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Tio e sobrinho são assassinados após serem flagrados roubando carne em supermercado de salvador
Redação

Fortes indícios levam a afirmar a versão relatada por Bruno Barros (29), quando já detido pelos seguranças da rede Atacarejo, entrou em contato telefônico com uma amiga: ’Os caras [seguranças da loja] disseram que se eu não pagar a carne, eles vão me entregar aos traficantes’.

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Foto: arquivo pessoal

Os corpos dos dois jovens negros, Bruno Barros (29) e Yan Barros (19), tio e sobrinho, foram encontrados na terça feira dia 27, no porta malas de um carro com marcas de tortura e disparos de arma de fogo na localidade de Polêmica, em Brotas. No momento em que foram encontrados os corpos dos dois, a polícia alegou que o crime era relacionado ao tráfico de drogas.

A versão da família, sustentada por conversas telefônicas entre Bruno e uma amiga, apontam fortemente que o assassinato teria sido articulado pelos seguranças do supermercado Atakarejo que entregaram os dois a traficantes da região para serem executados.

A amiga de Bruno relatou que ele disse a ela, por áudios enquanto estavam detidos pelos seguranças que ’os caras disseram que se eu não pagar a carne, eles vão me entregar aos traficantes’. Ela então passou a entrar em contato com conhecidos em busca de angariar o valor da carne roubada, em torno de 200 reais.

Bruno chega ao desespero de pedir que a amiga chamasse a polícia para prendê-lo: ‘Eu vou morrer! Não me deixa morrer, não! Vem para cá! Chame a polícia para me prender’.

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A amiga relatou que chegou a entrar em contato com a polícia que chegou tarde demais ao local. Os seguranças do estabelecimento disseram à polícia que o fato não havia ocorrido.

Os familiares realizaram uma manifestação na rua onde eles moravam na Fazenda de Coutos e no supermercado Atakarejo, cobrando justiça pela morte dos dois jovens.

Mortos por roubarem comida numa rede de supermercados milionária na Bahia, é o retrato da vida da população negra e pobre do Brasil. Um crime racista no estado com a maior porcentagem de negros do país, 78,8% de acordo coma PNAD; no país onde 59,4% dos lares estão em situação de insegurança alimentar; e justamente na região que mais sofre desse mal: 73,1% das famílias não sabem se vão conseguir a próxima alimentação.

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