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TRANSPORTE NA PANDEMIA
Frente ao corte salarial, metroviários-SP do grupo de risco voltam ao trabalho, adoecem e morrem
Redação

Custo de vida sobe em na cidade de São Paulo, Metrô de SP chantageia metroviários do grupo de risco a retornarem ao trabalho presencial com retirada de benefício dos trabalhadores em home-office. Trabalhadores retornam para a linha de frente, se contaminam e morrem

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foto: Bruno Escolastico / Estadão Conteúdo

As saídas impostas pelo governo Bolsonaro e todos os golpistas, desde prefeitos e governadores como João Doria em SP, como também parlamentares, militares e STF, levam a população mais pobre a ter que escolher todos os dias se morrem de fome ou de covid. 

No início da pandemia os metroviários idosos com mais de 60 anos ou pertencentes ao grupo de risco foram afastados de suas funções presenciais e passaram a exercer sua função em home-office, uma vez que o ambiente de trabalho dos transportes em SP é de alto risco de contaminação do covid-19, como se vê com o alto numero de afastamentos por covid na categoria com mais de 1150 afastados. Se por um lado o Metrô de SP oferece esta opção de home office aos trabalhadores, por outro o Metrô obrigou que esse(a) trabalhador(a) passasse a viver sem boa parte do seu salário, uma vez que a empresa deixou de pagar diversos adicionais como risco de vida e quebra de caixa, adicional noturno para àqueles que cumprem jornada de trabalho entre 22:00 e 05:00, periculosidade por trabalhar com manuseio de equipamentos elétricos ou por segurança pública, benefícios estes que são de extrema necessidade para a garantia da subsistência dos metroviários. Ou seja, o Metrô de SP acaba penalizando quem é do grupo de risco num momento de extrema necessidade dos trabalhadores, diminuindo o salário dos que não podem estar na linha de frente colocando sua vida em risco.

Muitos metroviários e metroviárias viram seu salário reduzir em até 40% ou 45%, e com o aumento do custo de vida atingindo grande parte da classe trabalhadora, com o aumento absurdo da inflação no preço dos alimentos de consumo básico, aumento do preço dos aluguéis de imóveis, aumento do preço do gás, tudo isso combinado com uma alta avassaladora no número de desempregados e desalentados que a cada mês bate novos recordes, fez com que boa parte desses metroviários se sentissem com a ‘faca no pescoço’ nessa situação e fossem obrigados a escolher entre colocar sua vida em risco ou garantir seu salário que lhe é de direito.

Chantageados a voltar a trabalhar presencialmente para retomar seus benefícios de volta, muito metroviários foram obrigados a assinar um documento de próprio punho se comprometendo a colocar sua vida em risco e isentando o Metrô de responsabilidade caso se contaminem.

Com a abertura de comércios e serviços de forma desenfreada, sem vacinas, testagem massiva, isolamento adequado dos trabalhadores infectados, inclusive assintomáticos, com seu salário mantido para que pudesse fazer uma quarentena digna, o Metrô passou a ser cada vez mais uma correia de transmissão e propagação do coronavírus e de exposição dos trabalhadores dos transportes. 

E o que deveria ser feito nesse caso? Vacinação dos trabalhadores de transporte, teste massivos, contratação emergencial de mais funcionários são algumas medidas para que houvesse uma maior oferta de trens para diminuir a superlotação com contratação urgente, melhor atendimento e consequentemente uma redução à exposição ao vírus.

Com a volta ao trabalho presencial muitos metroviários e metroviárias inclusive do grupo de risco acabaram se contaminando e por consequência contaminando seus familiares, sendo que alguns do grupo de risco lamentavelmente morreram neste processo. Para a empresa e o governador João Dória a vida dos metroviários não vale o dinheiro a ser pago em salário e direitos. 

Vacina já para todos os trabalhadores metroviários, rodoviários e ferroviários, efetivos e terceirizados! Todo apoio à luta dos trabalhadores dos transportes por vacinas e contra a retirada de direitos, e apoio à paralisação do dia 20 dos transportes! As centrais sindicais precisam organizar já os trabalhadores e trabalhadoras contra todos os ataques. Em defesa da vida e dos empregos, por vacina pra todos já com a quebra das patentes.

Dados do Sindicato atualizado em 16/04/2021 às 12h30

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