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REFORMA ADMINISTRATIVA
Quem ganha com os cortes de salários dos servidores públicos com a reforma administrativa?
Lia Costa

Mais uma reforma que está na agenda do regime do golpe institucional que, agora através do ataque contra os trabalhadores dos setores públicos, vem para manter os privilégios dos políticos, juízes, militares e servidores do alto escalão, além dos empresários; e ainda garantir o pagamento da dívida pública, ilegal, ilegítima e fraudulenta.

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Bolsonaro e Paulo Guedes / Foto: Adriano Machado/Reuters

Está sendo pautada em Comissão Especial a próxima reforma que promete acabar ainda mais com os direitos da classe trabalhadora. Apesar de parecer, por ora, que será um ataque voltado somente aos servidores que ainda irão ingressar na carreira pública, na verdade deteriora ainda mais as condições de trabalho de todos os servidores públicos, como professores e trabalhadores da saúde, precarizando assim os serviços públicos que vimos o quão necessários são em meio a pandemia.

Mas, em contrapartida, essa reforma não ataca nenhum dos verdadeiros privilegiados que sugam e exploram a nossa classe, mas descarrega nas costas dos trabalhadores as crises geradas pelos próprios capitalistas e seu Estado, para garantir-lhes mais lucros e o pagamento da dívida pública para os cofres imperialistas. Fazendo dos ataques contra nós a garantia de seus altos privilégios. Veja abaixo alguns dos que ganham com o corte dos salários e retirada de direito dos servidores públicos:

1) Militares do governo Bolsonaro

Podemos dizer em alto e bom som que os reacionários militares do alto comando, que levam à frente a política da extrema-direita por dentro do governo de Bolsonaro ocupando milhares de cargos, são uns dos verdadeiros privilegiados deste país. Enquanto pretendem retirar salários e direitos dos trabalhadores essenciais como as enfermeiras, que fazem parte da linha de frente do combate à pandemia e cuidam da vida da população, os militares ao lado de Bolsonaro, recebem hoje, além de seus pomposos salários de militar, “belos” salário pelos seus cargos civis. Ou seja, a reforma administrativa é para cortar dos nossos salários, e garantir a continuidade dos dois altos salários e todos outros benefícios desses militares, que hoje estão no governo.

2) Mercado financeiro e cofres imperialistas com o pagamento da dívida pública

Se tem uma dívida que o regime do golpe institucional não deixará nunca de pagar por sua vontade, é a dívida pública ilegal, ilegítima e fraudulenta. Esse verdadeiro saque do mercado financeiro nacional e internacional de toda a riqueza produzida por nossa classe, é uns dos principais motivos para todos os ataques do regime contra nossas vidas. Assim, setores como a educação e a saúde, que já são atacados e precarizados pela Lei do Teto dos Gastos - outro mecanismo que garante o pagamento da dívida pública - com a Reforma Administrativa, serão ainda mais “sangrados”. Logo, os salários de trabalhadoras, como as professoras, serão transformados em lucros para os bilionários banqueiros e pagamento de uma dívida que não é e nunca foi nossa.

Veja aqui: Entenda por que não pagar a dívida pública em 8 pontos.

3) Juízes, STF e políticos da ordem

O STF, que é constituído por membros que nem mesmo são eleitos por nós, acumula em suas mãos poder suficiente para instalar um golpe institucional, privatizar estatais em prol do lucro da burguesia nacional e internacional e também para garantir os seus próprios privilégios. Estes servidores do alto escalão do funcionalismo público não serão atingidos com a reforma, assim como os militares. A reforma é articulada na verdade para que os servidores que ganham até 3 salários mínimos sejam os responsáveis a pagar pelos privilégios daqueles que estão acima, como os políticos, deputados, senadores e ministros, por exemplo, que recebem salários que em nada lembram os salários dos professores, pelos seus altos valores, sem contar o auxílio terno, moradia, creche e outros inúmeros benefícios.

4) Bolsa banqueiros e empresários

Diante da crise sanitária e econômica causada pela miséria capitalista, a hierarquia do governo não foi salvar empregos, mas sim os patrões. Bolsonaro e todo o regime do golpe sempre dizem que não tem dinheiro para auxílio emergencial durante toda a pandemia e com valores minimamente razoáveis para a sobrevivência das pessoas, mas garantiram as MPs da mortes que socorrem os patrões, empresariado, e não os trabalhadores, sequer era uma garantia de manutenção dos empregos, garantindo a possibilidade de que os salários fossem cortados, congelados ou até cessados. O governo garante todos os ataques que forem precisos para que banqueiros e empresários não vejam seus lucros abalados com a crise, e foi assim na MP da morte, que garante a redução da jornada de trabalho com a redução salarial e a suspensão de contratos durante a pandemia;

Mas para onde que não irá o resultado dos cortes de salário dos servidores públicos?

Não irá para a melhoria dos serviços públicos, pelo contrário, porque estes também sofrerão com a aprovação da Reforma Administrativa. Com esse ataque contra os servidores, dos quais muitos são trabalhadores essenciais, o atendimento público também será afetado. Ou seja, precariza-se as condições de trabalho, também precariza-se os serviços públicos. Assim, toda a classe trabalhadora pagará pela Reforma Administrativa para garantir os privilégios de poucos e o pagamento da dívida pública.

Um ataque aos servidores públicos, também abre caminho para o governo precarizar ainda mais outros setores de trabalhadores, nivelando assim por baixo os direitos mínimos de todos nós.

Isso é inaceitável! Frente a todos os ataques de Bolsonaro, Mourão, militares e golpistas, é preciso batalhar por uma política que avance na luta que se iniciou no 29M, com a exigência às centrais sindicais para que rompam com sua paralisia e política de desvio dessa luta para saídas eleitorais, e que construam nacionalmente uma ampla campanha que diga a verdade sobre quem são os privilegiados deste país e que construa assembleias em cada local de estudo e trabalho, onde juventude, trabalhadores e movimentos sociais podem unificar suas bandeiras e fazer tremer esse regime do golpe institucional, batalhando para não só barrar a Reforma Administrativa e as privatizações em curso, como também para revogar todas as reformas e fazer com que sejam os capitalistas que paguem por essa crise!

Pode interessar: A esquerda institucional e a busca de um caminho de subordinação ao PT.

 
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