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OPINIÃO
O PCO e seu lulismo funcional à direita tradicional e todo seu golpismo
Leandro Lanfredi
Rio de Janeiro | @leandrolanfrdi

O PCO ganhou súbita notoriedade a partir do confronto com tucanos em São Paulo. Desde então há iniciativas buscando criminaliza-los, o que nos opomos radicalmente. Suas ações, um tanto caricaturais e, aparentemente esquerdistas são, no entanto, profundamente funcionais ao PT e não a uma estratégia revolucionária. Sua deriva brutalmente capituladora a Lula e toda burocracia petista e cutista, tem raízes teóricas e políticas que buscaremos localizar nesse artigo.

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Faixa do PCO em Brasília, no ato que acompanhou "super-impeachment"

Somos radicalmente contrários a criminalização do PCO buscada por políticos burgueses, jornalistas de centro-esquerda e que encontra algum eco dessas posições em parte das correntes da esquerda brasileira. No entanto, o cerne desse debate expresso em alguns dos mais importantes sites do progressismo nacional, passa ao largo de qualquer posição de independência de classe. A política do PCO é tão diametralmente oposta à revolução como também são as posições daqueles que defendem dar as mãos à direita tradicional não só nos atos de rua como em governo. Numa posição e na outra há capitulação a Lula e por essa via a todo o regime político do golpe. Não é segredo que Lula tanto se esforça para negociar e perdoar todos agentes e interesses do golpe institucional, o PCO, tal como o próprio PT, busca mostrar outra coisa mas segue Lula nessa empreitada.

Uma localização estratégica tão lulista que não surpreenderia a adesão ao PT

O PCO passou de um grupo super-marginal durante todos anos de governo petista a alguma projeção midiática a partir de posicionamentos anti-golpe e contra a prisão de Lula. Sua localização estratégica, diferente de PSTU e diversas correntes do PSOL não foi de capitular ao golpismo, mas, também não foi uma localização de independência de classe e de batalha para que a classe trabalhadora pudesse entrar em cena com seus métodos.

O PCO foi e segue tendo uma posição de conselheiro da burocracia petista. Localizar-se como o mais lulista dos petistas e assim sair de seu ostracismo. Essa localização problemática ontem e hoje avizinha-se em se tornar algo especialmente nefasto quando Lula passa a ser peça crucial da manutenção dos ataques do regime do golpe e sua preservação sem Bolsonaro. O PCO passa a ser mais uma peça no vagão da conciliação que Lula está promovendo com a Bovespa, com o imperialismo e com todo o golpismo. Confrontar tucanos em atos de rua mas manter-se o mais fiel lulista mesmo quando o ex-presidente tenta costurar ações de governo com FHC é uma forte expressão de como o PCO é funcional ao PT, ajudando esse partido a oferecer uma aparência diferente à velha conciliação de classes só que agora em um regime político marcado pelo golpismo e sua continuidade. Esse lulismo do PCO, por esse caminho é funcional não só ao PT mas à burguesia tradicional e todo seu golpismo.

Desde sua guinada Lulista o PCO coloca no centro de sua agitação política “Lula Presidente”. Não se trata meramente da defesa do direito de Lula se candidatar e dos milhões de trabalhadores brasileiros que assim o desejarem votassem nele. Para o PCO se trata da ativa defesa e busca em influenciar os jovens e trabalhadores que os assistam a ver em Lula o “candidato da esquerda” e como “candidato em oposição ao imperialismo e o conjunto da burguesia” (como fala seu eterno presidente e porta-voz Rui Costa Pimenta no Brasil 247 de 06/07, ver especialmente minuto 48 do vídeo).

Se trata de posição radicalmente oposta a todo legado revolucionário de Marx, Engels, Rosa, Lênin e Trótski e suas batalhas intransigentes pela independência política da classe trabalhadora como pré-requisito para unidade desta e sua hegemonia sobre os demais setores oprimidos. Isso é be-a-bá do trotskismo na Teoria da Revolução Permanente, por exemplo.Porém é verdade, que há muitos escritos na história do movimento operário sobre frentes com conciliadores e a burguesia. Pode-se encontrar nos textos de Allende confiando no general democrata Pinochet boas citações em defesa de tal tática de conciliação. Há uma ainda mais vasta coleção de excertos do tipo na biblioteca dos stalinistas do PCB e da UP. Talvez uma frase de Stálin e Mao poderia estar melhor à mão do PCO para completar seu giro Lulista e dissolver-se no PT.

