Professora Grazi Rodrigues, do Movimento Nossa Classe Educação, em greve há 104 dias na rede municipal de ensino em São Paulo, responde a um vídeo postado por Cláudio Fonseca (Cidadania), burocrata do SINPEEM em que, diante da greve das educadoras e dos educadores, isolou até aqui essa luta, não abrindo o sindicato para Assembleias democráticas com direito a voz e voto, tirando das mãos da categoria o seu direito em decidir sobre sua própria greve em defesa da comunidade escolar e de toda população.
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"São os 104 dias de greve pela vida, arduamente construídos por nós trabalhadoras e trabalhadores da educação municipal de São Paulo, que nos dão condição de responder à essa altura do campeonato à muitas questões, em especial sobre a nossa esperança...
Citando aqui também Solano Trindade, o poeta negro, da nossa classe - que nada tinha a ver com a burocracia, que de pijama e fazendo a política do Doria, do “fique em casa”, inviável para o nosso povo - insiste em negar aquilo que nós, porque é nosso por direito, insistimos em reclamar.
Por isso, Claudio Fonseca, nós te respondemos:
“Qual a esperança do trabalhador?”
Queremos falar e decidir, sobre a nossa própria vida, sobre a nossa própria luta. Por isso, depois de 104 dias sem assembleia, nós exigimos já: Assembleia geral e democrática, com voz e voto para todas e todos já!
“Qual a esperança da trabalhadora?”
Há 3 meses em greve, atacaram nosso direito, centenas e agora milhares de nós, mulheres e homens, mães e pais, negras e negros, sem garantia de condições pra lutar... Exigimos, para todas e todos, o nosso direito por vocês usurpado: Fundo de greve já!
“Quais as esperanças dos trabalhadores?”
Dos nossos estudantes tiraram a Escola, o direito de acesso ao ensino em qualquer forma... Expuseram as trabalhadoras da limpeza e toda a nossa categoria, barganhando as vidas e relevando as nossas mortes. E esperaram de nós passividade?
Respondemos com luta! Estamos em greve e exigimos bem alto: tablets, segurança alimentar, emprego, vacina e segurança sanitária, para toda comunidade escolar e pra toda nossa classe já!
Solano também escreveu, você esqueceu... “Se tem gente com fome, dá de comer!”
“Quais as esperanças das trabalhadoras?”
Aqui também te respondemos... A nossa esperança é a-t-r-o-p-e-l-a-r, os governos genocidas, Doria, Bolsonaro e todos os agentes do regime golpista. Além de todos, que como você, como burocracias, se encastelam nos nossos sindicatos e traem, dia após dia e ano após ano, isolam e derrotam as nossas batalhas.
Claudio Fonseca, tire as mãos da poesia negra e tire as mãos do nosso sindicato!
A gente exige e vai seguir lutando pelo nosso direito a vida, mas também por assembleia geral e democrática, e fundo de greve já!"
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