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Relatório do Banco Mundial
No Brasil, empregos e salários vão continuar afetados por 9 anos devido a pandemia
Redação

Novo relatório do Banco Mundial projeta uma recuperação lenta de salário e empregos em países da América Latina e Caribe, a tendência apontada é que o emprego formal mantenha-se reduzido de forma “longa e expressiva”.

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Foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas

O estudo aponta um cenário oposto ao otimismo econômico no mercado brasileiro, que apostava em uma suposta recuperação já neste segundo semestre, mas em especial para o ano que vem. Se os lucros do agronegócio e de atividades de extração primária aumentam, as consequências da crise capitalista, das demissões, cortes de salários e direitos, também se intensificam para os trabalhadores.

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Se a crise energética que se aproxima e a instabilidade política já eram fatores negativos nessa projeções de recuperação, o relatório “Emprego em crise: Trajetórias para melhores empregos na América Latina pós-Covid 19” afirma que os efeitos devastadores nos salários e empregos, consequentemente nas condições de vida e trabalho de milhões de trabalhadores sem ensino superior, podem perdurar por 9 anos.

"No Brasil e no Equador, embora os trabalhadores com ensino superior não sofram os impactos de uma crise em termos salariais e sofram apenas impactos de curta duração em matéria de emprego, os efeitos sobre o emprego e os salários do trabalhador médio ainda perduram nove anos após o início da crise", aponta o relatório.

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Questionável é a afirmação de que não há impactos em termos salariais para trabalhadores com ensino superior, já que os patrões se aproveitam das crises e do desemprego recorde para diminuir a média salarial, cortar direitos e aumentar a intensidade do trabalho. Contudo é um fato que trabalhadores sem qualificação superior são os que mais sentem o peso da crise com a taxa recorde de 14,7% de desemprego que se mantém estável.

A grande instituição do mercado financeiro mundial também afirma que o nível de empregos informais pode continuar menor por um ano e oito meses. Já a recuperação de empregos formais demoraria mais de dois anos e meio para ocorrer, se baseado nos padrões de recessões anteriores. O que significa que as altas taxas de desemprego e informalidade vieram para ficar por muitos anos.

Segundo o relatório, os jovens trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho durante a pandemia tiveram um início de carreira muito pior, do qual não conseguem se recuperar.

Tal estudo, realizado por uma instituição capitalista mundial que ocupa o papel de chantagear e impor programas econômicos de ajustes, privatizações e entrega de riquezas de nações empobrecidas em troca de empréstimos com juros abusivos, demonstra que os próprios dirigentes do mercado financeiro internacional se preocupam com a intensidade e os efeitos da crise capitalista na América Latina. Não por uma questão de dignidade humana, mas pela apreensão com o cenário de revoltas que outros estudos projetaram e já vêm sendo realidade nos últimos anos em vários países da região, o que pode prejudicar a estabilidade política esperada pelos investidores e acionistas.

 
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