pelas direções burocráticas do movimento de massas, como o PT e seu satélite PCdoB, que dirigem a UNE e as principais centrais sindicais (CUT e CTB) e impõem através daí uma lógica de restringir a mobilização ao papel de fortalecer a farsa da CPI da Covid e pressionar o regime por um impeachment de Bolsonaro (que colocaria Mourão no poder), entregando o protagonismo político nas mãos da direita fisiológica do Congresso e não nas dos trabalhadores e da juventude. Isso se dá na tentativa de preparar terreno para a candidatura de Lula em 2022 - através da construção de uma frente ampla com o apoio de setores burgueses - uma estratégia de pressão e desgaste que não faz mais do que fortalecer alas do regime que também são responsáveis pela condição desesperante que vivemos hoje, além de também abrir espaço para o surgimento e fortalecimento de uma terceira via eleitoral da direita neoliberal tradicional.

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Da mesma forma, é repudiável a defesa que PT, PCB, UP, PSTU e correntes do PSOL fazem da presença de partidos da direita tradicional como o PSDB nos atos. Nossa unidade tem que ser com a classe trabalhadora, a juventude e o povo pobre, por uma saída política com independência de classe e por um programa para que os capitalistas paguem pela crise.

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Para isso, é necessário que a base dos trabalhadores e da juventude assumam o protagonismo, superando as direções que os tratam como massa de manobra eleitoral e decidindo os rumos da luta através de assembleias democráticas e plurais (mas sem abdicar da independência de classe) nos locais de trabalho, estudo e nos sindicatos, com direito à voz e voto para todos e todas, unindo efetivos e terceirizados, e endossando nossa confiança em na força da nossa classe, com o objetivo de construir um plano de lutas com greve geral para derrubar o governo e os ataques.

A esquerda que se reivindica oposição aos métodos burocráticos das direções de massas deveria dar um exemplo e convocar espaços de auto-organização para votar esse plano nas entidades estudantis e sindicatos onde dirigem, como a CSP-Conlutas e as Intersindicais. Nesse sentido, acreditamos que é preciso conformar um Comitê Nacional pela Greve Geral, que junto à construção de uma ala classista e antiburocrática no movimento operário poderia ter força para se dirigir aos trabalhadores da base das grandes centrais e pressionar a romper a paralisia de suas direções.

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Essa perspectiva de independência de classe, baseada no protagonismo da classe trabalhadora como sujeito político, junto de seus aliados, é a única capaz de abrir caminho para um combate decidido contra a extrema-direita de Bolsonaro e Mourão, os militares enraizados no Estado, os golpistas do centrão e todas as outras variantes de direita que buscam tirar algum proveito em cima de nosso ódio desse governo, bem como se trata da única alternativa ao reformismo petista, que pretende que sigamos passivos para então poder governar novamente junto com empresários e políticos inimigos dos trabalhadores, em um regime muito mais degradado do que o anterior.

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Como expressamos em nosso Editorial, para derrotar todos os ataques consideramos que a força da nossa luta deve impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, dissolvendo todas essas instituições atuais que nos atacam e exercendo a soberania popular diante dos grandes problemas do país, congelando o preço dos alimentos e confiscando os estoques do agronegócio, suspendendo o pagamento da dívida pública, proibindo as demissões e revogando todas as reformas anti-operárias e projetos de leis contra os indígenas.

Em um processo assim, a auto-organização das massas desempenharia o papel fundamental de defender a efetivação dessas medidas contra a repressão estatal, que está disposta a nos massacrar para garantir os lucros dos capitalistas e sua propriedade privada. Desse enfrentamento ficariam evidentes os interesses de cada classe e a necessidade de avançar por um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Essa é a batalha que nós do MRT e do Esquerda Diário levamos adiante e por isso convidamos você a lutar por essas ideias conosco e ser parte da nossa Comunidade.

 
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