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BAHIA
Quilombo Quingoma sob ataques de Moema Gramacho e Rui Costa, do PT, em prol de empresários
Redação Esquerda Diário Nordeste

Empresários do ramo imobiliário atacam população quilombola do Quilombo Quingoma, que existe e resiste desde 1569, com planejamento de despejo, em Lauro de Freitas - BA, município governado por Moema Gramacho (PT), para com a construção de bairro planejado para especulação imobiliária.

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Imagem: território quilombola do Quingoma, no município Lauro de Freitas, na Bahia, arrasado por empresários e pela prefeitura e governo do estado do PT

O projeto da iniciativa privada será construído às margens da Via Metropolitana, em uma área superior a um milhão de metros quadrados. Os empresários provocam em notícia que foi publicada no site da própria prefeitura de Lauro de Freitas, dizendo que o bairro terá um conceito sustentável, inteligente, conectado e humano, que de acordo com eles servirá de modelo para outras cidades do Brasil. Esse projeto está sendo articulado junto à prefeita Moema Gramacho (PT) e representantes de nove secretarias municipais em reunião realizada na terça (1).

Em denúncia, Donana, mãe do Quilombo Quingoma nos disse: "Isso significa nos encurralar, nos colocar dentro de uma senzala e usurpar grande parte de área do Quilombo, destruindo toda a mata, aterrando aquífero, fazendo uma intervenção grosseira nas áreas de mata do Quilombo Quingoma. Nos encurralando em uma senzala para fazer com que nós trabalhemos pra esse empreendimento de iniciativa privada que Rui Costa e Moema Gramacho estão apoiando, sem consulta ao povo quilombola".

Ela denuncia também o descaso das instituições com a situação: "Todo dia é a mata queimando, todo dia é ameaça de morte, todo dia invasão. Mas vai resistir, vai ter luta! Secretaria do Meio Ambiente não age, Ministério Público não age, Defensoria Pública não age, ninguém faz nada. A maioria só fica assistindo. A gente fazendo denúncia, e eles assistindo. Mas vamos continuar resistindo, denunciando esses canalhas. Estão destruindo nossas árvores sagradas, destruindo leito de rio e acabando com tudo, e oferecendo titularizar só 284 hectares de uma área que não vai comportar as mais de 600 famílias que já vivem aqui. Essa é a contrapartida da prefeita para a iniciativa privada, o território quilombola. Nem Fundação Palmares, nem nenhum órgão público faz algo consistente para defender o território quilombola. São vários massacres no Quilombo Quingoma. Foi massacre em 1893, foi massacre há cerca de 60 anos atrás, quando chegou aqui uma pedreira que expulsou famílias e matou muita gente aqui. Aí agora vem, via Metropolitana, Hospital Metropolitano construído dentro da área do Quilombo Quingoma sem consulta pública, sem audiência pública. Vieram pra desapropriar, fizeram pavimentação, asfaltaram a estrada principal do Quilombo Quingoma. Desapropriação de mais de 50 famílias e do terreiro com ameaças. A gente resistiu e agora vem a construção do Bairro Novo pra tentar exterminar de novo o povo quilombola".

Conjunto de fotos de eventos realizados no Quilombo Quingoma

Esse ataque não é de agora, como pode ser visto também na seguinte denúncia:

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos e colocamos a serviço de denunciar e combater esse absurdo, desde os Yanomamis em Roraima vem sofrendo ataques de garimpeiros, que se apoiam em Bolsonaro para perseguir os indígenas, com tiros e bombas, e também conta com incursões da Polícia Federal e do Exército. Esse é o regime político herdeiro do golpe institucional de 2016, em que o Supremo Tribunal Federal (STF) reviveu o absurdo Marco Temporal, e que o PT quer se incorporar ainda mais. Lula vem demonstrando em todos os seus discursos que perdoa os golpistas, enquanto espera e se prepara para a estratégia eleitoral de 2022, disposto a privatizar e se propondo a governar junto com os golpistas, exatamente como faz a prefeita Moema Gramacho e o governador da Bahia, Rui Costa, também do PT, entregando a tradição de luta presente nesse território quilombola, assim como o direito à terra da população do Quilombo Quingoma e seus recursos naturais, aos empresários da especulação imobiliária em Lauro de Freitas.

Apenas 6% dos territórios quilombolas possuem suas terras reconhecidas, o que demonstra a demagogia desde a Constituição de 1988, e sua fragilidade, já que hoje vemos o latifúndio e os empresários imobiliários sendo apoiados por Bolsonaro, militares e golpistas, quererem varrer qualquer nível de demarcação de territórios indígenas e titulação de territórios quilombolas.

Titulação e demarcação dos territórios quilombolas e indígenas garantidas já! Todo apoio à resistência do Quilombo Quingoma!

Por isso, nós do Esquerda Diário colocamos a necessidade de impor pela nossa luta uma nova Constituinte Livre e Soberana que garanta a revogação dessas medidas, com uma reforma agrária radical que garanta as autonomias dos povos quilombolas e indígenas e desmantele o poder latifundiário e o extrativismo desenfreado. Que essa luta possa abrir também caminho para um governo dos trabalhadores em aliança com os setores oprimidos da sociedade que busque romper com o capitalismo e construir uma nova sociedade que tenha como um de seus objetivos socialistas a defesa da vida e do meio ambiente.

Veja também: Uma ponte para o atraso: o ataque de Bolsonaro aos Yanomamis

 
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