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Vale do Paraíba
[VÍDEO] Trabalhadora lesionada da LG denuncia empresa por não pagar indenização acordada
Redação

LG descumpre acordo firmado com os trabalhadores e se recusa a pagar o adicional que teriam direito na indenização que foi acordada após a greve realizada pelos trabalhadores, por conta do anúncio de fechamento da fábrica. Veja vídeo.

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A fábrica da LG de Taubaté anunciou no início deste ano que, com o fechamento do setor de celulares, demitiria mais de 705 funcionários, sem contar as trabalhadoras terceirizadas de outras fábricas fornecedoras na região.

A convenção coletiva da categoria estabelecia que os funcionários com doença ocupacional permanente (enquadrados na condição B94) teriam estabilidade até de emprego até a aposentadoria, afinal é muito difícil que estes funcionários consigam se realocar em outro trabalho nessas condições de saúde. Mas com o fechamento desse setor de celulares, a empresa vai demitir todos os funcionários.

Os trabalhadores fizeram greve e conquistaram uma indenização em que, de acordo com o que foi firmado em negociação do sindicato com a empresa perante a justiça, trabalhadores com doenças ocupacionais e sequelas que reduzam a sua capacidade de trabalho permanentemente (portadores de estabilidade B94) teriam pleno direito à indenização social, conquistada pela greve, além de um adicional que garantisse que pudessem se manter sem precisar se realocar em outro serviço. A empresa, entretanto, decidiu descumprir o acordo, e está se recusando a pagar esse adicional.

"Qual a empresa que vai pegar essas pessoas? Com o ombro lesionado, coluna lesionada...", afirma uma das trabalhadoras em vídeo de entrevista para o Esquerda Diário. "Eu, por exemplo, tomo morfina, uso um aparelho que custa 100 mil reais, tenho que fazer controlamento desse aparelho de mês a mês [...]. Eu passei 8 anos lutando para comprovar que a minha sequela foi de movimento repetitivo, então eu queria uma resposta da empresa, do por que que ela não quer reconhecer esses funcionários."

Outra trabalhadora afirma também que a LG costumava reconhecê-los na "cota de deficientes" quando convinha para a empresa abater imposto, mas agora quando precisa pagar os direitos dos trabalhadores, não os reconhece: "A gente era enquadado na cota de deficiente, então ela [a empresa] abatia imposto em cima da gente, e agora ela não quer nos reconhecer?".

Diante disso, alguns trabalhadores se recusaram a assinar as cartas de demissão, e a empresa deu um prazo de 30 a 60 dias, que termina no fim de julho. "Muitas pessoas já foram mandadas embora sequeladas nessas condições né, sem um acordo legítimo de uma B94. Nós somos reconhecidos pelo INSS, somos documentados, tenho todos os documentos aqui".

Após a denúncia que soltamos aqui na semana passada e os trabalhadores cobrarem um posicionamento do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (CUT/PT), foi marcada uma nova audiência com o Ministério Público para a próxima terça-feira. Exigimos que a empresa cumpra o acordo firmado e pague a totalidade da indenização e o adicional que foram acordados.

O Esquerda Diário está à disposição para dar voz aos trabalhadores e suas denúncias. Contra barbaridades como essas que se espalham por todo país, é urgente que as grandes centrais sindicais organizem trabalhadores do Brasil inteiro em seus sindicatos, buscando antes de tudo barrar os fechamentos de fábricas e garantir todos os empregos. Os milhares de demitidos e toda a situação catastrófica que nossa população está passando são responsabilidade também do governo Bolsonaro e Mourão, que além de negarem vacinas para a população, deixaram as empresas demitirem sem nenhum impedimento. Só a força da nossa classe pode impor que não sejam os trabalhadores a pagarem por essa crise.

Documentos divulgados pelas trabalhadoras atestando a condição de B94:

 
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