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Repressão
África do Sul: frente a crise social, protestos estão além de Jacob Zuma
Redação
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Foto: Guillem Sartorio / AFP

Jacob Zuma, 79 anos, que governou a África do Sul entre 2008 e 2018, foi condenado por desacato, por ordem do tribunal constitucional, ao se negar a comparecer nas sessões de inquérito dos crimes de corrupção que é acusado. Na noite de quarta-feira, 7 de julho, ele aceitou sua prisão, frente a condenação de 15 meses. Protesto a seu favor logo começaram em sua província de origem, KwaZulu-Natal e se estenderam por vários pontos do país, especialmente, Joanesburgo.

Zuma renunciou a presidência em 2018, empurrado por um golpe palaciano de seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (CNA). O vice-presidente Cyril Ramaphosa assumiu o governo através de um discurso anticorrupção.

A prisão de Jacob Zuma, expressa crises e divisões no seio do partido que governa a África do Sul desde o fim do Apartheid. O CNA congrega atualmente um conjunto setores burgueses, militares envolvendo em esquema empresariais e antigos dirigentes sindicais enriquecidos.

Muito além de Zuma

Apesar de parte de setores do CNA se voltarem contra Jacob Zuma, ele ainda mantém o controle de parte do partido e o início dos protestos aconteceram com marchas a seu favor e em repudio a sua prisão. Porém, a radicalidade dos protestos - que envolvem saques de loja e expressões de fúria popular – expressa uma crise política e social bem mais profunda. Os protestos estão muito além do apoio a Jacob Zuma.

Apesar da espetacularização do julgamento contra o ex-presidente, os casos endêmicos de corrupção no CNA continuam. As promessas de crescimento econômico não só não aconteceram, como aprofunda uma crítica situação de desigualdade econômica e social. O desemprego atinge índices históricos com 32,6%, ultrapassado os 46% entre os mais jovens. Não suficiente, os protestos ocorrem frente a um novo aumento de casos, internações e mortes devido uma nova onde pandêmica de Covid-19, que já atinge 65 mil mortos.

A violência e espontaneidade das revoltas indicam também um processo de deterioração da representatividade dos partidos políticos na África do Sul. O CNA, mesmo as alas em apoio a Jacob Zuma, não desejam uma situação convulsiva, mas não possuem condições de canalizar a profunda insatisfação popular. A crítica situação econômica e sanitária, além do aprofundamento da insegurança alimentar, indicam que na África do Sul pode se abrir um novo ciclo de protestos e manifestações.

 
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