Pode-se vasculhar toda história do marxismo revolucionário e nela não se encontrará uma linha de como apoiar os conciliadores, ajudar a que estes ganhem autoridade no movimento operário como seria falar que eles são “candidatos de oposição ao conjunto da burguesia”. Destruir a influência de reformistas (ou menos que isso como no caso do PT) é pre-condição para que a classe trabalhadora tenha aspiração a lutar: primeiro em sua defesa, contra as degradações autoritárias da democracia burguesa, e passo-contínuo por demandas transicionais e pela revolução proletária.

Se o centro do programa é “Lula presidente”, se o centro da análise é falar quão anti-burguês é o conciliador Lula, há pelo menos duas perguntas sem resposta. Primeira, o que leva representantes burgueses tão conscientes como Delfim Netto, ministro da economia na ditadura, a não verem a essência anticapitalista de Lula que só Rui Costa Pimenta vê? Segundo, se o PCO tem como norte para o movimento operário convencer os operários que Lula é classista e que todo o programa deve se resumir a isso, porque não passa a ser uma corrente interna do PT e talvez conseguir mais holofotes sob as ordens de Gleisi, Dirceu e Companhia?

Se o centro da agitação, se o centro da política é a eleição de Lula, como faz o PCO, pode-se jurar pelo que quiser, mas estará trabalhando como água no moinho de uma política que é de aceitação dos ataques e de um regime político golpista, como faz o próprio Lula. Se o centro da polêmica tática é se tucanos podem ou não participar (devemos nos opor), se o impeachment pode ou não ser assinado por direitistas, o cerne de uma política de independência de classe passa muito longe. O PCO serve como uma mão esquerda do mágico (PT) que distrai o espectador enquanto o truque é feito na mão direita em reuniões com Sarney, FHC, FIESP, bancada evangélica.

É só ver a política do PCO para os atos de rua (por exemplo um de seus últimos panfletos para os comitês que impulsionam não há nada sobre os ataques (outro dia votou-se a privatização da Eletrobrás, agora pauta-se a dos Correios, a reforma administrativa, as várias privatizações da Petrobras, o desemprego, fome, nada). Não há nesse extenso panfleto uma linha de exigência ou mera menção a que a CUT deixe de paralisar a luta da classe trabalhadora para que essa possa se expressar com seus métodos de assembleia e greve e dar um salto no movimento pela derrubada de Bolsonaro. Também não há ali ou em toda a política deste partido um questionamento a que Mourão assuma, nem é de estranhar, afinal assinam pedido de impeachment (que colocaria Mourão no poder).

O grupo de Rui Costa pode não assinar o super-impeachment, mas assinaram o “impeachment popular” de maio de 2020 junto a parcela relevante dos impulsionadores do que hoje denunciam como fazendo o serviço da “frente ampla”. Não há um questionamento ao regime político golpista com táticas, programa, como buscamos fazer através da bandeira tática de lutar para impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. O PCO fala analiticamente contra as instituições mas tem uma resposta mágica para enfrenta-las: Lula, o “candidato contra o imperialismo e o conjunto da burguesia”. Falam contra a Frente Ampla se o timoneiro for alguém diferente de Lula, mas se for ele tudo bem, afinal ele é o candidato “contra o conjunto da burguesia” mesmo se estiver aliado a mesma.

O lulismo inverterado do PCO que se tratava de capitulação à burocracia da CUT durante o golpe, sem exigir-lhe nada, agora se converte em algo mais nefasto, se trata do ilusionista que tenta vender um Lula combativo e oposto à burguesia quando há diversas tratativas para que seu governo preserve todos os ataques do golpismo. Ao contrário do que diz o PCO e quem quiser fechar os olhos ao que faz o PT, Lula não só aceita os ataques que Bolsonaro, Guedes e todo regime político proporcionam, como já declarou em entrevista (a Reinaldo Azevedo) que privatizaria a Caixa (coisa que nem Guedes defende hoje em dia). Lula pode não ser o candidato de preferência de determinadas alas do imperialismo e da burguesia nacional, mas está longe de estar em oposição a mesma. Lula pode mais uma vez servir de válvula de segurança numa panela de pressão, ser condutor da contenção e administração de ataques (mesmo que em ritmo e intensidade inferiores as que puderam fazer um Temer ou um Bolsonaro). Mas nada disso importa aos mais lulistas do lulistas, apesar de tudo isso há que defender Lula porque afinal ele é o candidato “contra o conjunto da burguesia”.

