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MEIO AMBIENTE
Pesquisa indica que Brasil lidera destruição de florestas tropicais no mundo
Redação

Destruição das florestas tropicais no mundo cresceu 12% no ano passado e Brasil continua disparado no primeiro lugar entre os países que mais desmatam. Dados da Global Forest Watch.

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Uma área de 4,2 milhões de hectares do tamanho da Holanda foi desmatada nas florestas tropicais do mundo em 2020, um grande ataque à biodiversidade e cuja emissão de carbono é equivalente ao que 570 milhões de carros produzem em um ano. A perda de floresta primária foi 12% maior que em 2019, ano em que já presenciamos atos por todo o mundo em defesa do meio-ambiente e contra a onda de queimadas que também atingiu o Brasil.

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O desmatamento para venda de commodities foi a principal causa da perda de cobertura florestal na América Latina e no sudeste asiático, enquanto a agricultura itinerante predomina na África tropical. Queimadas e outros impactos relacionadas aos territórios específicos e às mudanças climáticas continuam a desempenhar um papel crítico nos trópicos e outras regiões.

O Brasil lidera mundialmente na perda de floresta primária, vítima dos desmatamentos e queimadas

Mais uma vez, e sob a direção de Bolsonaro e Ricardo Salles, o Brasil ficou disparado no topo do ranking, com uma perda total de 1,7 milhões de hectares em 2020, três vezes mais que o segundo colocado. Abafada pela pandemia e pelos diversos cortes de financiamento aplicados pelo governo nos organismos de fiscalização, a perda de floresta primária no país cresceu 25% em 2020, comparada ao ano anterior.

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A maior parte das florestas primárias úmidas do país se encontram no território da Floresta Amazônica, que teve um salto de 15% no desmatamento (total 1,5 milhões de hectares). Cortes de árvores em grande escala na floresta aparecem principalmente no arco sul e leste da floresta, ao longo do caminho das rodovias que percorrem a floresta.

Os dados também mostram um grande número de cicatrizes de queimadas. A Amazônia Brasileira viu um número maior de queimadas em 2020 do que em 2019, um crescimento preocupante visto que não se tratam de queimadas naturais para a floresta. Em 2019, a maioria das queimadas ocorreram em áreas desmatadas, abrindo espaço para o agronegócio com suas monoculturas e pastos. Em 2020, porém, uma parcela significativa das queimadas ocorreram na própria floresta, à medida que focos de incêndio iniciados por humanos se disseminaram em condições mais secas.

As emissões de gases de efeito estufa das queimadas na Amazônia superaram as de queimadas em áreas já desmatadas. Se as queimadas e emissões vierem a secar as florestas e torná-las mais vulneráveis ao fogo com as mudanças climáticas, é possível que a Amazônia entre em um processo de transformação em savana.

A pesquisa também aponta que a alta das queimadas ocorreu principalmente e apesar do acionamento do exército para frear o desmatamento ilegal, missão que deve expirar em maio. A partir de 1º de maio, a responsabilidade pela fiscalização ambiental voltará à instituições como o IBAMA e o ICMBio, que vem sofrendo reduções orçamentárias sistemáticas e fatais pelo governo de Bolsonaro e os militares.

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O Pantanal também foi outro bioma brasileiro que apresentou crescimento na perda de floresta úmida primária em 2020, 16 vezes mais desmatamento que no ano anterior. A alta é devido às queimadas recordes que atingiram o centro-oeste, também impulsionadas pela agropecuária e ampliadas pela maior seca desde os anos 70. Especialistas estimam que 30% do Pantanal queimou em 2020, incluindo diversas zonas de proteção ambiental e territórios indígenas. As queimadas também tiveram um impacto devastador na biodiversidade, com dezenas de milhares de animais queimados ou feridos, acumulando impactos ambientais sem precedentes com consequências ainda incalculáveis.

Com informações da Global Forest Watch

 
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