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MANIFESTAÇÕES DOS DIA 29
29M: em assembleia, UFMG convoca UNE e Centrais a organizar um plano de luta unificado
Redação Minas Gerais

Na Assembleia Geral de estudantes, professores e técnico-administrativos da UFMG na última terça, 25, foi aprovado um chamado à UNE e às Centrais Sindicais para unificarem estudantes e trabalhadores e convocarem um plano de lutas, a começar pelo dia 29 de maio.

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Se aproxima o dia 29 de maio, chamado pela UNE como um dia de luta contra os cortes e encarado pelos estudantes como um dia de ir às ruas repudiar o governo Bolsonaro. A UFMG e outras universidades tiveram assembleias para preparar esse dia de luta, as quais o coletivo Faísca Revolucionária - que fez essa proposta aprovada na UFMG - construiu e batalhou para que todos tivessem direito a voz e voto.

Num momento onde se avançam nos cortes e em ataques, como a reforma administrativa e a privatização da Eletrobrás, as assembleias convocadas pela UNE são em sua maioria lives onde os estudantes não tem espaço para se colocarem como sujeitos de discutir como e porque ir às ruas no dia 29, e também um plano de lutas para organizar nossa luta. Já nos sindicatos dirigidoos pela CUT e CTB, que também são majoritariamente dirigidas pelo PT e PCdoB, não são construídas assembleias e não houve até hoje qualquer preparação na amplíssima maioria das categorias de trabalhadores. Essa divisão entre estudantes e trabalhadores, que enfraquece a luta de ambos os setores, é ainda mais escandalosa sabendo que as direções da UNE, CUT e CTB são compostas majoritariamente pelos mesmos partidos: PT e PCdoB.

Fazendo essa discussão, a Assembleia Geral de estudantes, professores e técnico-administrativos da UFMG aprovou um chamado às Centrais Sindicais e à UNE: que unifiquem estudantes e trabalhadores e convoquem um plano de lutas, a começar pelo dia 29.

Também por deliberação da Assembleia, no ato do dia 29 em Belo Horizonte a UFMG construirá um bloco que terá como palavra de ordem principal "Unir estudantes e trabalhadores contra os cortes, as privatizações e as reformas! Fora Bolsonaro e Mourão! Vacina para todos!".

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Veja as intervenções das militantes da Faísca na Assembleia, que também constroem entidades estudantis na UFMG, nas quais foram propostas a palavra de ordem para o bloco da universidade e o chamado à UNE e às Centrais Sindicais:

Ambas as propostas tiverem defesa e voto contrários por parte dos coletivos Afronte-PSOL, Juntos-PSOL e Correnteza-UP, que compõem a maioria da direção do Diretório Central dos Estudantes. A justificativa era a defesa de que a unidade construída estava entorno da pauta do Fora Bolsonaro e com isso, votaram contra incluir Mourão na consigna. O que pode parecer absurdo, se torna perfeitamente compreensível quando vemos que essas organizações defendem o impeachment como saída política para crise no Brasil, uma saída que é justamente colocar Mourão no poder pela via das instituições que nos atacam, ou seja, apostar na mobilização para "convencer" o mesmo Congresso golpista que aprova os ataques contra os trabalhadores e a população a decidir pelo impeachment de Bolsonaro. E a unidade que seria rompida nesse caso é a com aqueles partidos burgueses e da direita, que agora estão contra o negacionismo de Bolsonaro na pandemia. Mas sempre defenderam seu projeto economico de ataques, e até mesmo sua reacionária política contra negros, mulheres, indígenas e LGBTs.

A bandeira de "Fora Bolsonaro e Mourão", defendida como a única forma de não desviar a força dos estudantes e trabalhadores em uma luta que termine por levar à presidência um adorador da ditadura militar e ainda fortalecer o regime político golpista que divide a culpa com o governo Bolsonaro pelo desastre da pandemia, foi contraposta por tais coletivos pela reivindicação de apenas "Fora Bolsonaro". Nesse caso, sabe-se que a "unidade" reivindicada é com partidos de conciliação de classes como o PT e o PCdoB e até mesmo com figuras da direita mais asquerosa, como Joyce Hasselman do PSL ou Kim Kataguiri do MBL, pois são eles, e não os trabalhadores e a juventude, que têm interesse em tirar Bolsonaro mas manter intactos os demais atores desse regime e todos os seus ataques.

Já a unidade defendida com as direções burocráticas das Centrais Sindicais e da UNE tampouco se justifica, já que as mesmas que apostam todas as suas fichas em esperar 2022 para votar em Lula, enquanto mantém a ampla maioria da classe trabalhadora e da juventude paralisada, sofrendo com os ataques que estão passando sem luta, isolando os processos de resistência que vem acontecendo em diversas categorias, como metroviários, rodoviários, professores, as trabalhadoras da LG e agora os estudantes. Essas burocracias estão trabalhando contra a unidade realmente imprescindível: entre estudantes e trabalhadores, para massificar os atos do dia 29 e seguir um plano de luta para colocar abaixo os cortes, privatizações e reformas. As Centrais chamaram um "dia de lutas" dos trabalhadores para três dias antes do dia 29, claramente para descomprimir a força que poderia se expressar no próximo sábado e dividir a massificação que poderia haver em dois dias de luta completamente formais, sem construção em cada local de trabalho com assembleias democráticas. A direção das centrais divide suas tarefas com a direção da UNE, ambas dos mesmos partidos, para servir à política de esperar até 2022 para eleger Lula, como se essa grande figura de conciliação de classes estivesse disposto ou mesmo fosse capaz de reverter os ataques. A Faísca defendeu o chamado que foi aprovado argumentando que batalhar contra os freios impostos por essas direções burocráticas é a única forma de favorecer a unidade e a massificação rumo ao dia 29.

Por tudo isso, o chamado aprovado pela assembleia da UFMG é um importante ponto de apoio para seguirmos nossa luta, construindo fortemente as mobilizações do dia 29, como parte de exigir um plano de lutas organizado desde a base em todas as universidades, escolas, fábricas, entre os trabalhadores do transporte, da saúde e também dos terceirizados, dos entregadores de aplicativo e dos movimentos sociais. Um plano de luta que apontasse também uma saída política de fundo para que sejam os capitalistas que paguem pela crise, o que na perspectiva das e dos militantes da Faísca Anticapitalista e Revolucionária passa por defender uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela nossa força.

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