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Fora Bolsonaro e Mourão
Militares são um pilar dos ataques à classe trabalhadora e oprimidos no Brasil
Calvin de Oliveira
Estudante de Geografia da UFF - Niterói

Já são 7 mil militares em postos do governo, maior número desde a ditadura em setores chaves do Estado e governo brasileiro. Desde o golpe institucional de 2016 mas também nos governos petistas, militares foram ganhando protagonismo e o salto foi a eleição de Jair Bolsonaro. As forças armadas brasileiras representam o interesse do setor mais reacionário brasileiro, o agronegócio (com ligações ao imperialismo), além da nostalgia do passado autoritário da ditadura civil-militar.

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Foto: Congresso em Foco

Com escândalos da Covaxin e investigações da CPI da Covid(que como explicamos aqui servem para salvar um setor do regime), militares tomaram a dianteira de uma narrativa golpista contra as ações da CPI que começavam a chegar nas forças militares. Braga Netto declarou a Arthur Lira necessidade do voto impresso para as eleições de 2022 e demonstra que, ainda que o Centrão e Forças Armadas tenham bases do agronegócio, militares mostram a cara real da burguesia brasileira em seu setor não eleito por voto popular.

Intervenção das forças brasileiras no Haiti e nas operações militares nas favelas do Rio, junto com tutela militar da Constituinte de 88 e o desaparecimento e morte suspeitas de testemunhas e denunciantes contra a ditadura militar, como no caso de Rubens Paiva. São alguns exemplos que demonstram as ações de agentes militares que ainda que desprestigiados no pós-ditadura foram ganhando relevância durante os últimos anos e saída da ditadura e que a Constituinte de 88 teve uma saída pactuada com tutela dos militares.

Como analisa Lanfredi: “Os oficiais da toga e da farda no país são especialmente sulistas e interioranos (e crescentemente do centro-oeste). Essas carreiras de estado se oferecem como uma opção para ascensão social e econômica e servem por mil e uma conexões às crescentemente fortes classes dominantes locais. O agronegócio cresce em todo o país, mas especialmente no centro-oeste, no interior dos estados sulistas e expande sua influência a parte da região norte. Esse crescimento faz que parte do país não tenha tido queda na economia mesmo com a pandemia.”

Com 80 tiros em Evaldo no Rio de Janeiro, e declarações de preparação autoritária contra levantes no Brasil, ao momento que nossos vizinhos chilenos e colombianos protagonizaram grandes lutas contra Piñera e Duque, aliados de Bolsonaro. Militares são também polo de repressão da classe trabalhadora e oprimidos, como a população negra. Garantem a ordem e a estabilidade para garantir os lucros do agronegócio e seus privilégios e corrupções dentro do Estado.

Saiba mais: Brasil: ano V do golpe institucional

Para se livrar desse poder sem voto, como já mencionei Lanfredi, é preciso derrotá-los na luta de classes, não nas eleições que agora também querem tutelar ou no impeachment. Só a força da classe trabalhadora organizada desde as bases, com uma greve geral pode tremer e pôr em xeque esse poder reacionário brasileiro. Por isso chamamos a esquerda e é imprescindível que se ponha de pé um comitê pela greve geral para pressionar unificada, a CUT e CTB - dirigidas pelo PT e PCdoB que utilizam as manifestações para fortalecer Lula e não a classe trabalhadora - a se movimentarem por uma greve geral e um plano de lutas.

Dentro desse comitê e desde antes já fazemos esse debate, defendemos que com a força da classe trabalhadora, não podemos almejar o impeachment que não toca nos militares no regime e põe Mourão no lugar de Bolsonaro, general racista, além de fortalecer Lira e o Centrão que são outra expressão do agronegócio. Precisamos defender uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana - diferente da de 88 que teve a tutela dos militares com a saída pactuada da ditadura - poderia se discutir a fundo os problemas do país e acelerar a luta e organização da classe trabalhadora, negros, lgbt’s, mulheres e estudantes em rumo a um governo de trabalhadores em ruptura com o capitalismo.

 
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