O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Aliados da África do Sul (Satawu: South African Transport & Allied Workers’ Union) anunciou que seus membros se negaram a descarregar a carga do israelense Zim Shinghai, que estava atracado no porto de Durban nessa quinta-feira, em uma mostra de solidariedade com as vítimas palestinas nos recentes ataques aéreos de Israel. O porto de Durban é o maior porto de toda a África subsaariana.
A subsecretária geral de Satawu, Anele Kiet, disse que seus membros confirmaram que rechaçariam os transportadores isralenses e que havia piquetes na hora do almoço em solidariedade à causa palestina.
“Recebemos uma solicitação da Coalizão SA BDS (Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções da África do Sul, organização da causa civil palestina) de que, como parte da nossa solidariedade com a Palestina, os membros de Satawu que trabalham no porto de Durban devem boicotar o envio. De fato, entramos em contato com nossos membros no porto de Durban, que nos confirmaram que não descarregariam o envio. Faremos piquetes todos os dias na hora do almoço e participaremos das manifestações”, disse Kiet.
A Coalizão SA BDS, ligada ao Comitê Palestino de BDS, disse que se unirão sindicatos e organizações da sociedade civil que simpatizam com o curso palestino nos protestos dessa manhã.
“Os membros da Coalizão Sul-africana BDS, seus filiados e outras organizações associadas e sindicatos se reunirão na Explanada de Durban e no porto de Durban na sexta-feira, 21 de maio, para protestar pelo atraque de um barco israelense e em celebração da decisão dos membros de Satawu de boicotar o descarregamento do barco”, disse a coalizão em um comunicado.
“A decisão de Satawu e a Coalizão BDS segue um chamado da Federação de Sindicatos da Palestina (PGFTU) aos trabalhadores e sindicatos para que se neguem a descarregar barcos e mercadorias israelenses do mar e dos aeroportos”, afirmou.
“O chamado da PGFTU é uma das muitas ações de boicote, desinvestimento e sanções solicitados pelos palestinos, uma consequência do bárbaro ataque israelense em Gaza, dos assassinatos de palestinos na Cisjordânia, os pogroms em Haifa Lyddia, Haifa, Jaffa e outros povoados e cidades e da limpeza étnica na Jerusalém ocupada”, disse a organização.
Disseram que mais de 230 pessoas morreram, a maioria delas civis, incluindo cerca de 70 crianças, assim como a destruição total da infraestrutura em Gaza e um cerco medieval de 14 anos ao território.
A coalizão disse que o Zim Shanghai, propriedade da empresa estatal israelense Zim Lines, ingressou no porto de Durban na quarta-feira pela noite.
“A ação contra o barco é parte de um conjunto global de ações contra Zim Lines. Os protestos também apontam para Transnet, exigindo que a paraestatal não permita que os bens que saem ou parte de Israel passem pelos portos sul-africanos”, disse a coalizão.
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Nessa quarta, em uma fábrica de drones israelenses em Leicester, membros da Ação Palestina (Palestine Action) bloquearam as portas e ocuparam as instalações da UAV Tactical Systems, subsidiária da Elbit Systems, de propriedade israelense.
A instalação constrói veículos aéreos não triupulados que, segundo os manifestantes, foram utilizados no conflito entre Israel e o Hamas em Gaza. Já foram realizadas várias manifestações de apoio do lado de fora da fábrica.
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Esses exemplos de solidariedade dos trabalhadores, como o dos portuários italianos, junto às manifestações mundiais, vem aportando à enorme pressão sobre Israel para freiar os ataques criminosos que já deixaram mais de 200 mortos e milhares de desabrigados.
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