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19J
Por que a UNE não constrói assembleias de base para massificar os atos do dia 19?
Lia Costa

Depois do 29M - que mostrou que existe força para construir uma grande luta não apenas por Fora Bolsonaro, mas também Mourão e os militares - a UNE decidiu seguir com um chamado de manifestações para o dia 19 de junho. Mas, ao invés de uma construção massiva, através de assembleias de base com direito a voz e voto, a UNE vem desviando a nossa força para outras saídas.

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Foto: Ato do 29M na Avenida Paulista em SP / Mídia Ninja

A UNE é uma entidade nacional de importância histórica, que poderia por meio de assembleias de base, construir uma força nacional de combate ao governo e ainda em defesa de todas universidades e institutos federais. Mas segue abrindo mão disso, colocando essa sua posição estratégica para desviar a nossa luta para as eleições de 2022.

Agora não é hora de atos rotineiros, que podem enfraquecer o potencial latente de “basta!” que grande parte da população carrega. Uma forte paralisação nacional poderia ser construída em unidade entre a juventude e a classe trabalhadora no 19J. Mas para isso, não só a UNE, como também as centrais sindicais, precisam abandonar essa política de desvio para respostas por dentro desse regime institucional, e chamarem assembleias com direito a voz e voto em cada local de estudo e trabalho, colocando a nossa classe como sujeito para derrubar Bolsonaro, Mourão, militares e todo esse regime podre do golpe como seus ataques.

Veja aqui: Por que defendemos assembleias de base e comando nacional de delegados?

A UNE é dirigida majoritariamente pela UJS (PCdoB), partido esse que não rompe com os métodos eleitorais, que não atua por uma política de independência de classe, é cético com a força dessa unidade entre juventude e trabalhadores, coloca Lula como o grande salvador mas só lá em 2022, enquanto seguimos morrendo de covid e fome, sofremos com o crescimento do desemprego e precarização da vida da juventude trabalhadora e tendo o próprio Lula e o PT já deixado claro que não irão derrubar os ataques e reformas instituídos por esse regime do golpe institucional.

O conteúdo político das correntes que compõem a Diretoria da UNE falam que “não podemos esperar 2022”, mas na prática, transforma isso em uma mera frase de efeito, encobrindo a verdadeira política eleitoral, terminando no vazio do “Impeachment JÁ!”, que não só é algo que está bem longe de se efetivar, assim como não deixa de ser uma política que deixaria o general Mourão e todos os militares ainda no poder.

A UNE e as centrais sindicais precisam apostar não no mal menor através de eleições, mas sim na força da juventude e de toda classe trabalhadora. Precisamos de um movimento estudantil combativo e disruptivo, que se ligue aos trabalhadores e movimentos sociais, pela construção de um forte dia de luta e paralisação nacional, dando continuidade efetiva das mobilizações do 29M, abrindo caminho para que a juventude e os trabalhadores se vejam como sujeito transformador dessa realidade e que com a nossa auto-organização possamos mudar as regras do jogo desse sistema que lucra por cima das nossas vidas.

 
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