Meia verdade não é uma verdade, o binarismo e campismo que rompem com o marxismo

A análise do PCO sobre Lula e o PT é totalmente unilateral. Não dá conta de como Lula e seu partido ao mesmo tempo que são a principal direção do movimento de massa atuam nesse a serviço da burguesia. Seu papel no movimento operário e no movimento de massa em geral é separar radicalmente as demandas democráticas das demandas econômicas, separar as demandas econômicas das demandas políticas e submeter cada um desses aspectos ao tolerável para a burguesia (inclusive ao latifúndio, agronegócio, bancada do boi, bala e bíblia, etc). A luta das mulheres, na perspectiva petista, deve ser contida no que for tolerável a líderes capitalistas de igrejas e seu obscurantismo, a luta no campo deve ir até o limite aceitável a Katia Abreu, e devemos ir às ruas por “fora bolsonaro”, preservando o general Mourão e sem colocar no centro nenhum dos ataques em aprovação hoje (Eletrobrás, Correios, etc).

A falta de preferência da burguesia por Lula e, que vários setores da mesma ainda não tenham jogado a toalha de uma “terceira via”, não significa “oposição ao imperialismo e ao conjunto da burguesia”. Não se pode dizer que o “conjunto da burguesia” estava com Bolsonaro em 2018, mas mesmo assim pode ser útil a toda ela, nem em 2002 pode-se dizer que o conjunto da burguesia estava com Lula mesmo que seu vice fosse um destacado empresário, tática que o PT quer repetir e os lulistas do PCO nem mencionam.

A coisa é ainda menos verdadeira de candidatura de classe quando se olha o “conjunto do imperialismo”. Em primeiro lugar há alas no imperialismo americano e este não é o único imperialismo do mundo e menos ainda o único a ter política e negócios no Brasil. Os imperialismos alemão e francês tiveram posição muito mais crítica ao golpe institucional de 2016 e a prisão de Lula do que o americano (em suas diferentes alas).

Esse binarismo elementar do PCO não se limita ao Brasil, percorre cada posição sua no globo (posições que só existem em jornal pois se trata de uma corrente que não tem nenhum laço internacional nem busca tê-lo, algo que mostra como suas raízes trotskistas estão cada vez mais perdidas). Em janeiro deste ano este partido publicou uma série de artigos que tinham como objetivo tornar Trump um mal-menor e criticar parcelas da esquerda que apoiavam Biden. Não há batalha pela independência de classe, na difícil e necessária batalha contra as ilusões dos trabalhadores em Biden e no partido democrata e a necessidade de desmascará-lo, não oferecer-lhes apoio sem cair na política de Trump. Não, nada disso. Trump é descrito como fascista mas ao mesmo tempo como mal-menor. Para oferecer esse exótico argumento falseavam posições da burguesia americana e faziam de Trump um louco sozinho sem burguesia que estaria toda ela (ou todas as partes determinantes) com Biden. Um artigo do tipo chama-se “Obrigado Trump” e outro com título ainda mais polêmico vai com garrafais “Trump o Melhor presidente da História dos EUA”. Essa posição do grupo dirigido por Rui Costa Pimenta não foi um fruto único de uma jaboticaba que so dá no Brasil, muitos anos antes o filósofo eslavo Zizek tinha defendido o mesmo, ainda que usando outros fundamentos e objetivos.

Esse “campismo” do PCO aparece em cada posição internacional, aparece em Maduro sendo só anti-imperialista, e um vasto etc. Há também precedente nas degenerações centristas do trotskismo algumas delas que o PCO guarda alguns vínculos de origem: lambertismo, lorismo, tema que renderia diversos debates interessantes mas um pouco esótericos visto que o PCO deixou de dar relevância a origem trotskista, algo inseparável de seu crescente lulismo. Até mesmo na “lojinha do PCO” é necessário ir até a página 5 para encontrar alguma caneca de Trótski. Trótski não está na descrição do grupo, na política do grupo e mal aparece no merchandising da "empresa PCO".

Um pilar de uma posição marxista está no internacionalismo. O manifesto comunista chama os proletários do mundo a se unirem. Para o PCO o Brasil virou o centro do mundo e a união dos proletários pode se resumir em um programa: Lula 2022.

Imagem de matéria do PCO lançando sua campanha em 20 de dezembro de 2020, 20 meses antes do pleito do ano que vem

Lula é tudo, frações revolucionárias no movimento operário, estudantil, de mulheres, dos negros, dos LGBTQIA+ nada

Em sua longa trajetória de existência o PCO não tem um exemplo da luta de classes para mostrar. Um aporte à classe trabalhadora em alguma dura batalha dada em algum lugar onde tinham influência e posições de direção sindical ou de minoria que fosse. Isso vale para o período pré-guinada lulista e posterior também. Até a recente ruptura de parte de seus militantes operários, dirigiam diversos sindicatos nos correios e dos frios em São Paulo. Não se conhece uma greve relevante que tenham dirigido, nem mesmo alguma ocupação de reitoria ou alguma movimentação estudantil relevante em décadas de existência. Também não se conhece uma exigência à burocracia da CUT em alguma luta, até mesmo as críticas são rarefeitas.

