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PROFISSIONAIS DA SAÚDE
"Estamos na luta por nossos direitos, pelo SUS e contra esse governo genocida" diz Residente em greve
Redação

Os Residentes em Saúde estão em greve desde o dia 04 de maio por conta dos atrasos de bolsas, falta de vacina e outras demandas

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Os Residentes em Saúde que são parte dos profissionais que não tiveram direito a isolamento social pois estavam na linha de frente do cuidado em saúde e do combate ao Covid-19 estão nesse momento em greve pelo atraso no pagamento das suas bolsas-salários. Há relatos de falta de EPIs, vacinas e condições mínimas de trabalho alémde assédio por parte das coordenações dos programas que tem tentando pressionar o retorno das atividades sem as demandas atendidas.

Saiba mais: Ato dos residentes no RJ pelo direito a vacina e o pagamento de seus salários atrasados

Veja o relato de uma residente em greve na íntegra:
“O início de tudo se deu no mês de abril em que a gente receberíamos a bolsa no 1º dia útil, como sempre recebemos. Nossa bolsa é paga pelo Ministério da Saúde, em específico no Rio de Janeiro, paga pelo NERJ. Trabalhamos o mês de março normalmente, e aguardamos o pagamento da bolsa no dia 1° em abril, contudo, a bolsa não caiu. A partir daí, várias tentativas de contatos foram feitas tanto com os órgãos responsáveis, como com pessoas que participavam dos coletivos através de grupos do Coletivo Rio e Fórum Nacional de Residentes em Saúde. Mas em nenhum momento conseguimos contato e nem posicionamento oficial dos responsáveis, além de continuar sem o pagamento nesse mês. Notícias corriam de que eles (pessoas não identificadas oficialmente também) falavam para esperarmos porque os pagamentos estavam sendo regularizados aos poucos e que poderia cair, mas não caia. Também informaram de uma transferência entre os sistema de pagamento na residência, então a residência do Rio de Janeiro que era paga pelo NERJ, passou para um sistema chamado SIGResidencia, no qual todos os residentes estavam sendo cadastrados e esse programa que faria o pagamento das bolsas. Só que a transferência para esse sistema tem sido mais uma luta, porque algumas pessoas conseguiram ser transferidas e outras não, algumas receberam e outras não. Não deram nenhum prazo para concretizar essa transferência. Ficamos o mês todo de abril sem salário, e começamos a organizar uma paralisação devido as impossibilidades de seguir trabalhando. Fizemos uma paralisação no dia 19 de abril, com um ato presencial no Rio de Janeiro, para reivindicar esse pagamento das bolsas-salários, das bonificações atrasadas e para vacina e EPI’s para todos. Para além, começaram outros problemas com a coordenação do programa que começou a nos assediar para que continuássemos indo a campo, mesmo a gente dizendo que não tinha condições financeiras para arcar com o custo do deslocamento, da manutenção das atividades e da vida. Estar sem bolsa-salário afeta para além das atividades de campo da residência, afeta as nossas vidas pessoais também. Durante esse período tivemos a informação de que não estávamos cadastrados no sistema e portanto não receberíamos em maio, o que deixaria nossa situação ainda mais grave, porque temos dedicação exclusiva e sem a bolsa, não temos como nos manter. Por isso aderimos a greve no começo de Maio que foi decretada pelo Fórum Nacional de Residentes em Saúde, e a partir disso, nós temos sofrido ainda mais represálias. Nossos coordenadores tem nos ameaçado falando que vão colocar nas nossas folhas pontos que estamos em greve e que teríamos que repor a carga horária. Isso é muito contraditório, porque a gente entende que a nossa formação conta com a participação de controle social, de ações políticas descrito também nas atividades de residência. Estamos na luta, na greve, pelos nossos direitos, pelo direito das nossas bolsas, pelo direito da bonificação, por vacinas, por EPIs, pela volta da comissão nacional das residências em saúde, e todos os demais direitos que estão sendo negados!! Essa ausência dos nossos direitos tem dificultado muito o dia a dia no trabalho que já tem a pandemia como agravante e em um cenário nacional de crise política, sanitária, social. Essa greve diz muito para além apenas dessas pautas, é, também, um posicionamento político contra esse governo Bolsonaro que é genocida, irresponsável e que mata milhares de brasileiros todos os dias. A irresponsabilidade na compra das vacinas, ausência de um plano nacional de imunização para ser realizado e outros. A nossa greve é pela formação política para o SUS, o SUS que foi pensado em cima da Reforma Sanitária Brasileira. A nossa greve também engloba tudo isso, mas os nossos pontos de greve nesse momento são os direitos dos residentes, pelo qual a gente luta e segue lutando!! Temos tentado fazer uma pressão e ter uma adesão grande dos programas, e nesse momento já temos bastante programas aderindo [a greve] pelo Brasil, e temos conseguido fazer uma boa pressão com o Ministério da Saúde. Esperamos que todos os residentes sejam incluídos no sistema e sejam garantidos os pagamentos. Não tem sido fácil. É um momento muito difícil de estar se vivenciando tanto como residente em meio a pandemia, mas também como pessoa, e ainda mais agora com todos esses direitos negados. Nossa luta continua, a gente vai continuar lutando pelos nossos direitos como cidadãos, como profissionais, como residentes, como alunos, porque nos englobamos em todas essas as categorias."

Ver mais: Luta nacional dos residentes: massificar o apoio e unificar para avançar

Denuncie a precarização do trabalho e os atrasos de bolsa! Mande seu relato para +55 11 97750-9596

 
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