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RACISMO DA POLÍCIA
Chacina no Jacarezinho é 2º maior da história do RJ: basta de operações e impunidade
Redação Rio de Janeiro

No meio de uma pandemia, o governador Cláudio Castro protagonizou com sua polícia assassina a 2º chacina com mais mortos no Rio. Um terrível banho de sangue para os moradores do Jacarezinho que já são assolados pelo desemprego, a mazela social do Rio, pelo coronavírus e ainda veem seus familiares, parentes e amigos na mira das balas do estado.

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Imagem: RICARDO MORAES / REUTERS

Somente nesse ano já foram registradas 30 chacinas no Rio de Janeiro, em que 3 ou mais pessoas são mortas a tiros em uma mesma situação, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Já são 139 pessoas que foram assassinadas no estado dentro dessas circunstâncias, um número brutal. A operação de hoje que matou pelo menos 25 pessoas, 24 delas da bala da polícia e 2 pessoas foram baleadas dentro do metrô e um morador levou um tiro no pé dentro de casa.

A brutalidade da polícia atinge com força os negros, em especial os jovens, e tem um caráter eminentemente racista. Assim como em outras chacinas o maior alvo são os mesmos. A maior de todas aconteceu em Nova Iguaçu e Queimados no ano de 2005 quando grupos de extermínio de policiais assassinaram a sangue frio 29 pessoas, em sua maioria negras. A de hoje supera a chacina de Vigário Geral em 1993 também com vítimas em sua maioria jovens negros, quando 21 PMs adentraram a favela encapuzados e abriram fogo contra os moradores por pura vingança. A última operação que teve um número similar ao brutal ocorrido de hoje foi no Complexo do Alemão, quando 19 pessoas foram assassinadas.

Cláudio Castro tem suas mãos sujas de sangue e entrará na história como o governador que foi responsável por um massacre contra os negros, trabalhadores e moradores de favela. Junto a Bolsonaro o ex-vice de Witzel já mata mais pelas mãos da polícia do que seu antecessor.

Se comparados os dois primeiros meses do ano com os últimos dois meses do ano passado, houve um aumento de 161% no número de mortos pela polícia e 140% no número de feridos em operações policiais. Dos assassinatos cometidos pela polícia no primeiro bimestre de 2021, 83% deles foram chacinas. Castro segue a risca o plano de Witzel de “mirar na cabecinha” e é um aliado do bolsonarismo.

Todos esses números mostram que a decisão do do Supremo Tribunal Federal de proibir operações durante a pandemia, de junho de 2020, não vale de nada. As operações deveriam ser notificadas ao Ministério Público antes de ocorrerem, mas não há qualquer resposta desse órgão aos jornais sobre a chacina brutal que ocorreu hoje.

As chacinas brutais da história do Rio não tem respostas e os culpados seguem soltos. Entre os assassinos da Chacina de Vigário Geral, dos 52 policiais denunciados, apenas 1 continuava preso, e em regime semiaberto até 2018.

Mortos da Chacina de Vigário Geral em 1993/ Imagem: Márcia Foletto/Agência O Globo

Para que não deixemos que isso aconteça novamente devemos preparar nossas forças para enfrentar esse regime podre de conjunto, esses assassinos precisam ser julgados por júri popular! os tribunais militares precisam acabar, assim como a Lei de Segurança Nacional e sua nova versão "democrática", resquícios da ditadura que garantem a impunidade.

Nessa semana, Castro e Bolsonaro foram juntos ao leilão da CEDAE, um crime contra os cariocas, retirando nosso direito à água no meio de uma pandemia. Seu plano é o de arrancar dos trabalhadores para satisfazer os mais ricos e reprimir brutalmente a população mais pobre. Globo e STF fazem demagogia, mas são cumplices das operações e da retirada de direitos.

Nós do Esquerda Diário e do MRT levantamos um programa que enfrente o estado que é responsável pelas mortes nas favelas e por essa chacina e que também enfrente o regime do golpe de conjunto que aprofunda a crise pandêmica e econômica cujos negros são os mais golpeados. Batalhamos por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que inclusive poderia ter o poder de acabar com as operações polícias, os autos de resistência, os batalhões policiais especiais e o fim do tribunal militar, nesse caminho avançaremos para um governo de trabalhadores que caminhe rumo ao fim da polícia e de uma sociedade sem opressão e exploração. Isso só pode ser arrancado com uma forte mobilização dos trabalhadores levantando a demanda dos negros e negras oprimidos pelo estado capitalista.

 
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