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POLÍTICA NACIONAL
PSDB, Kim, Hasselmann e Frota não enganam ninguém: dizem fora Bolsonaro, mas aos ataques amém
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Com discursos demagógicos, partidos e figuras da direita neoliberal se colocam em defesa do impeachment e levantam o “fora Bolsonaro”. Mas não enganam, seu passado é manchado de ataques, repressão, privatizações e demissões aos trabalhadores e juventude.

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Nesta semana vimos a assinatura conjunta do “super pedido de impeachment” entre partidos de esquerda e de direita, com figuras como Joice Hasselmann do PSL, Alexandre Frota do PSDB e Kim Kataguiri do MBL levantando o “fora Bolsonaro”. Entretanto, os limites dessa declaração são muitos, o que fica evidente com a política que os respectivos partidos seguem e defendem.

Não podemos nos enganar. Esses partidos são os responsáveis por nos trazerem até aqui, amargando a crise econômica e social atual, aprofundadas pela pandemia. Em conjunto com outros partidos burgueses e o STF, defenderam o golpe institucional de 2016, com o objetivo de aprovar e implementar mais rápida e profundamente os ataques que descarregaram a crise em nossas costas e salvaram a pele dos empresários e capitalistas. Foram parte de defender a prisão de Lula e, mesmo que em alguns casos indiretamente, apoiaram a eleição de Bolsonaro em 2018.

Como esquecer do BolsoDoria em São Paulo? Ou de Joice Hasselmann, ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara de Deputados? E o MBL que apoiou a família Bolsonaro quando acusada de defender tortura?

Doria e o PSDB são responsáveis por privatizações, demissões e sucateamento do serviço público no estado de São Paulo há décadas, reprimindo trabalhadores e a juventude, precarizando as condições de vida e trabalho com Projetos de Lei, corte do ICMS, congelamento de salários, desmonte da saúde e educação. Agora, saem com declaração de que irão participar dos atos deste sábado, 3 de julho, contra Bolsonaro. Não podemos aceitar nem nos aliar com esses setores da direita!

Deve ser inconcebível alianças com figuras como a de Frota, pertencente ao PSDB, estuprador confesso em rede nacional de televisão; ou Joice Hasselmann que nas eleições municipais de SP declarou desejar privatizar os transportes por completo e defende mais polícia para reprimir “vagabundo”.

É pura demagogia levantarem “fora Bolsonaro” e saírem em defesa do impeachment. Com claros interesses políticos, esses partidos de direita analisam e pesam a possibilidade de, com uma eventual saída de Bolsonaro da presidência, aumentar as possibilidades de uma “terceira via” para as eleições de 2022, podendo lançar um candidato de direita menos extremista que Bolsonaro, ao mesmo tempo se apresentando como alternativa à volta do PT.

Isso fica evidente inclusive porque em relação ao plano econômico, os partidos em questão, PSDB, MBL, PSL estão de mãos dadas com Bolsonaro e seu governo, defendendo a reforma administrativa, aprovando medidas provisórias, privatizações e ajustes. O objetivo de descarregar a crise sobre nossas costas como forma de atender os interesses da classe dominante é o mesmo entre todos eles.

Justamente por isso que não podemos confiar nessas alianças e em saídas institucionais que fortaleçam esses setores do regime. Um impeachment tiraria Bolsonaro da presidência, mas não só colocaria um militar racista asqueroso como Mourão no poder, como também acabaria por fortalecer esse regime político e suas instituições como o Congresso, o STF e justamente, esses partidos de direita neoliberal.

Não basta mudar os jogadores. Fora Bolsonaro e fica Mourão? Não podemos aceitar essa troca que significa dar as mãos para aqueles que nos atacam cotidianamente. É preciso confiar nas nossas próprias forças organizadas em cada local de trabalho e estudo. É preciso, através de milhares de assembleias pelo país, construir uma forte Greve Geral que mude as regras do jogo, que imponha uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, colocando o poder dos rumos nas mãos da maioria trabalhadora, revogando cada um dos ataques que precariza nossas vidas.

Para isso é preciso que as centrais sindicais (como a CUT e a CTB), que as entidades estudantis (como a UNE), hoje dirigidas pelo PT e PCdoB, convoquem em cada local de trabalho e estudo milhares de assembleias, unificando ao redor de um Comitê Nacional que construa essa greve geral. Fazemos este chamado para formação de comitês como forma de concretizar um polo antiburocrático que exija dessas direções que coloquem de pé uma greve geral, começando com a Conlutas, dirigida pelo PSTU, que poderia dar este exemplo onde dirige e aprovando aí a exigência a CUT e CTB.

Essas direções, assim como os partidos de esquerda como PSOL, PSTU, PCB e UP devem confiar nessa unidade e não em alianças com a direita golpista, misógina e neoliberal. Somente assim poderemos barrar Bolsonaro e Mourão.

 
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