Tal como trabalham por Lula 2022, trabalham pela Articulação Sindical (corrente de Lula e Dirceu na CUT) até o Armageddon. A burocracia da CUT é um empecilho à luta dos trabalhadores, quem não batalha diariamente para supera-la, não com alguma solução mágica de ruptura à la PSTU (para depois capitular à direita) está trabalhando para perpetuá-la. Minar a influência dos conciliadores e daqueles que materialmente se sustentam com a conciliação (como a burocracia) é pré-condição de uma posição minimanete classista nem dizer revolucionária.

O trabalho de recuperar os sindicatos para a classe trabalhadora, ou seja, recuperar seu caráter democrático e classista passa por construir correntes reais com força militante nos locais de trabalho, correntes que batalhem pela independência de classe (ou seja contra a conciliação, portanto Lula entre outros). Correntes que busquem superar a divisão entre trabalhadores efetivos e terceirizados, empregados e desempregados, negros e não-negros, mulheres, homens, LGBTQIA+. Mas nada disso importa ao PCO importa tudo isso é “identitarismo” e a luta econômica também é bem pálida diante de sua cura universal: Lula 2022.

A oposição entre sindical e político, entre democrático e político, tão típico da burocracia da CUT e do PT ganham uma forma talvez mais acabada no PCO, bonsai do PT. Há, no seu site, programa para negros, para mulheres, e outros setores oprimidos mas zero preocupação com dialogar com as demandas existentes para arrancar da influência da burguesia. Tudo é encaixado numa caixinha de nefasto “identitarismo burguês”.O combate à influência da burguesia passa não pelo caminho de deslegitimar essas demandas, como fazem com frequência, mas em desmascarar o uso demagógico da burguesia, os becos sem saída de respostas institucionais e formar frações vinculadas à classe trabalhadora e o marxismo. Junto de sua crítica ao “identitarismo” está uma afirmação implícita de um “identitarismo proletário” sem gênero, raça, sexualidade. Qualquer semelhança com a burocracia sindical da CUT que relega cada opressão a uma secretaria sindical sem poder nenhum não é fortuita. Na guinada lulista o PCO é cada vez mais parecido com a burocracia cutista sem a força sindical daquela, e não à toa, tal como essa mostra nenhuma renovação em figuras e direção e um predomínio de homens brancos na sua composição, questão um tanto contrastante com o proletariado nacional.

A maneira de abordar os temas das opressões é ainda mais grave no Brasil de 2021 quando a maioria da classe trabalhadora é negra e mulher. A oposição entre essa composição da massa proletária e as conservadoras direções sindicais brancas, masculinas, envelhecidas, cis, hetero etc é imensa. A renovação “identitária” das direções pode ser a janela de ar fresco para renovar as próprias direções do proletariado. Isso não vai acontecer por passe de mágica, muito menos pela centelha divina da bandeira Lula 2022. Será trabalho consciente da fusão de duas batalhas: para que o conjunto do proletariado defenda as demandas dos negros, das mulheres, e todos oprimidos, e também da batalha no interior desses movimentos poli-classistas para surjam alas pró-operárias. Não há na burocracia do PT e CUT (nem nos seus seguidores-elogiadores do PCO) nenhuma das duas.

A orientação política de hoje não pode ser separada de nossos objetivos

Contentar-se em embelezar e oferecer conselhos a direção existente, e oferecer calma e diplomaticamente seu partido-programa de youtube é a nova fórmula de parcela da esquerda brasileira para sua velha capitulação. Essa orientação aparece de forma ainda mais acabada no PCO (e naqueles grupos que um DNA de origem lambertista e lorista como eles) onde tudo parece pronto e só falta a “massa aderir”. Trata-se de monstruoso pessimismo com o proletariado e com suas próprias capacidades, uma oposição radical à espontaneidade. O topo que o proletariado brasileiro pode aspirar segundo o grupo de Rui Costa é Lula 2022, então porque não abrir mão de uma existência que só é formalmente independente e ser consequente com sua política e aderir ao PT?

Repetem assim não o que a tradição marxista revolucionária orienta para construir no hoje a independência política que será ainda mais necessária amanhã. Fraturam o hoje do amanhã tal como os reformistas clássicos à la Kautsky ou seus petistas de admiração. Hoje é Lula, amanhã a revolução. Mas esse amanhã nunca vem porque ele é caudatário do hoje. A orientação lulista do PCO trabalha nefastamente para fortalecer nossos algozes de amanhã, nossos freios a se enfrentar com a burguesia e seu regime político golpista. Por esse caminho damos em Lula, e nunca na preparação de uma vanguarda que contribua à revolução socialista e à superação do PT pela esquerda.

 
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