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Próximos passos para potencializar a mobilização do 29M em Pernambuco
Faísca Revolucionária UFPE

O 29M na capital pernambucana mostrou muita disposição de luta da juventude, juntando mais de 5 mil pessoas, e ficou marcado por ter sido o lugar onde ocorreu a repressão mais pesada, mesmo sendo governado pela dita ‘oposição’ ao governo de Bolsonaro do PSB. Quais foram suas debilidades e como avançar o movimento?

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As imagens da repressão no ato do Recife correram o país. Após um ato pacífico, a polícia reprimiu duramente a manifestação, com balas de borracha e gás lacrimogênio, pendendo manifestantes como o artista Afroito. Além disso, duas pessoas perderam o olho, além da brutal cena em que um policial jogou spray de pimenta em uma vereadora. O governador Paulo Câmara, assim como sua vice do Luciana Santos, do PCdoB, diz que a repressão não partiu do governo estadual. No entanto, a repressão durou duas horas ininterruptas e foi acompanhada pela cúpula da secretaria de segurança e o governador nada fez para pará-la. Além disso até agora as vítimas da repressão não receberam nenhum auxílio, nem os policiais foram afastados, como foi prometido pelo governador. E os presos políticos irão ter de responder a inquérito policial.

Além da repressão, o ato mostrou uma forte disposição de luta, reunindo mais de 5 mil pessoas mesmo durante a pandemia. Além disso, os manifestantes ainda tiveram que enfrentar a intimidação do Ministério Público estadual e a tentativa de desmobilização por parte do PSOL e do DCE da UPE no dia anterior ao ato.

Um dia antes do ato, o MPPE emitiu uma recomendação para que os atos não ocorressem por motivos sanitários. Uma grande hipocrisia. O MPPE fecha os olhos para os transportes públicos lotados todos os dias, fecha os olhos para as aglomerações nos locais de trabalho, em que muitas vezes os patrões obrigam os trabalhadores a irem trabalhar contaminados. Ao mesmo tempo faz essa recomendação contra uma manifestação ao ar livre onde todos os manifestantes usavam máscara.

Mais absurda ainda foi a posição do PSOL-PE e do DCE da UPE, dirigido pelas correntes que estão na direção majoritária da UNE, como a UJS. Logo após a recomendação do MPPE, soltaram notas recomendado que o ato fosse apenas simbólico, por fora de qualquer discussão democrática com a base. Isso só mostra que para esses setores, o “fique em casa”, não é acessível a maior parte da classe trabalhadora, tem como grande objetivo dificultar as mobilizações – o único meio capaz de conseguir qualquer demanda para resolver a crise sanitária.

Mesmo assim, os manifestantes mostraram sua disposição e foram às ruas. No entanto, essa tentativa de desmobilização evidencia uma importante debilidade do movimento: a ausência de auto-organização. O ato foi puxado majoritariamente por cima, com praticamente nenhuma. A única que aconteceu foi uma assembleia geral da região metropolitana. No entanto tal assembleia foi convocada apenas 2 dias antes e pouco divulgada. Para completar, na mesma hora o PCB de Pernambuco, que está em entidades como DCE da UFPE e a UEP, convocou uma atividade própria para preparar o ato. Sem que a mobilização seja decidida democraticamente desde as bases, a mesma fica a sujeita a qualquer decisão de direções burocráticas como presenciamos.

Veja: O Movimento Revolucionário de Trabalhadores saiu às ruas no 29M em 9 estados do Brasil

Por isso, nos da Faísca acreditamos na auto-organização dos estudantes. É preciso que se convoquem assembleias de curso e assembleias gerais de cada faculdade. Esse é o único caminho para massificar a mobilização e para que os estudantes possam decidir democraticamente sobre cada passo do movimento. Além disso, é necessário coordenar os estudantes nacionalmente, criando um comando de mobilização das faculdades.

A auto-organização em assembleias de base é a única forma de garantir a força necessária para de fato enfrentar Bolsonaro, Mourão e os militares, assim como os cortes nas universidades, e todo esse regime que é fruto de um golpe, onde cada um dos seus atores, incluindo também STF, a grande mídia e os governadores se unem com o bolsonarismo na hora de atacar a juventude e a classe trabalhadora.

As assembleias de base, com direito garantido de voz e voto para todos, é uma necessidade não apenas em Pernambuco, mas em todo o país, para construir uma grande paralisação nacional, convocando também as centrais sindicais, como CUT e CTB para fazerem o mesmo e unificar estudantes e trabalhadores em só punho. Foi essa batalha que nós da Faísca demos em cada universidade que estamos e seguiremos dando.

Ver também: Por assembleias com voz e voto para organizar os estudantes das federais contra os cortes!

Essa discussão é importante pois acreditamos que o dia 29 não pode ser apenas um dia para “demonstrar forças” e sim o ponto de partida para um plano de lutas. Por isso, discutir isso é essencial para pensar nos próximos passos. Por isso, chamamos todos a discutir essas questões no próximo Grupo de Estudos Marxista do Nordeste, realizado pelo Esquerda Diário, que irá debater esse balanço a luz das lições dos maio de 68. Será nessa seta, às 17h.

Veja: EDITORIAL MRT: 5 pontos para potencializar a mobilização com a força do 29M

Quer participar do grupo de estudo? Mande um Zap para +55 81 9668-0555

 
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