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ED RODOVIÁRIOS
Absurdo: diretor do sindicato dos rodoviários defende PDV de Melo e justifica parcelamento
Redação

Em mais um episódio sobre a crise do transporte público de Porto Alegre, nessa terça-feira (06), ocorreu uma reunião entre o prefeito Sebastião Melo (MDB), o presidente da Carris e a diretoria do sindicato dos rodoviários (Stetpoa). Em áudio que circulou pela categoria, o vice-presidente do sindicato justificou as medidas defendidas por Melo, como o PDV (Plano de Demissão Voluntária) e o absurdo parcelamento do salário.

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Os rodoviários da Carris começaram a semana com uma notícia absurda que teriam seus salários parcelados, pois Melo não aceitou repassar os valores destinados ao pagamento em dia dos salários, como denunciamos aqui. No mesmo dia, a patronal da Tinga e Trevo também anunciaram parcelamento. A nota da Carris deixa claro que iriam pagar a primeira parcela com 50% do valor devido e o restante sem data certa.

Ao invés de defender o direito dos trabalhadores de receber o salário em dia (o mínimo que se espera de um sindicato), o representante do sindicato justificou a medida absurda da chefia da Carris de fazer o parcelamento. Em dado momento do áudio ele diz: “Isso não é parcelamento de salário, eu julgo isso daí como um atraso de salário (…) até sexta-feira vai regulamentar. Então, eu julgo como um atraso. Tão botando na mídia um parcelamento que não tem.”

Ao invés de ser linha auxiliar da prefeitura, o sindicato deveria estar organizando assembleias na garagem para os trabalhadores poderem se organizar e resistir a esse ataque.

Além disso, Abade compra parte do discurso perverso de Melo com relação aos trabalhadores afastados. O prefeito bolsonarista já questionou publicamente a quantidade de rodoviários em auxílio doença. Uma categoria que, mesmo em tempos sem pandemia, é exposta a muitos tipo de doenças durante o trabalho, que lida com dinheiro e ampla circulação de pessoas. E durante a pandemia perderem muitos colegas pra covid. Seguem tendo seu trabalho precarizado, sua rotina aumentada.

"O prefeito reclama muito dos mais de 300 atestados que a empresa tem, está sendo lesada (...) Ele tá muito preocupado com esses atestados que prejudicam a empresa. Eu também me preocupo muito."

Fica a pergunta: Melo ou Abade são médicos para questionar a validade de algum atestado? Estariam eles questionando a autoridade dos médicos que deram esses atestados? O que podemos afirmar é que Melo quer para os rodoviários um regime de trabalho onde é "proibido adoecer". Ou seja, que trabalhem doentes e que em caso de colocar atestado, ou mesmo por questão política, sejam demitidos. Assim como é a dura realidade nas garagens privadas, como na Tinga, onde também tiveram seus salários parcelados e ano passado seu delegado sindical, Digão, foi demitido injustamente pela patronal por defender seus colegas.

Por fim, outro absurdo. Abade informa sobre a indicação de Melo ao presidente da Carris de fazer um “Plano Demissional Regulamentado", mais conhecido como PDV (Plano de Demissão Voluntária). Uma forma de demitir em massa e acabar de vez com a empresa, de acordo com os planos privatistas de Melo.

"O prefeito pediu para o presidente da Carris que ele fizesse um Plano Demissional Regulamentado (...) que aquele trabalhador que quer sair da empresa, tanto motorista ou cobrador, qualquer setor da empresa (...) ele vai poder botar lá seu nome para ser contemplado em um plano demissional (...) Eu quero deixar bem claro que isso daí não é obrigatório, é opcional (...) quer quer, não quer, não tem problema.” Via de regra o PDV é usado como forma de precarizar o serviço de uma empresa, enxugando o quadro de funcionários, deixando de contratar mais funcionários e assim aumentando a sobrecarga em cima dos que ficam. Essa precarização, além de recair sobre os ombros dos trabalhadores, pavimenta o caminho da privatização.

Leia mais notícias do esquerda diário sobre PDV aqui

A Carris está em claro risco de privatização e o sindicato da categoria está servindo de linha auxiliar nos planos de Melo e dos empresários. Parcelamento de salário, ameaça de fim dos cobradores, aumento de passagem, privatização da Carris e tudo mais que os empresários pedirem, assim atua Melo. O parcelamento não é um detalhe, assim como o PDV também não é, pois fazem parte de um plano de conjunto para aumentar o lucro dos empresários e precarizar ainda mais o trabalho da categoria aumentando sua exploração.

Para saber mais: Pela unidade de rodoviários e população contra Melo, os empresários e seus ataques

 
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