Nessa pandemia a tendência do agravamento da crise sanitária é o que mais se encaixa na realidade do Brasil, os hospitais públicos em sua grande maioria estão sofrendo devido aos anos e anos de sucateamento do SUS, existem pacientes morrendo nas filas de espera de atendimentos, outros intubados sem sedativos e em muitos casos profissionais da linha de frente com salários atrasados. Na semana passada os residentes, profissionais da saúde do Rio de Janeiro decretaram um dia de paralisação devido aos atrasos dos seus salários, ausência do pagamento de bonificação e falta de garantia da vacina. Acompanhe abaixo na íntegra um relato de um residente do Rio de Janeiro:

"Estamos nos formando no SUS, estando onde ele deve estar em todas as circunstâncias: Na rua. É assustador a falta de cuidado, respeito e responsabilidade que os Residentes em Saúde da Família tem passado. Somos linha de frente na maior pandemia que o SUS já enfrentou e deixam de pagar nossas bolsas. Jovens que vacinam, fazem o primeiro atendimento a população, se expõem diariamente, pegando ônibus e trem lotado todo dia, deixando de morar com os pais pra preserva-los, outros saindo de outros estados, pagando aluguel, contas, ajudando e tendo que dar notícias família. Ver outros residentes companheiros que estão nos hospitais ainda sem estarem vacinados enquanto empresários avançam pra comprar vacinas de maneira privada é vergonhoso. Onde vamos parar? Não somos máquinas, não somos um produto, somos mais que serviços. Somos cidadãos, futuros trabalhadores e trabalhadoras do SUS, mas amigos, filhos, mães, pais e amores de alguém. Temos direitos que o Estado Brasileiro precisa garantir, principalmente agora. "

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