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COPA AMÉRICA
Junto com Bolsonaro, STF libera Copa América: nossas vidas valem mais que o lucro dos empresários
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Apesar de setores do Judiciário se colocarem críticos a Bolsonaro, na hora de garantir os lucros de empresas milionárias como a Conmebol e a indústria do futebol, dão as mãos e estão juntos, mesmo que isso signifique sediar um evento que coloca a vida da população brasileira em risco, em meio ao aumento dos casos de Covid-19, beirando as 500 mil mortes no país.

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Nesta quinta-feira, 10, o Supremo Tribunal Federal rejeitou as três ações que pediam a suspensão da Copa América a ser realizada aqui no Brasil. Sendo assim, fica confirmado o início do evento a partir deste domingo, 13, no Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal.

A ideia inicial era que o evento fosse realizado na Colômbia, mas foi cancelado em razão dos diversos e massivos protestos em curso no país. Depois, a empresa Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) tentou realizar o evento na Argentina, que recusou por conta da piora no quadro da pandemia. No Brasil de Bolsonaro e Mourão, sem pensar duas vezes, o governo recebeu de braços abertos a proposta da empresa multimilionária para sediar o evento, apesar de já contarmos com quase 500 mil mortes pela Covid-19.

A decisão afirmativa do governo federal gerou bastante repercussão nas redes sociais e nos canais de esportes, sendo também criticada demagogicamente por mídias como a rede Globo que saiu com um discurso crítico a Bolsonaro em relação a esse tema, aproveitando disso para não comentar nada sobre as expressivas manifestações do dia 29 de maio que recém haviam ocorrido.

Veja mais: Contra a Copa América no Brasil, não podemos deixar a Globo desmobilizar manifestações!

Como parte da onda de críticas a sediar o evento, três ações foram enviadas nos últimos dias para o Supremo Tribunal Federal questiondo a realização do torneio no Brasil. Duas, sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia, foram apresentadas pelo PSB e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. Uma terceira foi apresentada pelo PT. Nessa, o relator é o ministro Ricardo Lewandowski.

As três ações foram rejeitadas pelo STF ao longo do dia de quinta-feira, 10, demonstrando que, apesar de setores do Judiciário declararem críticas e oposição ao governo Bolsonaro, em muitos momentos concordam e dão as mãos, principalmente quando o que está em jogo é o lucro de grandes empresas como a Conmebol e toda a indústria do esporte.

Não somente o STF, mas também os governadores que, diante da catastrófica e negacionista condução da pandemia por parte de Bolsonaro, vieram fazendo discursos e posicionamentos críticos ao governo federal. Entretanto, como colocado pela própria ministra Cármen Lúcia, a decisão de Bolsonaro "não é o fator determinante que poderia acolher ou afastar a realização do evento", visto que os estádios de futebol estão a cargo dos governadores dos estados a sediarem o evento. Se esses governadores rejeitam, sequer Bolsonaro poderia intervir, portanto, assim como o STF, são cúmplices da decisão do governo federal.

Enquanto a institucionalidade, como o STF e o Congresso, se colocam como oposição a Bolsonaro, armando e sustentando o teatro da CPI da Covid, com declarações de efeito contra o presidente, vemos como as críticas têm um limite claro. Na hora de garantir os lucros de grandes empresas estão todos juntos, mesmo que isso signifique rifar nossos direitos e nossas vidas, nos colocando em risco e exposição ao coronavírus, nos colocando em piores condições de trabalho e vida.

É por isso que nós do Esquerda Diário defendemos que na luta contra Bolsonaro e Mourão é preciso confiar em nossas próprias forças e não nas saídas e poderes institucionais, que igualmente apoiam e aprovam ataques contra a população trabalhadora, a juventude, as mulheres, negros e LGBTs.

Leia mais: Bolsonaro e a Copa América: uma afronta aos colombianos e desprezo pelos mortos

Precisamos nos inspirar na força e luta dos nossos vizinhos colombianos, que inclusive fizeram o país cancelar o evento da Copa América por conta das mobilizações nas ruas contra os ataques do governo repressor de Iván Duque. Precisamos dar continuidade a toda indignação e disposição de luta que se expressou nos atos do dia 29 de maio, com um forte 19J, que sirva como um dia moralizante que contribua para a organização dos trabalhadores. Nesse sentido é fundamental que as centrais sindicais construam de fato um forte dia 19, com assembleias e atividade construídas desde a base.

E através de nossa força e mobilização devemos questionar cada um dos ataques do governo Bolsonaro e do regime político golpista, mudando não só os jogadores, mas todas as regras do jogo com uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que revogue as reformas aprovadas que nos atacam e que coloque a maioria trabalhadora para pensar os rumos da sociedade.

 
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