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Eleições de 2022 não vão derrubar as reformas. Precisamos de uma nova assembleia constituinte
Lia Costa

As saídas meramente institucionais, como as eleições em 2022, não vão de fato resolver os problemas dos trabalhadores, atacados pelas reformas de Temer, Guedes e Bolsonaro, porque não questionam também as instituições que hoje atuam para a manutenção dessas medidas reacionárias. Por isso precisamos de uma alternativa que questionem também as instituições que garantem os ataques contra nossa classe. Uma nova Assembleia Constituinte Livre e Soberana, imposta pela força da mobilização, poderia derrubar toda a agenda econômica do golpe.

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Foto: Reprodução - Carta Capital

Enquanto assistimos o show de horror e cinismos na CPI da Covid, nada está de fato garantindo uma saída para nós, que seguimos morrendo de covid, deixados no desemprego e no aumento inaceitável da fome. Com a ajuda da mídia burguesa, as atenções estão voltadas para a CPI, enquanto o regime acelera para mais ataques, como é o caso agora com a Reforma Administrativa e as sucessivas privatizações.

Depois do retorno da elegibilidade de Lula, que saiu pelas mãos do STF golpista e autoritário - o mesmo que arbitrariamente manteve Lula preso, numa escalada autoritária - a política do PT vem sendo de canalizar o rechaço a catástrofe que vivemos na pele com as reformas e ataques, para as eleições de 2022. Mas, diante dos (pré) candidatos que se apresentam hoje contra Bolsonaro, inclusive Lula, não vemos nenhuma esperança para derrubar ou barrar as reformas já aprovadas, como da previdência e trabalhista, e nem mesmo questionamento de fato às que ainda querem nos impor.

Lula não defende revogar a agenda de ataques que foi aprovada depois do golpe institucional de 2016, e ainda, por via da CUT, ajuda a instalar a passividade dos trabalhadores para não barrar as reformas que ainda estão por vir, como exemplo a Administrativa. A política da CUT de divisão entre os trabalhadores e os estudantes, e a falta de construção através de assembleias e reuniões em diversas categorias, com um forte chamado para o próximo dia de luta, o 29M, que tem sido visto com entusiasmo por setores além da juventude - mostra o quanto a política do PT e outros partidos, como PCdoB, é de apenas garantir o seu lugar ao sol dentro desse regime político golpista de ataques e precarização.

A saída do impeachment, aclamada por setores da direita à partidos da esquerda que se adapta a política do PT, tiraria Bolsonaro, mas deixaria o General Mourão, militar que enaltece a ditadura militar, na presidência. Além de não derrotar a base reacionária de Bolsonaro dentro do Congresso e outras instituições políticas.

Outra “saída” que querem nos fazer acreditar é a de esperar a eleição de 2022, que seria seguir deixando os ataques deteriorar as nossas vidas até lá, como se as mortes por Covid, a fome, o desemprego, a perda de direitos e os ataques constantes dos patrões em diversos setores de trabalhadores, pudessem esperar.

Assim, o PT com Lula atua mais uma vez com sua política de conciliação de classes, se demonstrando aberto a todo tipo de aliança para voltar a governar o país, até mesmo com os golpistas, que hoje apoiam sua candidatura. Exatamente por isso, por essa busca de alianças e por sua política de conciliação, que vai ao contrário da construção por uma política com independência de classe, Lula prova que para garantir a sua candidatura em 2022, não pode questionar ou se comprometer contra as reformas econômicas anti operárias, ao contrário, seguirá com as reformas valendo e privatizando, como sinalizou em entrevistas.

Grande parte da esquerda se adapta às saídas institucionais, como o PSOL, tendo como grande divergência interna o apoio em Lula no primeiro ou no segundo turno; quanto Boulos pode ou não se comprometer com pautas progressistas para não assustar o regime político; e além de apoiarem a política do impeachment ou se alimentarem da ilusão na CPI da Covid, que é levada por uma das instituições mais antidemocráticas que existe no Brasil, o Senado. Ainda, não fazem sequer uma crítica às burocracias sindicais que controlam os sindicatos e a luta dos trabalhadores, o que também faz o PSTU.

As saídas meramente institucionais, como as eleições em 2022, não vão de fato resolver os problemas dos trabalhadores, atacados pelas reformas de Temer, Guedes e Bolsonaro, porque não questionam também as instituições que hoje atuam para a manutenção dessas medidas reacionárias. Por isso precisamos de uma alternativa que questionem também as instituições que garantem os ataques contra nossa classe. Uma nova Assembleia Constituinte Livre e Soberana, imposta pela força da mobilização, poderia derrubar toda a agenda econômica do golpe - Reformas Trabalhista e da Previdência, Teto dos gastos, a MP da morte, o ataque aos acordos coletivos e ao funcionalismo público, as privatizações, etc. Além de questionar também o próprio regime político que garantiu a possibilidade desses ataques, abrindo caminho para que sejamos nós a ditar as novas regras do jogo.

É preciso uma saída para a nossa classe, uma que pudesse realmente arrancar Bolsonaro, Mourão e os militantes, levando junto com ele todas as reformas, ataques e todas as alas dos golpistas, mesmo aqueles que se colocam em oposição a Bolsonaro.

E essa saída pode se dar pela luta dos trabalhadores, que juntos com a juventude e os movimentos sociais, seriam os únicos realmente interessados em garantir um verdadeiro plano emergencial de combate à pandemia e à miséria; a garantia de vacinas para todos com a quebra de patentes, sem indenização; e a derrubada de todas as reformas. É preciso batalhar pelo o que de fato pode colocar em xeque os ataques e seus maestros, uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, imposta pela nossa força.

Veja também: Novos ares de mobilização e a adaptação à agenda da CPI: confiar nas forças da nossa classe e da juventude.

 
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