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CORONAVÍRUS NO RS
Fábricas fechadas e demissões no RS: as trabalhadoras da LG mostram o caminho da luta
Bruna Camargo

Com agravamento da crise econômica devido a pandemia do coronavírus (Covid-19) os trabalhadores das fábricas do RS sofrem com demissões.

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Foto: Divulgação

A crise econômica, agravada pela pandemia do coronavírus (Covid-19), tem provocado um número alarmante de desempregados devido ao fechamento de empresas. De acordo, com estudo que leva em consideração as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de desemprego no Brasil deve ser de 14,5%, número que ultrapassa países como Turquia, Irã e Suriname. O que não é diferente no estado do Rio Grande do Sul, a crise e a pandemia afetaram com tudo a indústria do estado. De acordo com o economista-chefe da Federação das Industrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), 90% da indústria foi atingida, sendo 57,4% das industrias completamente paralisadas. Toda essa crise foi descontada nos trabalhadores que amargaram demissões em massa em meio ao pior momento da pandemia desde o seu início.

No Rio Grande do Sul a rede de moveis e a rede calçadista foram as que mais demitiram. Muitas fábricas foram fechadas deixando famílias inteiras sem sua principal ou única fonte de renda. Como um reflexo da pandemia e do aumento do desemprego a produção foi diretamente afeta e os donos de empresas continuam mantendo seu lucro em cima de demissões de trabalhadores. O fechamento de fábricas já é uma realidade no estado, a empresa calçadista Piccadilly fechou sua fábrica em Santo Antônio da Patrulha chegando a uma diminuição de 20% da equipe de trabalho. A empresa Via Uno também seguiu o mesmo caminho das demissões e fechamento, 400 pessoas perderam o emprego em Teutônia/RS. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias Calçadistas de Teutônia (Siticalte) 10% da mão de obra calçadista da cidade foi demitida. Foram 135 trabalhadores demitidos que ainda estavam em contrato de experiência. O aviso prévio de demissão foi entregue apenas do dia 2 de abril e o prazo de pedido de rescisório foi de 10 dias, pressionando ainda mais a horrível situação dos trabalhadores. Também foram confirmadas demissões de outras 178 pessoas em unidades da Paquetá (Sapiranga/RS), Bottero, e Piccadilly de Igrejinha/RS. Em dois Irmãos/RS foi fechada, outra fábrica calçadista, com cerca de 130 trabalhadores prejudicados.

Como ficam essas pessoas sem emprego na pandemia? Além de hospitais lotados o RS vem amargando a fome e o desespero, cada vez mais pessoas são jogadas para trabalhos precários ou informais. O auxílio emergencial de até R$ 375,00 não é o suficiente para manter uma família em meio à crise. Nos supermercados o preço das cestas básicas e os itens de higiene básica aumentam, deixando muitas famílias sem o básico. Basta uma experiência empírica no dia-a-dia da capital gaúcha para perceber o crescimento do trabalho infantil e do número de vendedores ambulantes. Muitas dessas pessoas perderam o emprego durante a pandemia e agora estão no cenário que se divide entre o vírus e a fome.

Há focos de resistência em meio à crise, um exemplo para o RS

No estado de São Paulo a empresa LG, gigante coreana no ramo de tecnologia, e suas empresas terceirizadas como Suntech, Bluetch e 3C anunciam demissões em massa. As trabalhadoras da empresa e terceirizadas se uniram pela manutenção dos seus empregos. Desde o dia 6 de abril os trabalhadores unidos decretaram greve contra as ameaças de demissões em decorrência da suposta paralisação da produção da LG no Brasil. A justiça tenta impor negociações com o sindicato, o preço a ser pago é o fim da greve para manter os prazos de produção da gigante de tecnologia. Contudo, apoiamos os trabalhadores que resistam pelo direito ao emprego.

Essa luta é um exemplo para todo o país incluindo os trabalhadores afetados no Rio Grande do Sul. Terceirizados e trabalhadores da empresa de forma unificada pela mesma demanda, a manutenção do emprego no meio de umas maiores crises do estado. Com a unidade na luta daqueles e daquelas mais prejudicados poderá ser levantada uma grande batalha contra as medidas de Bolsonaro, e os governadores que também estão na ofensiva em descarregar a crise nas costas dos trabalhadores. Para que a luta seja ainda mais forte é necessário o apoio das centrais sindicas, como a CUT dirigida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), precisam mobilizar sua força para luta. É preciso que os sindicatos abram mão de acordos feitos para beneficiar as empresas e os interesses burgueses. É necessária a auto-organização dos trabalhadores para eles exijam dos sindicatos e centrais sindicais a mobilização e unificação da luta. Toda tentativa de exploração e lucro em cima da fome e do risco de vida de trabalhadores deve ser combatida. O Rio Grande do Sul pode tomar como exemplo as trabalhadoras da LG e enfrentar os ataques de Bolsonaro e Eduardo Leite para garantirmos nossas sobrevivência na pandemia da Covid-19.

 
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