Um mês se passou desde o início de uma grande rebelião na Colômbia. O movimento de mulheres, organizações de esquerda e ativistas de vários países denunciam a violência machista e a repressão brutal do governo de Iván Duque.
Publicado en La Izquierda Diario - Costa Rica 29/05/2021
Na luta contra os ataques e repressão do governo de Iván Duque na Colômbia, surgiu há algumas semanas a notícia de que uma jovem encontrada morta foi vítima de violência sexual logo após ser presa ilegalmente pela polícia de Popayán, departamento de Cauca. A imprensa colombiana noticiou que a garota de 17 anos cometeu suicídio um dia depois de ter sofrido assédio sexual pelos policiais da força de segurança pública.
Desde 28 de abril, o mundo testemunhou uma grande rebelião na Colômbia - um dos países "carros-chefe" do neoliberalismo na América Latina - que deixa sua marca em toda a região. No meio da tragédia que a pandemia representou para a grande maioria, o papel das mulheres na linha de frente do combate à pandemia é inegável: nos centros de saúde, hospitais, clínicas, escolas e universidades onde docentes e trabalhadoras da educação mantém as atividades de ensino. Além disso, os altos índices de trabalho informal e precário, desemprego e pobreza também são indicadores liderados por mulheres.
Diante do surto que varreu o país, o governo de Iván Duque desencadeou uma política repressiva brutal. A ONG Temblores relata que “entre 28 de abril e 17 de maio ocorreram ao menos 2.387 casos de violência policial, entre os quais registramos 43 homicídios supostamente cometidos pela polícia”.
Nesse contexto, aumentam as denúncias de detenções ilegais de menores, de abusos sexuais e de violência de gênero. O Estado patriarcal é cruel contra os corpos de mulheres e LGBTs. Por isso, repudiamos a tortura sexual e a repressão policial. Expressamos nossa solidariedade às massas populares que lutam na Colômbia e denunciamos o governo de Iván Duque, as Forças Armadas colombianas e os Esquadrões Móveis Anti-Motim (ESMAD). Nos unimos ao chamado do movimento de mulheres e diversidade sexual na Colômbia, denunciando a violência de gênero e colocando suas reivindicações sobre a mesa no marco da rebelião.
O que acontece na Colômbia não é uma coisa isolada, é o ato da polícia como braço armado dos estados capitalistas. A polícia e as forças de “segurança” que reprimem quem luta, o fazem da forma mais cruel contra as mulheres, com agressões sexuais, como no Chile ou na Bolívia. É o caso dos alunos da Escola Normal Rural Mactumatza de Chiapas, México, que foram brutalmente reprimidos pela polícia, principalmente violência contra as mulheres, assassinando duas jovens e cometendo abusos sexuais de todo tipo.
Os protestos para derrubar a reforma tributária tornaram-se uma luta que questiona os problemas estruturais do país, a pobreza, a precariedade, a gestão desastrosa da pandemia, o regime político e a deterioração permanente das condições de vida. Por isso fazemos um chamado aos movimentos de mulheres internacionais, que têm mostrado importantes sinais de resistência e luta, para que se solidarizem com a luta do povo colombiano e repudiem a repressão estatal. Basta de repressão e a violência machista contra quem luta na Colômbia!