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Trabalhadores, professores e estudantes da USP, Unesp e Unicamp fazem paralisação neste dia 15/07
Redação
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Neste dia 15/07 às 10h ocorrerá a segunda reunião de negociação entre o Fórum das Seis (que reune as entidades representativas dos trabalhadores, professores e estudantes da USP, Unesp e Unicamp) e o Cruesp (Conselho de Reitores das universidades estaduais paulistas). Para este dia o Fórum das Seis está indicando a realização de uma paralisação das atividades (remotas e presenciais) como forma de manifestar a indignação dos trabalhadores, professores e estudantes com as medidas adotadas pelos reitores e pelo governo de São Paulo.

A campanha salarial dos trabalhadores e professores das universidades estaduais paulistas ocorre em meio à pandemia que, em todo país já levou à morte de mais de 533 mil pessoas, a maioria composta por trabalhadores e setores pobres da população. Ocorre também em meio ao aumento da fome, do desemprego, da carestia do custo de vida e da imposição de ataques como as privatizações da Eletrobrás, dos Correios e a preparação da Reforma Administrativa (PEC 32 aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em 25/5/2021) mesmo em meio à crise política que atravessa o país, com os escandalos de corrupção envolvendo Bolsonaro e figuras do alto escalão do governo.

Apesar das disputas com Bolsonaro e de muita demagogia preparatória para as eleições de 2022, Doria é responsável em São Paulo pelas mais de 132 mil mortes (é o estado do país com o maior numero de mortos), deixando de garantir testes e EPIs para os trabalhadores da linha de frente como vimos no próprio HU da USP. Apenas nessa universidade, já passam de 36 trabalhadores efetivos e terceirizados mortos em decorrência da pandemia. Longe de estar controlada, a pandemia segue vitimando milhares de pessoas todos os dias inclusive pela disseminação de novas cepas como a Delta e a resposta de Doria a isso é anuncio do retorno às atividades presenciais nas universidades.

O que Doria vem tentando é demonstrar (mesmo sem êxito eleitoral até o momento) a viabilidade de uma alternativa da direita liberal disposta a aprovar medidas como o PL 529, uma versão paulista da reforma administrativa ao mesmo tempo em que se diferencia de Bolsonaro. Tanto é assim, que enquanto participa dos atos do 3J defendendo o impeachment de Bolsonaro o PSDB de Doria segue aprovando as privatizações, a Reforma Administrativa, e medidas de ataque aos trabalhadores como a retirada da sede do sindicato dos metroviários. Utilizando-se do discurso de que o funcionalismo é privilegiado em relação aos setores mais precários da classe trabalhadora, Bolsonaro prepara a aprovação da PEC 32 (Reforma Administrativa) que vai levar à maior precarização dos serviços públicos, privatizações e terceirização de setores inteiros tendo impactos para todos os estados do país.

Nas universidades estaduais de São Paulo, Doria e os reitores comemoram o menor comprometimento das últimas décadas do orçamento das universidades com folha de pessoal durante a pandemia (uma média de 73,23% em junho nas três universidades). O que não dizem é que esta margem foi alcançada graças à implementação de medidas de desmonte da educação e da universidade pública como os Parâmetros de Sustentabilidade Economico-financeira (que são a implementação da Lei de Responsabilidade Fiscal no âmbito das universidades) como o congelamento da contratação de trabalhadores, o arrocho salarial, a implementação de PIDVs que levaram à demissão de milhares de trabalhadores, o corte de bolsas e verba de permanência estudantil, o fechamento de unidades, a demissão em plena pandemia de centenas de trabalhadoras terceirizadas e a precarização das condições de trabalho, pesquisa e ensino nas universidades.

Se do ponto de vista discursivo, Doria e os próprios reitores das universidades estaduais buscam se diferenciar do discurso negacionista de Bolsonaro, não há qualquer dúvida ao se apoiarem nas medidas aprovadas por Bolsonaro para impor ataques nas universidades paulistas. Tanto é assim, que mesmo diante das perdas salariais já acumuladas no período de maio de 2012 a maio de 2021 (que somam 29, 81%), os reitores não titubearam em utilizar a Lei Complementar 173 aprovada por Bolsonaro em maio de 2020 para impor o congelamento de salários, adicionais de tempo e benefícios dos servidores públicos em troca de que o governo federal libere verbas para os estados e municípios.

Por tudo isso, neste dia 15/07 os trabalhadores, estudantes e professores das universidades estaduais paulistas vão paralisar as suas atividades contra o desmonte da universidade pública, em defesa de seus salários e direitos (estão reivindicando 8% de reajuste salarial) e contra o retorno irresponsável das atividades presenciais nas universidades. Mas também devem incorporar como parte da sua luta a exigência da revogação dos Parâmetros de Sustentabilidade, se aliando aos estudantes e professores para impor o fim dos cortes nas bolsas e aumentar o orçamento destinado à permanência estudantil. Precisamos exigir a revogação da LC 173 e do PL 529 e nos organizar junto ao conjunto dos trabalhadores no país para derrotar a Reforma Administrativa preparada por Bolsonaro e Paulo Guedes. Precisamos enfrentar o plano de retorno irresponsável às atividades presenciais defendido por Doria exigindo que os trabalhadores terceirizados tenham os mesmos direitos sem que hajam demissões e batalhando pela reintegração dos trabalhadores já demitidos como parte de nossas pautas. Junto à defesa do isolamento social precisamos exigir vacinas para todos com a quebra das patentes e sem indenização aos laboratórios e empresas, contratação emergencial de profissionais da saúde com concursos públicos e efetivação dos atuais trabalhadores temporários. Como parte da organização da nossa classe é fundamental apoiar os trabalhadores dos Correios contra a privatização anunciada por Bolsonaro.

Para levar a frente todas essas medidas é fundamental a organização dos trabalhadores, professores e estudantes a partir de seus locais de trabalho e estudo e, por isso é muito importante a realização de reuniões de unidade, setor e assembléias democráticas em que os trabalhadores possam ter voz e decidir cada passo de suas lutas. Nessa perspectiva, os sindicatos que compõem o Fórum das Seis poderiam debater esse conjunto de questões com as bases de suas categorias, se dirigir às centrais sindicais dirigidas pela esquerda como a CSP-Conlutas e Intersindicais para que organizem assembleias nas categorias onde dirigem para exigir das grandes centrais sindicais a organização de uma greve geral construída a partir dos locais de trabalho para derrubar Bolsonaro, Mourão e derrotar todos os ataques.

 
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