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EUROCOPA
Jogadores da seleção inglesa sofrem ataques racistas após derrota
Redação

O ataque à tres jogadores depois da derrota na Eurocopa, somente por serem negros, é só a ponta do iceberg de um racismo mais estendido por trás de uma fachada de uma “sociedade multiétnica e inclusiva”.

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O primeiro-ministro Boris Johnson condenou nesta segunda-feira os insultos racistas na internet contra três jogadores ingleses que ontem erraram na disputa de pênaltis da derrota contra a Itália na final da Eurocopa disputada em Londres.

Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka foram submetidos a uma avalanche de insultos aberrantes e "emojis" com imagens de macacos e bananas postadas nas redes sociais após a final. A cor de sua pele e sua ancestralidade foram o suficiente para desencadear essa onda de ataques racistas.

“Esta seleção da Inglaterra merece ser saudada como heróis, não ser submetida a ataques racistas nas redes sociais. Os responsáveis ​​por esses abusos hediondos deveriam se envergonhar”, disse o líder conservador em mensagem em seu perfil no Twitter.

A Associação de Futebol também divulgou um comunicado logo após o término do jogo, descrevendo esse comportamento de alguns torcedores na Internet como "nojento" e instando a polícia a aplicar "as punições mais severas possíveis".

"Faremos todo o possível para apoiar os jogadores afetados e, ao mesmo tempo, pedir as punições mais rigorosas possíveis para os responsáveis", disse a FA.
A instituição disse ainda que continuará a fazer todo o possível para erradicar a discriminação no jogo, mas exortou o governo a agir rapidamente e a promulgar legislação adequada para que este tipo de abuso tenha consequências na vida real.

Além disso, ele considerou que as empresas de mídia social devem intensificar e assumir a responsabilidade e tomar medidas para banir os abusadores em suas plataformas, coletar evidências que possam levar a processos judiciais e apoiar para que suas plataformas fiquem livres desse tipo de abuso.

A Inglaterra, em casa diante de 67 mil pessoas, perdeu a oportunidade de conquistar seu primeiro Campeonato Europeu e festejar um título transcendental após a Copa do Mundo de 1966 conquistada em sua própria casa.
Rashford, Sancho e Sakda, de países centro-americanos nos dois primeiros casos e africanos no último, perderam as execuções e a Itália ganhou o Euro depois de vencer por 3-2 na instância penal.

O ataque a esses três jogadores, todos nascidos na Inglaterra e hoje com contratos milionários, é apenas a ponta do iceberg do racismo generalizado por trás da fachada de uma sociedade multiétnica e inclusiva.

Os discursos xenófobos e racistas cresceram na última década em meio à crise econômica internacional e seus efeitos. A extrema direita aproveitou para crescer procurando migrantes e seus descendentes, e a União Européia (promovendo o Brexit) como bode expiatório para seus próprios problemas. Essa xenofobia foi tolerada pelos conservadores e outras forças políticas e foi expressa em ataques diretos e físicos tanto por gangues de extrema direita quanto pela própria polícia.

Manifestantes derrubam estátua do comerciante de escravos Edward Colston, em Bristol, na Inglaterra — Foto: Ben Birchall/PA via AP

Por isso, após o brutal assassinato de George Floyd nos Estados Unidos, a Inglaterra foi um dos países com maiores mobilizações contra o racismo institucional e a brutalidade policial.

 
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