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Crise sanitária
Os Vigilantes da UnB estão morrendo: a culpa é de Bolsonaro, os golpistas e a Reitoria!
Rosa Linh
Estudante de Relações Internacionais na UnB
Comitê Esquerda Diário DF/GO
Cris Libertad
Professora da rede estadual em Anápolis - GO.

No pico da pandemia de COVID-19, com inúmeros casos de infectados e mortos entre os funcionários, a Reitoria da UnB determinou mudanças na escala de trabalho dos vigilantes da Universidade de Brasília , sem oferecer testes, EPI ’s e plano de vacinação. A categoria se reuniu nesta quarta-feira, 07 de abril.

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Foto: Correio Braziliense

Já são três mortos apenas em 2021 dentre os trabalhadores da vigilância da Universidade de Brasília. Se entrarmos na página do SINTFUB (Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília), veremos inúmeros sindicalizados, aposentados e em atividade, mortos pela ingerência e descaso capitalista. Essas pessoas têm nome, têm família: são Margarida de Fátima, Francisco Góis, Valdevino Soares, Maria Anita, José de Freitas, Jeremias Silva, Raimundo Nonato, Lucia Maria, Antonio Alves, Armando Braga, Leonilde de Deus, Jorge Moreno, Antonio Carlos Pereira. Há registros de cerca de meia dúzia de trabalhadores afastados em razão da infecção por COVID-19 e a preocupação da Reitoria da UnB, é em alterar a jornada de trabalho da categoria no campus. A escala de trabalho dos vigilantes da UnB estava em 12x8, entretanto, a reitoria se dá ao trabalho de acionar a Advocacia-Geral da União (AGU), no intuito de atacar os trabalhadores no momento mais crítico da pandemia no país.

São inúmeros os relatos de falta de EPI’s, baixa oferta de álcool em gel nas dependências dos campis, inexistência da oferta de testes para o COVID-19 em ampla escala e a grande preocupação dos vigilantes em se manter saudáveis e vivos. Em razão da grande terceirização e consequente precarização destes serviços na universidade, grande parcela dos trabalhadores dependem do transporte público para se dirigirem à UnB, sendo este mais um fator na lista de vários para o aumento da contaminação entre os trabalhadores da Vigilância da Universidade de Brasília.

A categoria junto ao Sintfub, se reuniu nesta quarta-feira, 07 de abril para discutir as condições de trabalho dos vigilantes. A Reitoria de Márcia Abrahão é cúmplice direta da precarização e ataques aos trabalhadores da UnB. Não só obrigou inúmeros trabalhadores da universidade a seguir trabalhando em meio a uma pandemia. Foi ela quem demitiu mais de 500 terceirizados em 2018.

Leia mais: “Violação de direitos é sistemática”, diz vigilante da UnB em ato por trabalho digno

Além da luta pela manutenção da escala, por trabalho digno e seguro em meio à pandemia, é preciso lutar pelo fim do trabalho precário na universidade a partir da efetivação de todas e todos trabalhadores terceirizados da UnB sem a necessidade de concurso público acabando com a fragmentação imposta para separá-los dos efetivos, precarizar e abaixar os salários de todos os funcionários da UnB de conjunto. Aliás, isso tiraria, por exemplo, a segurança alimentar dos estudantes da CEU das mãos da Sanoli e daria trabalho digno para se fazerem marmitas de qualidade, não com larvas, insetos e plásticos!

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Para conquistarmos uma profunda mudança na estrutura de poder da universidade, será necessário mudar radicalmente o Estatuto e o Regimento Geral da UnB, o mesmo que permite a precarização do trabalho de maioria feminina e negra na terceirização e mantém o mesmo regulamento da ditadura de punição e jubilamento de estudantes do movimento estudantil. Portanto, precisamos impor pela luta dos estudantes, professores e trabalhadores uma Assembleia Estatuinte para mudar as regras do jogo, não apenas trocar de burocrata em burocrata na Reitoria; que essa Assembleia seja livre, ou seja, sem nenhuma interferência da Reitoria; que seja soberana, ou seja, coloque nas mãos dos três setores da UnB todo poder para decidir sobre todos os assuntos da universidade. Com uma Assembleia desse tipo, seria possível debater com amplos setores da universidade a necessidade do fim do CONSUNI (Conselho Universitário), do fim do ensino remoto precário e que serve apenas ao produtivismo do mercado de trabalho para colocar a pesquisa, extensão e ensino diretamente voltada para o combate à pandemia e em favor da classe trabalhadora e do povo pobre do DF e entorno, rompendo todos os laços com a iniciativa privada e avançando para o fim da Reitoria, por uma gestão dos três setores proporcional ao peso de cada segmento.

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Essas medidas só podem vencer com a imposição pela luta, uma forte aliança operário-estudantil. Por isso, fazemos um amplo chamado a todos os estudantes, aos CAs, as organizações de esquerda do movimento estudantil, em especial a atual gestão do DCE, para organizar desde a base, por cada sala de aula, uma profunda aliança com os trabalhadores em defesa dessas bandeiras. E mais que isso, exigir e denunciar a paralisia das centrais sindicais, em especial a CUT e a CTB dirigidas pelo PT e PCdoB, para enfrentar Bolsonaro, Mourão, os militares e todos os golpistas, assim como a inércia da UNE, também dirigida pelo PT e PCdoB, para se aliar com os trabalhadores e impor um plano emergencial de combate à pandemia - com testes massivos, reconversão da indústria para produção de insumos como EPIs e leitos de UTI, estatização do sistema de saúde sob gestão operária e quebra das patentes das vacinas.

Desde a UnB, podemos construir um polo combativo de aliança operário-estudantil que dê exemplo para todo o país o que é uma universidade que coloca a ciência e a vida em primeiro lugar, não o lucro e a exploração e que se coloque contra esse regime golpista genocida de conjunto.

 
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