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LGBTQIA+
É preciso mobilização contra a violência às mulheres trans e pessoas LGBTQIA+ no Pernambuco
Cristina Santos
Recife | @crisantosss

Em um intervalo de menos de um mês, foram 4 vítimas de transfeminicídio: no dia 19 de junho Kalyndra da Hora foi assassinada por asfixia pelo companheiro dentro de sua casa. No dia 24 de junho Roberta foi queimada viva no Cais de Santa Rita e após 15 dias lutando por sua vida, veio à óbito no dia 09 de julho; Crismilly Pérola, a Piupiu, foi assassinada na Várzea no dia 05 de julho. No dia 7 também de julho, em Santa Cruz do Capibaribe,Fabiana foi morta a facadas. Todas mulheres trans do estado de Pernambuco.

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Foto: Reuters

No final da última semana, no dia 19, recebemos a notícia de que um homem trans e uma travesti haviam sido esfaqueados também no estado. Além disso, não tiveram seus nomes respeitados, tendo sido veiculadas notícias com seus nomes de registro de nascimento. Só nos primeiros 3 meses de 2021 foram registrados 604 crimes contra pessoas LGBTQIA+ no estado, sendo também o sétimo estado mais perigoso para uma pessoa trans ou travesti viver.

Não se pode esquecer que nas primeiras semanas do governo Bolsonaro, Damares foi escolhida para promover "a nova era do Brasil: menino veste azul e menina veste rosa". Depois, direitos LGBT já conquistados foram sendo retirados. Além disso, a promoção de campanhas de combate as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) foram feitas em base a discriminação e estigmatização da população LBGTQI+. Tudo isto em nome da guerra contra a suposta "ideologia de gênero". Isso para deixar nítido que o governo Bolsonaro alimenta a violência contra todes que desafiamos a heteronormatividade vigente.

A brutalidade com a qual pessoas trans e travestis precisam conviver contrasta com a demagogia da mídia golpista e demais setores do golpismo institucional, que discursam que há inclusão por terem incluído pessoas trans dentro de seus programas, mas que seus representantes políticos quando no parlamento, se colocam contrários à toda política de apoio e assistência as LGBTQI+’s e também fomentam os ataques e desmonte de direitos que recaem sobre a classe trabalhadora de conjunto, mas que sabemos que pesa muito mais forte sobre os setores que já se encontram em vulnerabilidade, relegada aos piores postos de trabalho, com nenhum ou poucos direitos, quando não são obrigadas a entrar na prostituição para sobreviver, como foi o caso de 72% das vítimas fatais de LGBTfobia em 2020.

Precisamos direcionar nosso ódio para destruir esse sistema que se apoia em opressões como é o machismo, a LGBTfobia, a misoginia e o racismo para lucrar e seguir nos relegando à miséria.

Por isso é importante que as bandeiras da luta LGBTQIA+, esteja presente em todas as lutas contra esse governo misógeno e machista e que a classe trabalhadora e demais setores oprimidos levantem demandas como a necessidade de um plano de emergência de combate aos assassinatos e violência às LGBTQI+s, que garanta subsídios do Estado para vítimas de violência e pessoas trans em situação de prostituição, ensino sexual não hétero ou cis normativo nas escolas, cotas trabalhistas nas empresas estatais e privadas, saúde LGBTQI+ acessível e de qualidade. Assim como a legalização do aborto para mulheres cis e homens trans e a ampliação de postos especializados de atendimento para pessoas transgêneros, com acesso aos hormônios e cirurgias sem necessidade de laudos psicológicos ou psiquiátricos; todas iniciativas que poderiam ser garantidas a partir do não pagamento da dívida pública, mecanismo que serve para que os governos continuem enchendo os bolsos de banqueiros.

Estas bandeiras precisam estar ligadas ao enfrentamento contra Bolsonaro, Mourão, Damares Alves e todos os ataques que recaem na classe trabalhadora, como o exemplo que estamos vendo no Estado Espanhol, onde foram feitas grandes manifestações em mais de 100 cidades em repúdio ao assassinato de Samuel, um jovem gay brasileiro de apenas 24 anos, onde foi colocada a responsabilidade do estado e a necessidade de combater o sistema capitalista que alimenta ódio contra as pessoas LGBTQIA+.

Aqui no Brasil, precisamos enfrentar o Bolsonarismo que odeia as pessoas LGBTQIA+ também com a nossa mobilização, junto aos sindicatos e o movimento estudantil e desde o Esquerda Diário e Movimento Revolucionário de Trabalhadores, estamos colocando a necessidade de construirmos uma Greve Geral, a partir de um plano de luta unificado da classe trabalhadora junto aos setores oprimidos como são as pessoas LGBTQIA+, mulheres, negras e negros, indígenas, onde a partir dessa luta possamos impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, onde possamos deliberar, decidir e resolver as questões que afligem os de baixo, como por exemplo as urgente as demandas relativas à população trans, no caminho de acabar com esse sistema de miséria, que trata nossos corpos como mercadoria e naturaliza a violência contra os que ousamos a romper com os padrões heteronormativos e cisnormativos.

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