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DESEMPREGO MULHERES
Desemprego e fome em níveis recordes entre as mulheres escancaram miséria capitalista
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Dados do IBGE confirmam o problema do desemprego que vem se aprofundando no Brasil. Mais do que isso, confirmam como o capitalismo, combinado ao patriarcado, massacra ainda mais as mulheres que, sem direito ao próprio corpo e vida, são destinadas ao trabalho precário ou a ocupar os atuais níveis recordes de desemprego.

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Imagem: METALÚRGICOS CAXIAS

Nesta quinta-feira, 27, foram divulgados os dados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em que o índice dedesemprego entre as mulheres chegou a 17,9%, sendo a maior taxa já registrada desde o primeiro levantamento feito pelo órgão em 2012. Na pesquisa, a taxa de desemprego entre homens é de 12,2% e a média geral do país é de 14,7%, ou seja, entre as mulheres o desemprego é superior, batendo recordes históricos.

Para que os lucros não diminuam diante da crise econômica que só se aprofunda, os patrões e empresários não pensam duas vezes em diminuir salários, aumentar jornadas, contar com a flexibilização de contratos que os governos e o Congresso aprovaram em meio à pandemia. Os primeiros a serem afetados por essas medidas são os oprimidos, as mulheres, negros e LGBTs.

As mulheres carregam nas costas a dupla ou tripla jornada, o desemprego, os piores salários, a precarização do trabalho. São submetidas não somente a ocuparem os postos mais precários, com salários mais baixos que os homens e serviços extenuantes, mas também a cuidarem do lar, da alimentação de toda a família e do cuidado aos filhos.

Antes da pandemia a crise já estava sendo descarregada sobre nossas costas. Com a pandemia e a gestão do governo Bolsonaro, machista, misógino e de extrema direita, a situação só piorou. As mulheres estiveram abandonadas tendo que cuidar da educação dos filhos diante do ensino remoto implementado sem recursos na rede pública de educação. Se expuseram ao vírus sem direito à quarentena, se contaminando ao terem que seguir na limpeza doméstica da casa das patroas, ao pegarem transporte público lotado, se manterem na limpeza terceirizada de edifícios, nos caixas de supermercado, nas enfermarias de hospitais sem EPIs adequados, com o medo de levarem o vírus para dentro de casa.

Mas foram e são as mulheres também a linha de frente no combate à pandemia, justamente por sermos a maioria dos trabalhadores da saúde, limpeza e educação. Na pandemia, aquilo que os capitalistas e patrões queriam esconder ficou mais do que evidente: a classe trabalhadora é essencial para mover o mundo. E hoje, mais do que nunca, a classe trabalhadora é uma maioria feminina e negra.

Os capitalistas querem que nossas vidas não valham nada, nos reservando salários mais baixos, nos impedindo de ter o direito ao nosso próprio corpo e liberdade. Se combinando ao patriarcado e adotando suas ferramentas de opressão, o capitalismo massacra todos os dias as mulheres, reservando o trabalho precário ou o desemprego, a exploração e a fome. Mas somos uma grande ameaça para o capitalismo.

Controlamos boa parte do funcionamento da sociedade, estivemos e estamos na linha de frente não só dos serviços essenciais, mas também das lutas que foram e estão se desenvolvendo, como a greve das professoras em vários municípios e estados do país, nas mobilizações dos profissionais de saúde por EPIs e vacina para todos. E também internacionalmente, na luta do povo palestino, com as mulheres à frente enfrentando o massacre do Estado de Israel, em Myanmar as mulheres operárias demonstrando toda a força na greve geral contra o golpe de Estado, na Colômbia contra os ajustes de Iván Duque e tantos outros exemplos da história que escancara a força das mulheres.

Precisamos confiar nas nossas forças, somente assim a exploração e opressão a nós mulheres, a todos os setores oprimidos e aos trabalhadores irá terminar. O desemprego, a fome e o número de mortes por Covid-19 só aumentam, não temos mais tempo, não podemos esperar até as eleições de 2022 enquanto alcançamos níveis recordes, enquanto os capitalistas seguem dizendo que nossas vidas não valem nada. Sem confiança também nas instituições burguesas que ao longo da história só deram mais provas de como estão ao lado do capitalismo e do patriarcado, precisamos mudar as regras do jogo e não os jogadores, por isso, através de nossa luta organizada, impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que possa varrer as leis e marcas opressoras, onde as amplas maiorias possam tomar o rumo da sociedade em suas mãos e se convencer da necessidade de um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

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