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METRÔ DE SP
Enquanto metroviários morrem de Covid, Metrô e Doria anunciam enorme corte de direitos! Só a greve pode barrá-los! 
Fernanda Peluci
Diretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe
Larissa Ribeiro
Metroviária de SP e e militante do Mov. Nossa Classe e Pão e Rosas

Doria e a direção do Metrô querem se aproveitar da pandemia para acabar com os direitos dos metroviários, que estão na linha de frente. Alegam crise, mas só esse mês o governo repassou mais de R$1 bilhão em subsídios para o dono da Linha-4, linha privatizada, e não quer subsidiar o Metrô estatal. Só é possível barrá-los mostrando nossa decisão de construir uma greve forte, com organização pela base e assembleias democráticas. É preciso unificar todas as lutas em curso para garantir nossos direitos, barrar as demissões e conquistar vacina para toda a população!

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Ultrapassamos a triste e revoltante marca dos 400 mil mortos no país por Covid, diante de um cenário de colapso da saúde e escassez de vacinas. Uma situação de total responsabilidade de Bolsonaro e seu negacionismo, mas também de governadores como Doria que apesar de encabeçar o discurso de defesa da ciência também não garante um plano efetivo de combate à pandemia com testes, afastamentos remunerados e vacina para toda a população em um estado que apenas nos 4 primeiros meses de 2021 acumulou mais mortes por Covid do que todo o ano de 2020.

Doria quer aproveitar a pandemia para acabar com os direitos dos trabalhadores que estão na linha de frente

Com diferentes discursos, mas com a mesma política, o que vemos é Bolsonaro, Doria e os patrões deixando trabalhadores e jovens espremidos entre o medo de morrer pelo vírus e o medo da fome e do desemprego. E o metrô de SP deixa o caráter demagógico do discurso de Doria gritante. Um transporte cada vez mais lotado, com cada vez menos trabalhadores se desdobrando, sem vacinas para todos, enfrentando mais de mil afastamentos por Covid e dezenas de mortes.

Enquanto isso avança a terceirização, impondo condições de trabalho e segurança ainda piores. E agora, na segunda rodada de negociações entre o sindicato dos metroviários e o Metrô, ocorrida nesta quarta (29), a empresa deixou claro que também quer atacar duramente a categoria em meio à pandemia. Apresentou como “proposta” a retirada total de todos os adicionais e gratificações previstos no Acordo Coletivo e o congelamento dos salários; que se os trabalhadores aceitarem isso, ela aceita negociar outras cláusulas do Acordo (sem garantir nenhuma delas); e diz que caso contrário vai impor a extinção total do Acordo. Para deixar ainda mais clara sua determinação em acabar com os direitos dos trabalhadores, na mesma semana enviou a sindicato uma carta de “despejo”, demandando que desocupe a sede que há décadas serve para a organização dos trabalhadores para a luta, pela qual se conquistou esses mesmos direitos. Só nossa força, construindo uma greve forte, com organização pela base e assembleias democráticas, pode barrar esse ataque!

Em assembleia realizada na terça (27), os metroviários votaram por medidas de mobilização como uso de adesivos e colete. Nós da Chapa 4 Nossa Classe, que compomos a minoria da diretoria do sindicato dos metroviários, defendemos já nessa primeira assembleia um indicativo de greve para dia 05/05 - dia seguinte ao da última reunião marcada com a empresa, porque só mostrando nossa decisão de luta será possível fazer a empresa e Doria recuarem. Infelizmente o restante da diretoria do sindicato defendeu contra essa proposta - com exceção dos companheiros da CST (PSOL). Seguimos defendendo que diante desse enorme ataque é preciso fortalecer a organização de base na categoria, com o sindicato organizando reuniões que garantam maior participação da base, e assembleias democráticas onde todos possam defender e colocar propostas em votação, para construir uma forte greve que possa barrar a retirada de direitos. 

Veja a intervenção de Fernanda Peluci, diretora pela Chapa 4 Nossa Classe, na live do Sindicato dos Metroviários que antecedeu a votação da última assembleia:

Uma nova assembleia está convocada para a próxima terça (04), mesmo dia da última rodada de negociação entre sindicato e empresa. Não haverá recuo da empresa e do governo nas negociações se não houver decisão na luta, principalmente se a diretoria de nosso sindicato mostrar vacilação. Nós da Chapa 4 Nossa Classe defendemos que é preciso construir essa luta na base da categoria e votar já a data da greve, pois a luta do ano passado já deixou demonstrado que somente esse caminho foi capaz de garantir que não se retirasse nossos direitos.

Querem uma contraproposta? Que cortem os supersalários e os subsídios para os empresários das linhas privadas! Subsídio estatal para o metrô público, com mais segurança para a população, e mantendo os direitos dos trabalhadores

O secretário de transportes Alexandre Baldy em suas redes sociais ataca os metroviários por defendermos nossos direitos, mas Doria repassou só esse mês mais de 1 bilhão de reais aos empresários da CCR que administra o metrô privado, enquanto se negam a subsidiar o metrô estatal para garantir direitos, empregos e serviço de qualidade para a população; a mesma CCR levou o leilão das linhas 8 e 9 da CPTM pagando praticamente o mesmo valor que recebeu semanas antes do governo do estado. Enquanto isso, uma pequena casta de escolhidos do governo para administrar o metrô ganha dezenas de vezes mais do que os trabalhadores que fazer o metrô funcionar. 

É preciso unificar todos os focos de resistência que estão em curso  

Precisamos buscar nos unir com os demais trabalhadores que estão lutando, como está ocorrendo na LG onde a patronal anunciou o fechamento de sua fábrica em Taubaté e está ameaçando demitir mais de mil trabalhadoras dessa planta e de mais três fábricas fornecedoras terceirizadas. Essas trabalhadoras terceirizadas seguem em uma greve de mais de 20 dias, dando uma dura e corajosa batalha em defesa de seus empregos e sendo um grande exemplo para toda a classe trabalhadora, por isso viemos defendendo que é fundamental que nós, metroviárixs, e nosso sindicato apoiemos essa luta. Também com nossos companheiros dos transportes em SP e em diversos estados, os companheiros bancários da Caixa que fizeram uma paralisação no último dia 27 contra a privatização e também os trabalhadores da CEDAE do RJ (Companhia Estadual de Água e Esgoto) que estão se mobilizando mais uma vez também contra a privatização. É preciso que as grandes centrais sindicais como CUT e CTB (esta última que é maioria da diretoria do sindicato dos metroviários na Chapa 1), rompam com a paralisia e construam um forte plano de lutas. Chamamos os companheiros das Chapas (2 e 3), a batalharem conosco por essa perspectiva.

Unidade com a população que mais está sofrendo com a crise, defendendo seus interesses

Precisamos tomar em nossas mãos a defesa das demandas dos trabalhadores e do povo pobre que mais está sofrendo com a crise, o desemprego, a fome, a Covid. Um exemplo disso é a importância de que nossa luta por vacinas seja por vacinas para toda a população, com a quebra das patentes, sem indenização. Essa unidade dos trabalhadores na luta, defendendo também os interesses do povo pobre que mais está sofrendo com a crise, é que poderá conquistar a garantia de nossos direitos, vacina para todos os trabalhadores dos transportes e toda a população e barrar as demissões e ataques de conjunto.

 
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