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IMPUNIDADE POLICIAL
Letícia Parks: “25 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, lutar contra impunidade de ontem, hoje e sempre”
Redação

Em 17 de Abril de 1996, 21 trabalhadores sem-terra foram assassinados pela Polícia Militar, na Curva do S, trecho da rodovia PA-275, no sul do Pará.

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Trabalhadores rurais na manifestação em Eldorado dos Carajás - Divulgação/UOL

Eram mais de 1,5 mil trabalhadores que se organizavam pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) marchando do Assentamento Palmares, no sul do Pará, em direção a Belém, para reivindicar assistência ao Assentamento e a desapropriação da Fazenda Macaxeira, ocupada desde 1995, em Eldorado dos Carajás. No sétimo dia, homens, mulheres e crianças ocuparam a rodovia exigindo do governo do estado do PSDB, na época Almir Gabriel, alimento e transporte para completar o percurso.

No lugar dos 50 ônibus prometidos, o governador tucano e o então Secretário de Segurança Pública, Paulo Sette, enviaram uma operação com mais de 155 policiais para liberar a rodovia a qualquer custo, o que se transformou em uma chacina, com 21 trabalhadores assassinados e 69 feridos. Muitos deles foram mortos à queima-roupa, com tiros na nuca e nas costas, pondo abaixo o discurso da época de que haveria tido "confronto" com a polícia.

Dos 155 policiais que tiveram participação no episódio, somente dois foram condenados: o major José Maria de Oliveira, comandante da operação, com pena de 158 anos e 4 meses de prisão; e o coronel Mário Colares Pantoja, comandante do batalhão de Marabá, com pena de 228 anos de prisão. Ambos foram presos em 2012, 16 anos após o massacre. Pantoja, que após ser beneficiado por um habeas corpus cumpria prisão domiciliar, morreu em novembro do ano passado, vítima de covid-19.

Letícia Parks nos deu uma declaração sobre essa data e sua relação com a luta contra a impunidade de hoje:

“O massacre de Eldorado dos Carajás é uma memória que dói na impunidade que segue viva hoje, seja do próprio massacre, onde apenas dois dos 155 policiais envolvidos foram punidos, seja nos insistentes assassinatos de lideranças do movimento sem-terra, que seguem ocorrendo impunemente, com seus assassinos latifundiários protegidos pelas bancadas BBB e esse regime golpista cada vez mais autoritário e repleto de figuras militares.

Nossa memória e luta pelos trabalhadores assassinados há 25 anos em Carajás é parte da mesma luta por justiça por cada criança e jovem negro assassinado pela polícia racista nas periferias e favelas hoje, por cada mãe que chora seus filhos. Essa força que alimenta nossa memória e mobiliza nossa indignação é imparável, porque é força dos que movem o mundo. Viva a luta pelo direito a terra, que nos inspire para seguir enfrentando o latifúndio, a violência do Estado e a impunidade de ontem, hoje e sempre!”.

 
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