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Absurdo
Reitoria da USP despeja estudantes do CRUSP em meio à pandemia
Redação

Na segunda-feira, 26/07, os estudantes do Conjunto Residencial da USP (CRUSP) foram surpreendidos com a notícia absurda que teriam até o dia 15/08 para desocupar o bloco D por completo no meio da pandemia. A reitoria anunciou tal medida sem aviso prévio sob a justificativa de que irá realizar uma reforma no bloco, processo anunciado sem qualquer participação efetiva dos próprios moradores que sofrem todos os dias com a precariedade da moradia estudantil.

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Crédito: página do Facebook @cruspusp

São dezenas de estudantes que terão menos de 20 dias para se retirarem de seus locais de moradia, sem garantia nenhuma de que terão seus apartamentos devolvidos num prazo de no mínimo 1 ano, conforme o anunciado. Segundo a Superintendência de Assistência Social (SAS), os estudantes nessa situação possuem duas opções: aceitar um auxílio moradia completamente irrisório de 500 reais para sobreviver em uma das cidades mais caras do mundo, ou se realocar nas vagas já completamente ausentes dos demais blocos da moradia estudantil da universidade.

Para além, é claro, dos estudantes que não tiveram o direito de serem moradores regulares do CRUSP, já que existe um número completamente limitado de vagas destinadas para a permanência estudantil na universidade.

Em meio a ataques à permanência estudantil em centenas de universidades pelo país e cortes orçamentários nas universidades federais, a perda de dados da CNPq e diversos ataques à educação, uma das maiores universidades da América Latina não sai blindada. Pelo contrário, com a gestão privatista e neoliberal do PSDB, as três estaduais paulistas vêm há anos sendo atacadas e precarizadas pela gestão tucana.

Somente neste ano, os estudantes tiveram que se enfrentar com os atrasos nas bolsas de permanência, a repressão policial dentro da residência estudantil, marmitas com deficiência de nutrientes e até insetos, como gafanhotos. Isso tudo, atrelado ao histórico de abandono das residências estudantis que se encontram mofadas, com infiltrações, sem cozinhas e lavanderias funcionando e tantos outros problemas estruturais que estamos exaustos de reclamar. Enquanto isso, a reitoria da USP e o conselho universitário, no alto de seus salários exorbitantes, trabalham para levar a frente seu projeto privatista, com a notícia de que será instalada uma universidade privada dentro do Campus.

Apesar de todo nosso repúdio contra tais situações, a reitoria elitista e racista da Universidade de São Paulo (USP) segue com seu projeto ignorando totalmente as nossas reivindicações, pois em vez de atender às nossas demandas, faz o contrário, aumentando a repressão dentro do Campus, como vimos com a instalação da base fixa da PM; ou, realizando eventos luxuosos em meio a pandemia, como foi o Boat Show - evento milionário na raia da USP de venda de lanchas e iates que pagariam milhares das nossas bolsas. Além disso, avisou ontem que os moradores do CRUSP têm aproximadamente 15 dias para arranjarem um outro apartamento nos demais prédios - que não possuem vagas - ou então se contentarem com o mísero auxílio de R$ 500,00, que sabemos que é extremamente insuficiente, para arranjar um lugar para morar no meio da pandemia.

Essa situação não é isolada, e nós, da Juventude Faísca, sempre viemos defendendo que isso não se desliga da situação nacional. Mas muito pelo contrário, pois desde o golpe institucional de 2016 vemos ataques cada vez mais duros contra a nossa educação, tanto com o Teto de Gastos do governo golpista de Temer, quanto com os ataques federais agora no governo Bolsonaro.

Frente a absurda situação em que se encontram neste momento dezenas de estudantes que, desamparados pela universidade, serão despejados de suas moradias, exigimos a devolução imediata dos blocos K e L e a garantia de moradia digna para todos os moradores do bloco D por parte da Reitoria, com a disponibilização de uma bolsa de auxílio moradia de um salário mínimo. Não tem ninguém que possa melhor avaliar sobre as necessidades em relação a um projeto de reforma no CRUSP se não aqueles que vivem na pele todos os dias a precarização das condições de vida impostas por essa reitoria. São os próprios moradores do CRUSP que devem decidir cada passo do processo de reforma, assim como a garantia de que tenham seus apartamentos devolvidos ao final do processo.

Para isso, precisamos que o nosso Diretório Central dos Estudantes (DCE), entidade máxima de representação dos estudantes da universidade, se coloque a serviço dessa luta. Convocando uma assembleia geral dos estudantes para que possamos debater como garantir moradia digna para todos os estudantes que hoje habitam o CRUSP, regulares ou não.

O conjunto das entidades do movimento estudantil, em especial aquelas dirigidas pelas correntes de esquerda como PSOL (Afronte e Juntos), Rebeldia, Correnteza e UJC (MUP) precisam se colocar a serviço dessa exigência. Precisamos unir estudantes e trabalhadores em defesa dos moradores do CRUSP que hoje vêem sua garantia de moradia ameaçada pela política da reitoria da USP!

 
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