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PETROLEIROS PERNAMBUCO
Lutas dos petroleiros nordestinos mostram o devastador impacto humano, social e ambiental das privatizações da Petrobras
Redação

As últimas semanas estiveram marcadas por uma série de mobilizações e greves parciais de petroleiros em toda a região Nordeste.

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Em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, na Refinaria Landulpho Alves (RLAM) - uma unidade que esteve em greve há meses atrás - agora uma nova luta é experimentada, desta vez contra o calote de uma empresa terceirizada. Esta refinaria foi recentemente privatizada de forma criminosa pelos militares que comandam a Petrobras, com acordo do STF e do Congresso que consentem tais privatizações, a preço abaixo do mercado, sem negociações públicas, para permitir que a venda das unidades se dê a preços menores que a metade do mercado.

Até o dia 3 de junho, por mais de três semanas, os petroleiros da Petrobras Biocombustíveis (Pbio) também protagonizaram uma greve em defesa de seus empregos e contra as privatizações dessa subsidiária da Petrobras, tendo paralisado produção nas usinas de Candeias (BA), Montes Claros (MG) e a sede do Rio de Janeiro.

Também tivemos atrasos e outras ações de solidariedade em todo o país a essas lutas e às lutas dos petroleiros das unidades de Pilar e Furado, em Alagoas, contra as punições que estão sofrendo ao denunciarem a falta de segurança com que tem se dado a transição da Petrobras para terceirizados nessas unidades que foram privatizadas. Exemplo dessa solidariedade foram os atos feitos pelos petroleiros na Refinaria Abreu e Lima (Rneste), localizada em Suape, em Pernambuco.

As lutas dos petroleiros em todo o país, mas principalmente na região Nordeste, escancaram o nível de devastação que se constituem as privatizações em todo o país, mas, com agravantes em particular aqui.

A Petrobras está vendendo todas as unidades que ela possui no Nordeste. Sem exceções, começou vendendo as unidades ligadas à refinaria da Bahia, mas também colocou à venda a unidade de Pernambuco. Também estão à venda a cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção das unidades de refino no Ceará e no Rio Grande do Norte. Todos os campos terrestres de Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte, em toda a região, já foram vendidos ou estão à venda.

No entanto, para completar o desmanche, colocaram à venda a Pbio. E qual é o resultado disso para o Brasil e o Nordeste? Primeiramente, crimes ambientais. Lembremos que, quando do vazamento de cinco mil toneladas de óleo no litoral brasileiro, em 2019, foi a Petrobras quem atuou na limpeza desse que foi um dos maiores desastres ambientais.

Outro impacto ambiental tem relação com a ampliação do agronegócio: Como a produção de biocombustíveis combinava tanto a grande produção agrícola, mas também a relação com os pequenos produtores, fornecedores de matérias-primas como sebo de animal e diferentes oleaginosas como o dendê, a mamona, produtos com baixo impacto ambiental e não relacionadas ao agronegócio, a privatização da Pbio ocorre para abrir mais caminho para os grandes produtores.

O resultado do golpe institucional continuado e aprofundado por Bolsonaro é o aumento das privatizações com esse impacto ambiental. Não é um dado aleatório que a Pbio, possuidora de 3 unidades próprias de produção de biocombustíveis em Candeias (BA), em Montes Claros (MG), esteja com a unidade de Quixadá (CE) paralisada desde o governo Temer, justo esta que estava mais ligada a pequenos produtores. Aguardando virar sucata com a ação do tempo, tem-se, ali, uma prova de que não é de interesse a produção de biocombustíveis que não sejam à base de soja, milho, a partir da produção oriunda do latifúndio e do agronegócio.

Desse modo, a privatização, além de impactar ambientalmente por favorecer o agronegócio, contribui com o imperialismo, que lucra a partir deste tipo de privatizações.

Ademais, há, por meio das privatizações, um aumento claro da degradação das condições de emprego em toda a região Nordeste, que já exibe taxas de desempregos muito maiores que no restante do país. Destaque-se que as privatizações estão sendo feitas para substituir trabalhadores por trabalhadores mais explorados, que ganham menos, que têm menos direitos, tendo, ainda mais, todo um impacto na região em municípios que têm uma parcela relevante de sua renda oriunda do petróleo e da renda dos petroleiros e terceirizados.

Essas lutas dos petroleiros em várias partes do país, inclusive aqui na região Nordeste, em defesa de seus direitos, seus empregos e contra as privatizações poderia e deveria ser uma luta unificada.

Ao unificarem-se, essas lutas poderiam se enfrentar com Bolsonaro, com a Bovespa, com os militares que controlam a Petrobras. Mas, pela ação da burocracia sindical e a maior federação de petroleiros no país, a Federação única de Petroleiros (FUP), o que tem existido é a condução dessas lutas ao isolamento. É preciso unificar toda a categoria dos petroleiros em apoio a cada uma das lutas em curso e generalizar em defesa de uma luta pela defesa dos empregos e contra as privatizações na Petrobras e que possa se unificar com todos os trabalhadores em luta no país. Um passo necessário para isso é unificar com estudantes no dia 19.

 
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