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DENÚNCIA NO RECIFE
Rodoviário da empresa Borborema Imperial no Recife denuncia terríveis condições de trabalho
Redação

O Esquerda Diário recebeu a denúncia de um trabalhador rodoviário no Recife do setor da manutenção da empresa Borborema Imperial.

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O Esquerda Diário recebeu a denúncia de um trabalhador rodoviário no Recife do setor da manutenção da empresa Borborema Imperial.

Segundo o manutentor, que já está a vários anos nessa empresa, não existe um piso salarial único entre as empresas de ônibus urbano. Trata-se de um direito que foi conquistado para motoristas e cobradores, não importa em que empresas são contratados, o salário é o mesmo para estas funções. Mas para o setor da manutenção não possui esse direito, fazendo não apenas que haja variação salarial entre as empresas, mas também com que os manutentores recebam salários muito mais baixos.

“(...) a gente entra recebendo um salário de 1.540 reais, 1.560 reais, mais ou menos isso aí. Enquanto outras empresas como a Vera Cruz é 1.800, tem outros profissionais recebendo até salário de motorista, e é isso que deveria ser pago a esses profissionais (...) Eu não conheço assim de forma integral, mas pelo o que se comenta, a nossa empresa paga o menor salário da categoria”.

A divisão salarial entre as empresas é uma forma de dividir a categoria, e enfraquecer sua luta, aumentando a competição entre os próprios trabalhadores, além de, dessa forma, pagar salários mais baixos. Este é um direito fundamental conquistado para as demais funções dos rodoviários e que precisa ser conquistada também para os manutentores.

“A manutenção sempre foi esquecida. Não é nem que a gente não faça parte ou não deva fazer parte dos rodoviários, porque eu trabalho em uma empresa de rodoviário, transporte urbano, com ônibus, eu trabalho com isso, apenas cuidamos da parte da manutenção”.

Além disso, este mesmo trabalhador relata condições de precarização do trabalho ainda mais absurdas, como por exemplo desvio de função, quando aqueles que são contratados para serem zeladores da garagem são orientados a fazer o serviço da manutenção, sem nenhuma reatribuição de posto e reajuste salarial.

“Tem pessoas que trabalham com a gente que são zeladores, que faz serviço de auxiliar de mecânico e recebe salário de zelador. É uma coisa que é absurdo! (...) E essa regra de usar os funcionários que é zelador na manutenção eu não acredito que seja só na Borborema, mas lá, como eu sou de lá, É uma coisa que ocorre descaradamente. (...) Tem muita gente trabalhando no almoxarifado lá e recebendo salário de zelador. É um hábito antigo da empresa, eles parecem que estão acima da lei. Isso é uma questão de desvio de função, é contra a lei. É uma coisa que não é admissível a gente estar aguentando isso”.

As péssimas condições de trabalho também foram agravadas pelas demissões, que reduziram o pessoal gerando acúmulo de trabalho para os que ficaram, além do sucateamento da empresa que expõe os trabalhadores a situações insalubres sem EPIs adequados.

“A Borborema é uma empresa que está sendo sucateada né, eles não estão investindo tanto na empresa, a demissão de funcionário foi grande foi cerca de 40% à 50% do orgânico que nós tínhamos pra dar conta da manutenção. E se você circular por lá vai ver que parece uma garagem de beira de esquina, tem piso de concreto, vala cheia de água. (...) Até pela questão ambiental a empresa não tem um lugar para pintar o ônibus. Faz a pintura ali no meio de todo mundo e a gente respira aquela tinta sendo pulverizada.”

“Então entra um ônibus para fazer manutenção e esse ônibus é abordado por diversos profissionais, mecânico, eletricistas, lanterneiro, pintor e até zelador. Então todo esse pessoal em único veículo tem um problema da pintura. Se sabe que pintura é rico em chumbo, chumbo é cancerígeno, chumbo não é absorvido pelo organismo. Então as pessoas vão adoecer futuramente. E as pessoas adoecem e essas empresas não são responsabilizadas por isso, ninguém é indenizado, o cara morre a família fica sem apoio nenhum.”

Como se não bastasse as péssimas condições de trabalho, insalubridade e os baixos salários, a patronal também vem fazendo descontos indevidos do pagamento dos trabalhadores sem justificativa.

“A gerência desta garagem tem o hábito de realizar descontos indevidos dos salários dos funcionários sem justificativa. Mas quase não dá pra perceber por que é em cima das horas trabalhadas.”

Por fim este manutentor denuncia e responsabiliza as gestões anteriores do sindicato, por serem coniventes com essa situação e por estarem do lado da patronal.

“O sindicato foi manipulado por muito tempo pelos empresários e pela patronal e a gente tá colhendo o fruto de uma gestão passada aí terrível contra a classe. (...) Faz muito tempo que a gente vem sofrendo essas coisas e o sindicato nunca esteve de frente”.

A situação deste e de todos os trabalhadores que vêm sofrendo com essas condições de trabalho é inadmissível. Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos e nos colocamos à disposição para denunciar essas e qualquer outra situação que venha atingir os trabalhadores rodoviários, assim como nos prontificamos estar do lado de suas lutas e reivindicações.

💬 Quer denunciar? Mande seu relato para +55 11 97750-9596
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